Coronavírus: veja como limpar seu celular corretamente sem ferrar com ele
Sem tempo, irmão
- Objeto onipresente em nossas vidas, celulares podem abrigar diversas bactérias
- Organismos como coronavírus podem sobreviver até dias na superfície de objetos
- Álcool com concentração igual ou acima de 70% é o recomendável para limpá-lo
- Mas água ou álcool pouco concentrado podem estragar aparelho se entrar nas peças
Quando relacionamos vírus aos celulares, logo pensamos em programas feitos para, entre outras coisas, roubar os seus dados. Mas você sabia que o smartphone que você está usando nesse momento para ler esse texto pode ser um ótimo meio de transporte para o coronavírus?
Por serem levados para todos os lugares, celulares acabam abrigando diversos tipos de microorganismos. Mas, no caso do vírus que teve seu primeiro caso confirmado no país na última quarta-feira (26), a situação tende a ser ainda pior.
"Temos referências de estudos com outros tipos de coronavírus que mostram esses microorganismos podem sobreviver até dias na superfície de objetos, dependendo das condições de umidade. Partimos do princípio que o mesmo acontece com essa variação de coronavírus", explica Adriana Coracini, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Como o celular pode nos infectar?
Se uma pessoa infectada com o vírus usar o celular para falar em uma ligação, por exemplo, gotículas de saliva podem transportar o microorganismo para a superfície do aparelho.
Agora imagine uma situação trivial, como uma outra pessoa sadia pegando esse celular para ver um meme ou ouvir uma mensagem de voz. Ela pode acabar encostando naquela gotícula de saliva infectada e, eventualmente, levar a mão ao nariz ou à boca.
O resultado disso? Boas chances de termos mais uma pessoa infectada pelo coronavírus.
"Até onde se sabe, o coronavírus não é transmitido simplesmente pela pele. A infecção tem início por cavidades do corpo, especialmente nariz e boca, e o vírus busca sempre o sistema respiratório mais profundo, nas vias aéreas inferiores, o que gera quadros pneumônicos mais sérios", aponta Geraldo Duarte, ginecologista e membro da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infecto-Contagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
A recomendação para cortar essa cadeia de transmissão do coronavírus envolve medidas de higiene simples, como lavar bem as mãos, evitar o compartilhamento de talheres e limpar e desinfectar objetos usados com frequência como o seu smartphone.
Mas como limpar o seu aparelho de maneira eficiente sem que isso signifique uma sentença de morte para ele? Basta recorrer ao álcool. Mas não qualquer álcool.
Álcool gel, o seu melhor amigo
"Álcool com concentração igual ou acima de 70% e álcool gel são as substâncias mais recomendadas para higienização, porque eles já tornam o vírus inativo de imediato", explica Coracini.
A boa notícia é que você pode usar uma dessas substâncias para limpar, de forma efetiva, o seu celular. Mas nada de jogar o aparelho em uma tigela cheia de álcool ou besuntá-lo com álcool gel. Esse procedimento deve ser feito com cuidado para evitar que o aparelho saia danificado.
"O melhor a se fazer é ter dois panos, sendo um ligeiramente úmido e outro seco. Pode utilizar álcool 70% ou álcool gel para umidificar o pano, mas ele não pode estar encharcado ou pingando", diz André Castro, gerente de operações do Grupo PLL, assistência técnica especializada em reparos de celulares.
Em seguida, basta usar o pano seco para garantir que não vai sobrar nenhum excesso de álcool no aparelho.
Não vai estragar?
Uma dúvida comum é a possibilidade do uso de álcool gel para limpeza gerar manchas no aparelho. Como isso aconteceria? Se você deixar um excesso de álcool gel na superfície do aparelho. "Por isso há a recomendação de se utilizar um pano seco para finalizar a limpeza no smartphone", reforça Castro.
A limpeza usando o gel ou o álcool 70% pode ser feita em aparelhos dos mais variados materiais e até mesmo se houver uma película instalada na tela, bastando tomar cuidado para que o movimento de limpeza não a levante e acabe criando bolhas.
Essa dica de limpeza não se limita aos smartphones. Aparelhos de uso constante, como fones de ouvido, teclados e mouses de computador, controles de videogame, entre outros, podem ser limpos usando essa mesma técnica.
O que não usar
Se o álcool gel e o 70% são as melhores opções para para limpar e desinfectar o seu aparelho, o mesmo não pode ser dito do álcool com concentração menor que 70%. Por ter uma proporção maior de água em sua fórmula, essas versões de álcool hidratado demoram mais a evaporar e não são recomendadas, uma vez que podem escorrer até algum orifício do aparelho.
Esse é um dos motivos pelos quais não é recomendado usar um pano úmido com água e sabão no celular. Por mais que você passe um pano para secar o aparelho, ainda sobrará um pouco de líquido na sua superfície. E se o seu smartphone não for resistente à água, há a chance de ela causar danos.
E já que o assunto é álcool, há o álcool isopropílico. Trata-se de um álcool que tem uma composição diferente da do álcool convencional e que geralmente é usado para a limpeza de placas de eletrônicos justamente por evaporar e não deixar resíduos.
Parece ser uma ótima ideia utilizá-lo para limpar o celular sem risco de estragar o aparelho, não é mesmo? Pois o que ocorre é justamente o contrário. "Ele nunca deve ser usado para esse tipo de limpeza, já que tende a esbranquiçar o plástico. Isso pode causar manchas na carcaça do aparelho", aponta Castro.
E importante: a não ser que sejam indicados para a higienização de eletrônicos, mantenha produtos de limpeza longe do seu aparelho. Esses produtos, muitas vezes, têm uma formulação química mais agressiva, o que pode causar manchas e outros tipos de danos aos smartphones.
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