Pela 1ª vez, Nasa fotografa detritos minúsculos "ejetados" de asteroide
A missão OSIRIS-REx, da Nasa, tirou uma foto inédita e histórica de detritos sendo expelidos da superfície do asteroide Bennu. É a primeira vez que conseguimos ver diretamente uma imagem desse fenômeno de perda de massa —mas cientistas ainda estão tentando descobrir por que ele acontece. A descoberta foi publicada na sexta-feira (6), na revista Science.
As imagens mostram três diferentes eventos de ejeção de partículas, registrados pelas câmeras da sonda entre janeiro e fevereiro deste ano. São centenas de partículas, de um a dez centímetros de diâmetro, pairando sobre diferentes áreas do asteroide. Algumas foram lançadas ao espaço e outras continuaram em órbita, eventualmente caindo de volta na superfície.
À primeira vista, as partículas se parecem com estrelas. A Nasa fez uma animação para explicar o que observaram:
Cientistas já restringiram as causas do fenômeno para três possíveis mecanismos, que podem ocorrer simultaneamente:
- As fraturas térmicas, que são rachaduras causadas por mudanças drásticas de temperatura (em Bennu, elas variam entre 126,85 e -23,15ºC a cada 4,3 horas, seu período de rotação);
- A liberação de vapor de água acumulado, sob pressão, em terrenos de minerais argilosos;
- O impacto de micrometeoritos na superfície do asteroide. Bennu, agora, pode ser classificado como um asteroide "ativo" --ou seja, que está perdendo massa.
Cientistas não sabiam que o asteroide Bennu ejetava detritos. A atividade necessária para expelir essas partículas é "equivalente à energia que usamos para quebrar um biscoito", de acordo com a equipe da OSIRIS-REx. Ou seja, muito baixa para ser detectada daqui da Terra ou mesmo por instrumentos espaciais. A missão só conseguiu registrá-la por estar perto o suficiente do asteroide, bem na sua órbita.
Essa informação é importante para futuras missões que tenham interesse em explorar objetos estelares como o asteroide Bennu, ricos em moléculas orgânicas e em água. Afinal, asteroides que desejamos visitar, com composição parecida, também poderiam estar ativos. Esse fenômeno não seria a princípio perigoso, mas ainda não se sabe se há períodos de maior atividade, com partículas maiores ou em mais quantidade que possam ameaçar a segurança das naves.
Na órbita de Bennu desde dezembro do ano passado, a sonda OSIRIS-REx irá continuar a pesquisá-lo e pretende coletar amostras de sua superfície. Então, iniciará seu retorno à Terra para entregar o material, em setembro de 2023.
Devido à sua proximidade, Bennu está classificado como um asteroide com um potencial risco para a Terra. Mas calma, não é um risco imediato. Cientistas estimam que há uma em 2.700 possibilidades de Bennu - que tem 500 metros de diâmetro - se chocar com no nosso planeta no final do século 21.
Há cerca de 800 mil asteroides em nosso sistema solar - mas a grande maioria parece inerte; apenas uma dúzia deles está classificada como ativos. Estudá-los nos ajuda a entender o processo de evolução e destruição dos corpos celestes, bem como a origem de materiais voláteis, como a água, na Terra.
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