Você deixaria seu filho receber um transplante de coração impresso 3D?
Resumo da notícia
- Pais brasileiros andam confiando bastante na relação da IA com a saúde dos filhos
- 75% deles permitiriam que suas crianças recebessem coração impresso em 3D
É grande a confiança dos pais brasileiros nas tecnologias de inteligência artificial quando se trata da saúde e bem-estar de seus filhos pequenos. É o que comprova a pesquisa "Geração IA 2019: Terceiro estudo anual sobre pais da geração do milênio e crianças da Geração Alfa", divulgada nesta terça-feira (29).
O estudo completo, que ouviu 2 mil pais, de 23 a 38 anos, com pelo menos um filho de até 9 anos de idade, no Brasil, na China, nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Índia, foi apresentado na Futurecom 2019, maior evento de Tecnologia da Informação e Comunicação do Brasil, que acontece nesta semana no centro de exposições São Paulo Expo.
Ao todo, 400 pais foram entrevistados em cada um dos países, entre 2 e 9 de outubro deste ano. Confira os principais resultados da pesquisa no Brasil.
- 75% dos pais concordam que um coração impresso em 3D seja implantado em seus filhos no futuro, se necessário (veja mais detalhes abaixo);
- 90% dos pais preferem que seu pediatra recomende terapia com RV (realidade virtual), em vez de medicação tradicional, para aliviar dor em seus filhos;
- 82% dos pais preferem cuidados por IA (Inteligência Artificial), em vez de depender de seus filhos, durante a terceira idade (em 2018, eram 61%);
- 86% dos pais gostaria de ter uma poltrona inteligente para monitoramento de saúde;
- 78% dos pais procurariam um médico que use IA no diagnóstico de câncer em seus familiares;
- 78% dos pais confiariam em um diagnóstico de doença rara feito por IA;
- 75% dos pais recorreriam a um chatbot (que simula conversa humana) para diagnosticar seus filhos;
- 69% dos pais permitiriam que robôs movidos a IA conduzam cirurgias em seus filhos (na pesquisa anterior, de 2018, este valor foi 60%);
- 67% dos pais deixariam seus filhos irem à escola em um ônibus dirigido por IA;
- 61% dos pais deixariam seus filhos em uma estadia hospitalar com enfermeira virtual.
A Geração Alfa, nascida entre 2010 e 2025 (ou seja, crianças que têm hoje até nove anos de idade), é considerada a faixa demográfica mais envolvida com a tecnologia, crescendo sob os benefícios e efeitos colaterais da inteligência artificial.
A pesquisa foi conduzida pelo IEEE - Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, organização sem fins lucrativos fundada nos Estados Unidos. Com quase meio milhão de membros ao redor do globo, é a maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade.
Confira os resultados nos demais países:
Coração impresso em 3D
Um transplante de órgão pode ser a diferença entre a vida e a morte - mas depende da disponibilidade de doadores humanos. Por isso, pesquisadores estão usando tecnologias de impressão 3D para desenvolver órgãos, incluindo corações, usando células humanas, colágeno e moléculas biológicas.
A maioria dos pais pesquisados globalmente se sentiria à vontade em permitir que seus filhos recebessem um coração impresso em 3D, devidamente testado e totalmente funcional. Confira os resultados em outros países:
- China: 94%;
- Índia: 92%;
- Reino Unido: 60%;
- EUA: 52%
Adeus medicação, olá RV
A realidade virtual já vem sendo utilizada para gerenciamento de dor e tratamento de outros incômodos. Fones de ouvido alimentados por RV, por exemplo, podem causar alívio físico e mental, ao imergir os pacientes em ambientes virtuais 3D.
A grande maioria dos pais da geração do milênio ouvida preferiria que o pediatra recomendasse terapia com RV no lugar da medicação tradicional para aliviar a dor de seus filhos.
- China: 97%;
- Índia: 96%;
- Reino Unido: 82%;
- EUA: 79%.
Enfermeira virtual?
A inteligência artificial já tem ajudado a medicina a expandir os cuidados para além dos presenciais à beira do leito, com serviços de monitoramento remoto.
A maioria dos pais da geração do milênio na China (88%), na Índia (83%) e no Brasil (61%) se sentiria muito à vontade em deixar seu filho, no hospital, aos cuidados de uma enfermeira virtual.
Nos Estados Unidos e no Reino Unido, porém, a saúde à distância ainda é vista com receio: 67% e 57% dos pais, respectivamente, não se sentiriam à vontade com uma estadia hospitalar movida a IA.
Robô-cirurgião
Robôs movidos por inteligência artificial estão trazendo inovações e precisão para as salas de cirurgia.
De acordo com a pesquisa, pais asiáticos são significativamente mais propensos a permitir essa tecnologia realize cirurgias em seus filhos da Geração Alfa.
Na China essa realidade é aceita por 94% em 2019 (82% em 2018). Na Índia, 86% (78% em 2018).
Já no Reino Unido (51% em 2019, 45% em 2018) e nos EUA (46% em 2019, 45% em 2018), há mais resistência: 21% e 25% dos pais, respectivamente, não estariam "nada propensos" a permitir este tipo de cirurgia.
Ônibus escolar sem motorista
Veículos com tecnologias autônomas estão ganhando as ruas do mundo todo, mas os pais da geração do milênio ainda estão divididos sobre a possibilidade de seus filhos irem à escola em um ônibus sem motorista humano - mesmo após testes de segurança e equipados com robôs de apoio.
Novamente, os pais da China (91%), Índia (87%) e Brasil (67%) estão muito propensos a permitir o uso da inteligência artificial no cotidiano das crianças.
Já maioria dos pais ouvidos nos Estados Unidos (58%) e no Reino Unido (51%) não estão muito inclinados a deixar que seus filhos usem transporte escolar autônomo.
Doenças raras, diagnósticos rápidos
A inteligência artificial vem ajudando médicos no diagnóstico de doenças raras, por exemplo, analisando fotografias de pacientes e correlacionando as irregularidades detectadas.
Pais da geração do milênio, em geral, sentem-se à vontade ao usar essa tecnologia para a saúde de seus filhos (Índia: 90%, China: 89%, Brasil: 78%, EUA: 57%, Reino Unido: 57%).
À procura de câncer infantil
As tecnologias de IA também vêm sendo utilizadas e aprimoradas para o diagnóstico de certos tipos e graus de câncer.
A maioria dos pais afirmou que procuraria um médico que use inteligência artificial no caso de seus filhos ou um membro da família precisar desse tipo de avaliação (China: 94%, Índia: 88%, Brasil: 78%, Reino Unido: 59%, Estados Unidos: 53%).
Doutor Chatbot
Já convivemos com "chatbots" (programas com inteligência artificial que simulam um ser humano na conversação) dos bancos, das lojas virtuais e diversos outros atendimentos. Agora, eles chegaram à medicina: comparam sintomas com um banco de dados de doenças, o histórico do paciente e as circunstâncias, para então recomendar um curso de ação.
A maioria dos pais disse ser provável usarem a tecnologia e reconhecimento de fala para diagnóstico de seus filhos doentes no futuro (China: 95%, Índia: 87%, Brasil: 75%).
Reino Unido e EUA são os mais reticentes: 53% e 49%, respectivamente.
Poltrona-laboratório
As tecnologias de IA já fazem parte de diversos dispositivos "inteligentes" do nosso cotidiano - de alto-falantes habilitados por voz a geladeiras com câmeras internas que monitoram se o leite está acabando. No futuro, móveis podem ser dotados de sensores biométricos para medição de peso, pressão arterial e frequência cardíaca.
Os pais do mundo todo se mostraram muito interessados em ter uma cadeira inteligente em sua casa que pudesse fazer exames de saúde automaticamente (Índia: 94%; China: 92%; Brasil: 86%; Reino Unido: 66%; EUA: 63%).
Melhor idade
Em todo o mundo, é esmagadora a preferência dos pais pelo uso de inteligência artificial na busca por uma vida independente durante a terceira idade - no lugar de depender de seus filhos da Geração Alfa.
O maior crescimento, em relação à pesquisa do ano passado, aconteceu aqui no Brasil: de 61%, em 2018, para 82%, em 2019, de pais que preferem cuidados por IA conforme envelhecem.
Na Índia, saltou de 79% a 90%; no Reino Unido, de 61% para 74%; nos EUA, de 56% para 61%. Apenas na China houve uma leve diminuição, mas segue como maior percentual, de 93% para 94%.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.