É fogo! Como detectores de fumaça identificam incêndios e salvam vidas?
Onde há fumaça, há fogo, certo? Bem, o dito popular pode não ser 100% preciso, mas a lógica serve de base para um importante item de segurança em casas e prédios: os detectores de fumaça.
O princípio de funcionamento desse dispositivo é simples: uma vez que ele detecte a presença de fumaça no ambiente, um alarme é disparado. Esse tipo de alerta é fundamental, já que, dependendo da situação, o detector de fumaça permite alertar sobre um incêndio ainda em seu início, dando tempo para que ele seja controlado. Ou, ainda, para que vítimas em potencial possam se retirar do local com segurança.
Nós percebemos a presença de fumaça de duas maneiras: enxergando-a ou sentindo seu cheiro. Os detectores de fumaça seguem esse mesmo princípio, uma vez que há dois tipos deles. O que ambos têm em comum é que eles são instalados no teto, uma vez que, mediante um incêndio, a fumaça tende a se acumular no alto.
Primeiramente, vamos falar do mais comum, que é o fotoelétrico —em um paralelo, seria o que "enxerga" a fumaça. Esse aparelho possui um sistema que emite constantemente, por meio de um LED, um feixe de luz infravermelha em uma de suas paredes.
Fora do alcance dessa luz está uma fotocélula. Entenda como um "interruptor que é acionado por luz". Em condições normais, essa fotocélula, que dispara o alarme se acionada, fica fora do alcance da luz infravermelha que é emitida pelo LED.
Isso, no entanto, muda quando há fumaça no interior do detector. Neste caso, o feixe de infravermelho acaba sofrendo uma leve dispersão, o suficiente para que ele seja detectado pela fotocélula. A partir daí, o alarme soa, avisando sobre a presença da fumaça.
Já o detector iônico, a grosso modo, é o que "cheira" a fumaça. Para isso, ele utiliza um material chamado amerício-241, que emite radiação de partículas alfa, inofensivas à saúde. Essa radiação fica concentrada na chamada "câmara de ionização", um compartimento dentro do detector.
As partículas alfa colidem com as moléculas de ar dentro dessa câmara, transformando-as em íons (carga positiva) e elétrons (carga negativa). Íons e elétrons se movimentam pela câmara e "fecham o circuito" entre dois eletrodos, também localizados no compartimento. Uma vez que há corrente elétrica circulando entre esses eletrodos, o detector entende que está "tudo bem".
No momento em que a fumaça entra nessa câmara, ela interrompe o processo de ionização - e, por tabela, a corrente para de fluir pelo circuito. É a deixa para o detector avisar que há algo de errado acontecendo.
Qual é o melhor dentre esses dois tipos de detectores?
Ambos os tipos de aparelhos são eficientes na hora de detectar fumaça. Há, porém, algumas peculiaridades. O detector fotoelétrico, por exemplo, acaba sendo mais eficiente na hora de detectar incêndios que têm início lento, como os provocados por uma bituca de cigarro acesa, por exemplo. Já os do tipo iônico acabam sendo mais rápidos na hora de alertar sobre incêndios mais agressivos.
Os detectores conseguem diferenciar o tipo de fumaça?
De maneira geral, não. O detector emitirá o alerta independentemente se a origem da fumaça é um incêndio ou um cigarro aceso, por exemplo. Mas o mesmo não se aplica ao vapor de água. Os detectores são calibrados para não reagir ao vapor, mas, em casos raros, pode haver um "falso positivo".
Os detectores têm prazo de validade?
Essa é uma questão estipulada por cada fabricante. De qualquer maneira, caso você decida instalar um aparelho do tipo na sua casa, convém ficar atento às instruções de manutenção, uma vez que, por ser um aparelho ligado à segurança e com potencial para salvar vidas, o ideal é garantir que ele sempre funcione como foi projetado para ser.
Toda quinta, Tilt mostra que há tecnologia por trás de (quase) tudo que nos rodeia. Tem dúvida de algum objeto? Mande para a gente que vamos investigar.
Fonte: João Carlos Lopes Fernandes, professor do curso de Engenharia de Computação do Instituto Mauá de Tecnologia
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