Gorilla Glass é indestrutível? Veja como o supervidro protege seu celular
Se você comprou um smartphone recentemente e teve a curiosidade de olhar as especificações do aparelho, provavelmente encontrou o nome Gorilla Glass. Trata-se de um tipo de vidro desenvolvido pela empresa norte-americana Corning e que tem como aplicação mais conhecida o revestimento de telas e corpo de smartphones.
Basicamente o que ele faz é diminuir as chances do aparelho se espatifar ao cair no chão ou de ter a tela riscada ao colocar no bolso, ainda que o seu uso não signifique que o smartphone esteja imune a danos do tipo.
O Gorilla Glass ganhou fama com o lançamento do primeiro iPhone, em 2007. Na ocasião, Steve Jobs encomendou junto à Corning a criação de um vidro quimicamente fortalecido com 1,3 mm de espessura. A empresa, que já havia pesquisado nos anos 1960 um vidro do tipo, reviveu o projeto e, em um intervalo de menos de seis meses, produziu 40 mil metros quadrados da primeira versão do Gorilla Glass.
O Gorilla Glass utiliza um processo de fabricação chamado de fusão, que evita que a superfície do vidro entre em contato qualquer impureza. Isso evita que o vidro em si tenha imperfeições em sua superfície, algo indesejado para aplicações como o uso em smartphones.
É algo que o diferencia dos vidros convencionais, que são produzidos sobre um banho de estanho. Isso deixa a superfície com pequenas imperfeições.
Ele é um vidro de aluminossilicato —composto de átomos de alumínio, silício e oxigênio— que passa por um processo de reforço por meio de produtos químicos. Aqui ele se diferencia dos vidros temperados comuns, cujo processo de fortificação usa o calor para tornar o vidro mais resistente.
O banho químico utiliza sais de potássio em alta temperatura. No processo, há a chamada troca iônica, quando os íons de potássio penetram na superfície do vidro, deslocam moléculas de sódio lá presentes e criam uma camada de compressão na superfície do material quando ele esfria. Isso aumenta a resistência a impacto e riscos.
O Gorilla Glass é indestrutível?
Não. O que esse tipo de vidro —e outros como o vidro safira, que é usado na superfície de relógios— faz é diminuir a chance de danos em determinadas situações. De acordo com a Corning, o recente Gorilla Glass 6, que equipa o Samsung Galaxy S10 e outros, sobreviveu a quedas de um metro por 15 vezes em testes da empresa.
Por outro lado, a imprevisibilidade da vida real pode fazer com que o vidro se quebre em uma primeira queda. Tudo depende do ângulo, da velocidade de queda e, claro, da altura do tombo. Sendo assim, a melhor forma de não quebrar um celular ainda continua sendo não derrubá-lo.
O Gorilla Glass é um vidro blindado?
Não. Se fôssemos enquadrar esse tipo de vidro em uma categoria, a mais próxima seria a de vidros temperados.
Vidros blindados são feitos em camadas que alternam vidro e policarbonato, de maneira a resistir a impactos —em especial o de projéteis. Já vidros temperados são reforçados por meio de processos de têmpera, que podem utilizar calor ou substâncias químicas.
O vidro precisa ser mais grosso para ser mais resistente?
Não necessariamente. No caso do Gorilla Glass, versões mais atuais chegam a ter 0,5 mm de espessura, contra cerca de 2 mm do vidro comum. A resistência tem mais a ver com o tratamento do vidro do que com a sua espessura.
O Gorilla Glass é reciclável?
Sim. O processo é similar ao de vidros comuns e, após ser moído, esse vidro é reutilizado em outras aplicações.
Toda quinta, Tilt mostra que há tecnologia por trás de (quase) tudo que nos rodeia. Tem dúvida de algum objeto? Mande para a gente que vamos investigar.
Fonte: Anis Fadul, Diretor de Marketing e Planejamento Estratégico da Corning
SIGA TILT NAS REDES SOCIAIS
- Twitter: https://twitter.com/tilt_uol
- Instagram: https://www.instagram.com/tilt_uol/
- WhatsApp: https://uol.page.link/V1gDd
- Grupo no Facebook Deu Tilt: http://bit.ly/FacebookTilt
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.