Nem liga pro aquecimento global? Saiba que ele ameaça sua conexão sem fio
Quando a Terra era plana, não tínhamos de ficar provando o aquecimento global numa discussão que parece aquela sobre o vestido azul ou branco (era azul). Mas, tudo mudou e, cá estamos, mostrando que as mudanças climáticas já afetam os provedores de internet dos Estados Unidos.
A rigor, não se sabe de que lado os CEOs das empresas do setor estão no fla-flu que virou a discussão sobre se o aquecimento global é fake ou não (é real). Mas, sabe-se, eles não vão querer pagar para ver —especialmente se for para pagar com dinheiro de verdade. Ou, como disse Scott Mair, presidente de tecnologia e operações da AT&T, ao site Axios: "o mais importante é garantir que as decisões de hoje antecipem o que o amanhã trará, mesmo que esse amanhã esteja bastante longe".
Traduzindo, dinheiro é dinheiro, faça muito sol ou muita chuva. Como tanto um quanto o outro podem interromper o fornecimento de energia para navegar na web por longos períodos, é natural que as empresas se mexam para reduzir danos e evitar imprevistos.
Segurando a onda
A maioria das mudanças das empresas é na infraestrutura. Após as inundações de um furacão em 2016, a Verizon está colocando suas estações transmissoras suspensas sobre estacas e trocando a fibra aérea pela subterrânea, para evitar estragos como os causados pelos ventos de outro furacão, de 2018.
A AT&T fez ajustes parecidos: no rescaldo do furacão Maria, que arrasou parte de Porto Rico em 2017, a empresa passou a aterrar a fibra e usar postes de aço em vez de madeira, para aguentar mais os ventos.
Previsão do tempo turbinada
Além da parte visível das ações antiaquecimento global, há a parte imprevisível. Cada uma à sua maneira, as principais empresas do setor tentam descobrir um jeito de antecipar o que vem por aí.
A AT&T, por exemplo, faz estudos em parceria com o Laboratório Nacional de Argone, do Departamento de Energia dos EUA, para criar uma ferramenta de previsão de mudanças climáticas. A ideia é conseguir prever os impactos das mudanças climáticas com pelo menos 30 anos de antecedência. O projeto opera hoje em quatro estados americanos, mas pode aumentar a abrangência.
"Em geral, (a precisão da ferramenta) é de 300 a 600 metros, o que pode significar a diferença entre ter serviço ou não ter serviço daqui a algumas décadas", disse Mair.
Já a Verizon começou neste ano a usar a análise de risco das empresas de seguros para prever como as mudanças climáticas afetam sua infraestrutura. O objetivo é saber onde gastar, e quanto, para se prevenir.
Falha na Comunicação
A Anatel americana, por sinal, não parece estar muito aí com a hora da América, segundo o Axios. "Temos de começar a pensar em que mudanças fazer em nossa política de infraestruturas para garantir que todos fiquem conectados quando um desastre acontecer. Creio que ainda temos bastante trabalho pela frente", disse Jessica Rosenworcel, conselheira da FCC (sigla em inglês de Comissão Federal de Comunicações, que regula comunicações nos EUA). Repetindo: ela disse "temos que COMEÇAR" etc e tal.
Ou seja, se você fosse um CEO de um grande provedor de internet nos EUA, talvez também achasse melhor dar seus pulos em vez de esperar algo sair da Brasília deles.
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