Motorista de app xinga passageira que ofereceu R$ 4 por corrida no Amapá
A Polícia Civil do Amapá autuou por injúria um motorista de aplicativo, de 29 anos, suspeito de xingar uma passageira que ofereceu R$ 4 por uma corrida, no Centro de Macapá. Por mensagem, além de palavrões, o homem fala à vítima que ela merece um homem para espancá-la e diz para a mulher dar o dinheiro para a mãe dela levá-la, argumentando que o valor não se equivalia nem a um litro de gasolina.
O caso ocorreu em dezembro de 2019. A Polícia Civil conseguiu identificar e autuar o motorista na sexta-feira. Ele confessou o crime e assinou um termo circunstanciado, que é um registro de crime de menor relevância. O suspeito e a vítima aguardam audiência na Justiça. Se condenado, a pena poderá variar entre um a seis meses de detenção ou multa.
De acordo com o delegado da 6ª Delegacia de Polícia Civil, Leandro Leite, o caso ficou configurado como injúria porque os xingamentos se deram entre o suspeito e a vítima, sem a presença de terceiros, o que poderia caracterizar difamação. Em depoimento, o motorista ainda alegou que ofendeu a cliente porque era pressionado para chegar o local.
"Foram agressões gratuitas, sem necessidade e, inclusive, dizendo que a mulher precisava de um homem para bater nela. A vítima é bastante educada e não aceitou os xingamentos. O caso está encaminhado à Justiça e agora as partes esperam por uma audiência. Como foi um crime com pena menor de dois, abrimos um termo circunstanciado e não um inquérito", explicou o delegado.
De acordo com a vítima, uma professora de informática, de 37 anos, a corrida compreendia o trecho entre uma agência bancária na Avenida Cândido Mendes até a Secretaria de Estado da Educação (SEED), na Avenida FAB, no Centro da capital amapaense. O percurso abrangia pouco mais de um quilômetro e o valor ofertado era o sugerido pelo próprio aplicativo. Ela usou o InDriver, que permite ao passageiro indicar um valor por uma corrida. O motorista tem as opções de aceitar, rejeitar ou fazer uma contraproposta.
O suspeito aceitou, porém, segundo a vítima, não se dirigiu para o ponto inicial da corrida. Depois de uma espera de 20 minutos, a mulher decidiu ligar para saber o motivo da demora. Após finalizar a ligação, ela diz ter recebido as mensagens ofensivas.
No diálogo, o homem justifica que decidiu aceitar a corrida para "falar umas verdades" à passageira. Antes disso, ele ainda a xinga e não demonstra medo quando a cliente promete denunciá-lo à polícia. "Depois da ligação, quando eu pego o telefone, vejo as mensagens dele me xingando no WhatsApp. Eu fiquei assustada com os xingamentos e não fiz mais a corrida. Chamei outro motorista e não tive problemas. Logo após meus compromissos no destino onde eu pretendia ir, levei o nome e o número de telefone dele na delegacia", comentou a mulher que, por orientação da Polícia Civil, preferiu não se identificar.
A Polícia Civil não divulgou o nome do suspeito, contudo, o UOL conseguiu localizá-lo. Ele preferiu não se identificar porque teme ser prejudicado na busca de outro emprego e por ter duas filhas, mas confirmou o teor dos diálogos ofensivos e argumentou que era pressionado pela cliente, o que causou o estresse.
"Estava finalizando uma corrida de outro aplicativo. Nisso, ela me ligou duas vezes. A passageira que estava comigo na outra corrida me deu uma nota de valor alto e precisei correr atrás de troco, o que causou a demora. Essa professora continuou me ligando e mandei no WhatsApp logo umas verdades. Eu extrapolei, mas estava com estressado e com a cabeça quente. Cheguei até a pedir desculpa", contou o motorista.
Após o episódio, o suspeito diz se arrepender e que decidiu sair do aplicativo. "Me arrependo. Era para ter falado de outra forma, mas na hora não me deu conta. Foi um erro".
O UOL entrou em contato com a InDriver para buscar um posicionamento sobre os protocolos de relacionamentos a serem seguidos entre motoristas e passageiros, mas não houve resposta até a última atualização desta matéria.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.