Estudo em humanos sugere que Crispr pode ser tratamento viável para câncer
Sem tempo, irmão
- Cientistas publicaram na "Science" resultados do primeiro teste usando Crispr contra câncer
- Glóbulos brancos foram editados e programados para agir contra tumores
- Resultado surpreendeu a comunidade científica, porque mostra que técnica não é prejudicial
- Teste é inicial e não prova que a ferramenta possa curar o câncer, mas avança
Cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, publicaram na revista "Science" os resultados do primeiro teste usando células editadas pela técnica Crispr para tratar pessoas com câncer —e os resultados surpreenderam a comunidade científica.
A pesquisa representa uma etapa muito inicial e não prova que a ferramenta possa curar o câncer, mas demonstra que a tecnologia não é prejudicial, o que é um avanço importante.
O grupo conseguiu modificar geneticamente o sistema imunológico de três pacientes que eram resistentes ao tratamento. O Crispr-Cas9 é uma tecnologia desenvolvida em 2010 que permite a edição do genoma sem causar efeitos secundários.
O teste foi anunciado em abril de 2019. Desde então, eles testaram usar a "tesoura genética" para editar linfócitos T, um tipo de glóbulo branco, retirados de pacientes com câncer, a fim de eliminar genes que impediam as células de fazer o seu trabalho no reconhecimento de tumores. Feito isso, as células imunes geneticamente modificadas foram reinseridas nos pacientes. Nove meses depois, essas células permaneciam no organismo sem causar efeitos secundários graves", segundo Edward Stadtmauer, médico da Universidade da Pensilvânia e responsável pelo estudo.
Em novembro, a equipe compartilhou online os resultados promissores do teste, observando que as células editadas ainda eram detectáveis no corpo dos pacientes e não haviam produzido efeitos colaterais negativos. O estudo, porém, não tinha sido validado por um processo de revisão científica.
"Até agora, não se sabia se as células T editadas pelo Crispr-Cas9 seriam toleradas e prosperariam uma vez reinfundidas em humanos", escreveu no artigo Jennifer Doudna, uma das pesquisadores e uma das criadoras da técnica Crispr. "A grande questão que o estudo não responde é se as células modificadas pelo Crispr são eficazes contra os cânceres avançados", diz.
"Tudo o que podemos afirmar é que temos a capacidade de fazer a modificação genética e reinjetar essas células de maneira segura", ressalta Stadtmauer.
A técnica faz parte de uma grande categoria de tratamentos chamada de imunoterapia, que tem mostrado eficácia na última década: ajuda o sistema imunológico a fazer o trabalho de combate ao câncer. Até o momento, ela é complementar a cirurgia, quimio e radioterapia.
A imunoterapia, principalmente a terapia CAR T, "tem demonstrado sua eficácia para pacientes que já não têm opções", disse Stadtmauer. "Infelizmente, mesmo com essa tecnologia, muitos pacientes não percebem melhoras", disse. (Com AFP)
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