Por que ligações de celulares caem? Veja 6 motivos para esta dor de cabeça
Sem tempo, irmão
- É preciso saber se alguma torre de celular próxima ainda tem espaço para chamadas
- Roubo de cabos de cobre tem prejudicado qualidade das ligações
- Se você não mora em um centro urbano, talvez faltem torres de telefonia
- Bloqueios físicos são chamados de "zonas de sombra", locais em que o sinal não penetra
Você conhece esta cena: está no meio de uma conversa no celular quando, de repente, fim. Por que passamos por essa angústia moderna com tanta frequência? A quem devemos culpar?
Primeiramente, para um sistema de telefonia móvel funcionar, são necessárias torres de transmissão de radiofrequência e equipamentos que ficam na base da antena. Esse sistema faz a mediação entre nossos celulares.
Quando fazemos uma ligação, nosso aparelho se conecta a três antenas diferentes e usa apenas uma para criar o canal com quem está do outro lado da linha. As outras duas são por precaução, para caso o sinal se perca ou nos desloquemos. A partir disso, algumas interferências podem surgir e cortar sua ligação.
Confira agora seis motivos pelos quais sua conversa pode ser interrompida antes de dizer adeus.
A torre está congestionada
Embaixo da torre de telefonia há um equipamento chamado placa de assinantes, responsável pela organização da quantidade de chamadas feitas. A placa tem um número limitado —e é por isso que, quando vamos abrir uma nova linha de telefonia móvel ou de internet, é feita uma verificação do endereço. É preciso saber se alguma torre próxima ao local em que o assinante mora ainda tem espaço para ligações.
Mesmo com a verificação, o aumento repentino do uso de celulares na região —como quando há algum grande evento ou concentração de pessoas — fará com que sua chamada se desloque para outra célula (antena) e, se a distância dessa nova conexão for grande, a ligação cai. "Em um estádio de futebol é quase impossível fazer ligações e usar dados por esse motivo", explica Arthur Igreja, engenheiro de telecomunicações e professor de gestão e inovação na FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Furto de cabos de cobre
O roubo de cabos de cobre é conhecido no Brasil. Mas, nesse caso, não só cabos de energia —aqueles que ficam entre os postes das cidades — são alvo dos roubos, mas também os cabos de telefonia que ficam tanto na base de equipamentos quanto na torre.
"É um novo tipo de vandalismo que tem prejudicado as ligações de celular", diz Luciano Cabral, técnico de telecomunicações da Nextel. Os cabos de cobre atuam na condução de energia e de sinal na torre. Segundo André Castro, gerente da empresa de assistência técnica PLL, as boas características de condução elétrica do cobre justificam seu uso na indústria. "Sem os cabos, sua ligação será interrompida ou nem se completará", diz.
Seu celular é ruim ou pode estar cansado
Aparelhos baratos têm mais chances de te deixar na mão durante uma chamada. Os chamados "low-end" são vendidos a preços mais acessíveis, mas a qualidade de seus equipamentos é menos confiável. Duas máquinas que trabalham internamente no celular têm importância quando o assunto é queda de ligações: o microprocessador e o amplificador.
O processador é o controlador de tudo que acontece no celular. Ele detecta elementos externos e direciona ao sistema interno responsável por fazer funcionar esse estímulo, como, por exemplo, fones de ouvido e o próprio sinal de telefonia. Já o amplificador tem função de aumentar a potência desse elemento externo ao celular. Se você tiver um aparelho de baixa qualidade, esses mecanismos podem não captar nem amplificar bem o sinal e fazer sua chamada cair.
O contrário também acontece. Se o sinal na sua região for muito fraco, o microprocessador e o controlador (mesmo que sejam de boa qualidade) trabalham mais e se desgastam para tentar fornecer um bom sinal. Além de cortar sua ligação, eles consomem rapidamente a bateria do aparelho. O ideal é ter um celular bom e estar perto de uma torre.
Faltam torres de telefonia onde você está
Se você não mora em um centro urbano, talvez faltem torres de telefonia para você e seus vizinhos. Até o fim dos anos 90, as companhias telefônicas no Brasil eram públicas. Com as privatizações, o sucesso para as operadoras passou a se basear em projeções sobre renda per capita e quantidade de habitantes de uma região. Se sua cidade não parecer lucrativa o suficiente, as companhias provavelmente não investirão em equipamentos.
Apesar de a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ser responsável por regulamentar as relações entre empresas e consumidores com base na lei federal de telecomunicações (Lei 9.472), há um déficit de acesso à telefonia no Brasil. Desse modo, o interior do país sofre mais com quedas de ligação de celular e até mesmo falta de sinal do que as grandes cidades.
Em viagens de carro, a falta de torres no percurso pode ser também o fator que causa as quedas das ligações. Isso porque há legislações ambientais que obrigam as empresas a obter um licenciamento antes da instalação de equipamentos de telecomunicação —e, frequentemente, companhias não são autorizadas a instalar torres em reservas ambientais.
Zonas de sombra
Também viajando, pode ser que você não consiga finalizar uma ligação quando entra em um túnel ou quando passa entre morros e outras barreiras naturais. Esses bloqueios físicos são chamados de "zonas de sombra", locais em que o sinal telefônico não consegue penetrar.
"A sombra acontece quando nenhuma das três possibilidades de conexão de torres funciona", explica Castro. Se o túnel ou outro local fechado não tiver rebatedores de sinal (máquinas que servem como espelhos, replicando o sinal de fora para dentro do ambiente), não tem jeito. Será necessário procurar outro ponto para conseguir retomar a conversa.
Chuvas
Já percebeu que seu celular consegue prever o tempo (de um jeito ruim)? Às vezes, antes mesmo de começar a chover, o sinal falha e sua ligação cai. "As antenas de transmissão sentem a chuva antes de nós", diz Castro. Pela altura, as torres entram em contato com a água antes de quem está mais perto do chão. As ondas de radiofrequência, responsáveis pela realização de telefonemas móveis, se refletem na água e causam falhas ou fim de ligações.
As ligações de celular são feitas por um sistema no qual a antena recebe um pacote de informações, que são moduladas em seguida —como se fossem colocadas em um envelope — e mandadas para o ar em ondas eletromagnéticas. As antenas receptoras, do outro lado da linha, demodulam o sinal —tiram a informação do envelope — e entregam ao destino. Com a chuva atrapalhando as ondas de radiofrequência, pode ser que não dê para terminar o papo.
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