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CES 2020: Samsung traz maior TV comercial já feita e Qled 8K sem moldura

Modelo Q950TS da Samsung é a primeira Qled 8K com tela infinita - Divulgação/Samsung
Modelo Q950TS da Samsung é a primeira Qled 8K com tela infinita Imagem: Divulgação/Samsung

Fabiana Uchinaka

De Tilt, em Seul*

06/01/2020 00h00

A maior televisão comercial do mundo, de 292 polegadas, e a primeira Qled com tela infinita foram apresentadas nesta segunda-feira (6) na CES 2020, principal feira da tecnologia, que acontece durante toda a semana em Las Vegas (EUA). Os dois modelos da Samsung possuem resolução 8K.

Esta é a primeira vez que a fabricante sul-coreana monta um paredão modular desse tamanho, uma versão mais moderna da "The Wall Luxury", que já é vendida na versão 4K e que agora é oferecida nos tamanhos 75", 88", 93", 110", 150" e 292".

Isso significa uma tela MicroLed (evolução do Oled, muito mais brilhante) que alcança 7,4 metros na diagonal e possui oito vezes mais definição que o HD. Juntos, os blocos podem ocupar toda uma parede —que você pode usar como telão, como múltiplas telas ou misturar uma função decorativa com parte da tela transmitindo um programa, por exemplo.

The Wall é apresentada em versão 8k de 292 polegadas - Divulgação/Samsung - Divulgação/Samsung
The Wall é apresentada em versão 8k de 292 polegadas
Imagem: Divulgação/Samsung

Segundo o engenheiro-chefe de TVs da Samsung, Park Seung Ho, houve um avanço no chip. Com isso, o tamanho de cada módulo de tela diminuiu, ficou mais eficiente e mais barato. "Essa tecnologia nos permitiu fazer produtos de todos os tamanhos, com soluções para cada target. Ou seja, telas em todos os lugares, com infinitas possibilidades, sem limitações de espaço", disse.

Pude ver de perto a nova The Wall na configuração de 146 polegadas (4K) e ela é bem impressionante. Finíssima, sem qualquer borda, com imagens de altíssima qualidade e som envolvente, é um conceito promissor, porque traz outras funções para o aparelho —não é só uma TV, é uma parede tecnológica que conta com assistente de voz e pode ser camuflada ao ambiente.

Veja os detalhes da nova versão da The Wall

Fabiana Uchinaka

the wall - Divulgação/Samsung - Divulgação/Samsung
Com a resolução 8K, a televisão modular consegue alcançar tamanhos maiores sem perder nitidez
Imagem: Divulgação/Samsung

the wall - Fabiana Uchinaka/Tilt - Fabiana Uchinaka/Tilt
Tela da The Wall é ultrafina e fica presa numa estrutura metálica
Imagem: Fabiana Uchinaka/Tilt

Chama muito a atenção o fato de que a união dos blocos é imperceptível e o reflexo é mínimo. Mas, vale dizer, a tela é quente pra caramba. A Samsung diz que vem evoluindo essa tecnologia, especialmente com brilho dinâmico, porém quando você chega perto sente o calor e todos que estavam na pequena sala de demonstração começaram a suar (o que me fez pensar no gasto energético). Para ambientes grandes, que façam jus a esse tamanho de tela, isso não deve chegar a ser um problema.

O modelo modular já está disponível para encomendas desde meados do ano passado, mas é a primeira vez que podemos ver de perto o aparelho nessas configurações. A Samsung aposta suas fichas nesse futuro e diz que é assim que a TV vai invadir a sua sala daqui há uns anos. Por enquanto, claro, é um produto bem inacessível e custa uma pequena fortuna de milhares de reais —mas, como toda nova tecnologia, isso deve mudar ao longo do tempo.

  • HD - 1280 x 720
  • Full HD - 1920 x 1080
  • 4K - 3840 x 2160
  • 8K - 7680 x 4320

Tela infinita da nova TV 8K da Samsung é impressionante - Divulgação/Samsung - Divulgação/Samsung
Imagem: Divulgação/Samsung

Novas versões da Qled 8K

Enquanto uma TV assim ainda não cabe na sua sala e no seu bolso, você pode sonhar com aparelhos um pouquinho mais acessíveis, como as novas TVs Qled 8K. A Samsung lançou dois novos modelos, o Q800T (de entrada) e o Q950TS (top de linha), que contam com tudo de mais avançado que a fabricante pode oferecer. Ou seja:

  • Q800T: processador e resolução 8K, controle de brilho adaptativo (capta a quantidade de luz do ambiente e ajusta automaticamente), áudio de cena inteligente (se move na tela de acordo com o objeto do filme), recurso AVA (ative voice amplifier, que foca o diálogo quando o ambiente está barulhento), OTS+ (sistema que reconhece sua posição no ambiente para distribuir melhor o som), visibilidade 180º (wide), 1 bilhão de tons de cores e sem bordas.
  • Q950TS: além das configurações acima, conta com tela infinita e conexão invisível (fios ultrafinos e transparentes).

"Tela infinita" significa a primeira tela totalmente sem moldura ou bordas, com 99% de aproveitamento da superfície frontal, e apenas 15 milímetros de espessura.

Apresentação da Q950TS, TV da Samsung com tela infinita - Divulgação/Samsung - Divulgação/Samsung
Apresentação da Q950TS, TV da Samsung com tela infinita
Imagem: Divulgação/Samsung

A lógica é oferecer TVs para telas abaixo de 100" e módulos para acima de 100", mas as tecnologias estão se aproximando agora que a tela infinita chegou a aparelhos convencionais.

Aprendizado de máquina compensa ruídos

Os modelos de 2020 contam com um processador Quantum, que guarda uma enorme base de imagens usada para refinar rapidamente a imagem da tela. Esses pacotes de dados, alimentados por aprendizado de máquina (sem pré-classificação) e deep learning, funcionam para analisar a cena e compensar falhas em textura, controlar brilho por zona, eliminar ruídos e melhorar bordas. Ao mesmo tempo, filtros pré-programados atuam na imagem frame por frame.

"Esse treinamento da máquina é offline. A equação matemática final é armazenada no chip e atua na hora do processamento da imagem, mas essas informações são constantemente atualizadas [e enviadas para o chip]", explicou Park Seung-Ho, engenheiro-chefe da divisão de telas da Samsung. "O tempo de treinamento do deep learning é maior, mais complexo e mais caro que o de machine learning, por isso decidimos usar apenas para criar texturas complexas e detalhes de bordas."

Na demonstração da Samsung, foi possível ver que vídeos de baixa qualidade, como os do YouTube, por exemplo, ganharam um aspecto menos pixelado na cena de fundo, com gradientes mais homogêneos. Nas cenas em movimento, quando um cavalo passou cavalgando, por exemplo, deu para perceber que os rastros foram amenizados. Detalhes do céu que costumam estourar, como o sol e as nuvens, são trabalhados automaticamente e tornam-se mais reais. O preto das imagens noturnas também pareceu mais equilibrado, sem ficar lavado ou com muitas sombras.

Toda essa tecnologia também deve ajudar a compensar imagens enquanto não temos muitos conteúdos produzidos em 8K.

Se você tem dúvidas se os olhos conseguem perceber o 8K, saiba que mais resolução significa mais capacidade de produzir telas maiores sem perder a qualidade da imagem. Ou seja, dá para ter uma tela gigante na sala sem perder a nitidez mesmo olhando muito de perto.

De fato, o cérebro humano não consegue diferenciar esse nível de resolução facilmente. Isso fica mais notável em telas a partir de 75". Mas o que as empresas dizem é que a demanda é exatamente por telas maiores que possam ser posicionadas mais próximas do sofá. Se não é o seu caso, não faz sentido mesmo.

* A jornalista viajou a convite da Samsung.