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Já tem app, robô e drone em cima: veja 10 inovações ao redor do coronavírus

Trabalhadores produzem máscaras de proteção para o rosto em meio à quarentena pelo coronavírus na cidade de Qingdao, na China - Liang Xiaopeng/Xinhua
Trabalhadores produzem máscaras de proteção para o rosto em meio à quarentena pelo coronavírus na cidade de Qingdao, na China Imagem: Liang Xiaopeng/Xinhua

Marcella Duarte

Colaboração para Tilt

02/03/2020 04h00Atualizada em 02/03/2020 10h37

Talvez estejamos à beira de uma pandemia de coronavírus mas a tecnologia pode nos ajudar a barrar o avanço da doença. Mais que isso: esse cenário assustador, que já contabiliza cerca de 2.700 mortes, está estimulando inovações e pesquisas.

Ao mesmo tempo, algumas pessoas não perderam a oportunidade de brincar com coisa séria ou de tentar ganhar dinheiro com mentiras. Pegadinhas, golpes e muitas fake news invadiram a internet. Tome cuidado com o que lê!

Separamos os dez principais fatos tecnológicos que estão surfando na onda do coronavírus.

1) App que diagnostica doenças rapidamente

Quer saber se está infectado pelo coronavírus, rapidamente e do conforto da sua casa? É só colocar um chip em sua boca e depois inseri-lo em um laboratório portátil, do tamanho de um cartão de crédito. Ele usa a saliva ou uma gota de sangue para diagnosticar diversas doenças infecciosas, incluindo também HIV e malária.

As informações são automaticamente transmitidas por meio de um aplicativo em seu smartphone, para uma equipe médica que analisará o caso. A tecnologia foi desenvolvida por Engenheiros da Universidade de Cincinnati (UC).

2) App que diz se você esteve próximo de um infectado

Seu smartphone pode avisar se você esteve no mesmo trem ou avião que alguém infectado pelo coronavírus. Ou se um familiar seu está doente. Mas, por enquanto, só funciona para os chineses —o aplicativo foi desenvolvido pelo próprio governo.

Basta digitalizar um código QR em algum aplicativo popular chinês, como WeChat, QQ ou Alipay. Depois, é preciso enviar seu nome, telefone e número de identificação emitido pelo governo. Se for detectado um "contato próximo", é enviado um alerta para ficar em casa e contatar autoridades médicas.

3) Drone que dá bronca se não usar máscara

"Por que você está sem máscara? Use uma ou volte para casa! E não esqueça de lavar suas mãos." Na China, drones com alto-falantes são usados para alertar pessoas que andam na rua sem proteção contra o coronavírus.

Não está claro quem está por trás da ação, que até parece saída de um filme. Pode ser o governo, alguma instituição de saúde ou um influenciador digital. Em algumas províncias, é proibido por lei sair sem máscara.

4) Doutor robô

Pessoas diagnosticadas com coronavírus nos Estados Unidos estão sendo tratados com ajuda de um robô. Isso evita ao máximo o contato com a equipe médica e reduz os riscos de espalhamento do vírus.

Os médicos observam o paciente através da câmera do robô, que também é equipado com um estetoscópio para extrair dados e monitorar os sinais vitais. O doente permanece em uma maca especial, em uma área isolada do hospital.

5) Hospital com conexão 5G

Conexão em alta velocidade, monitorização médica, consultas remotas, arquivos virtuais dos pacientes sincronizados, banco de dados organizados. Com tecnologia 5G, o dia a dia de um hospital pode ficar mais ágil e eficiente. Ainda mais quando se está lidando com uma epidemia.

A Huawei está instalando bases 5G em hospitais na China. Um dos primeiros a receber a tecnologia é o Hospital Huoshenshan (Vulcan Mountain), em Wuhan, que foi construído em apenas 12 dias, especialmente para tratar pacientes afetados pelo coronavírus.

No Brasil, algo assim não seria possível. O 5G ainda é um sonho distante: o leilão da Anatel só deve acontecer no segundo semestre deste ano e, com sorte, a tecnologia conseguirá ser implantada por aqui em 2021.

Além disso, leis em diversas cidades proíbem instalação de antenas de celular próximo a hospitais devido à emissão de radiação, que pode afetar os organismos fragilizados dos pacientes e até os aparelhos médicos. A restrição se estende a escolas e núcleos residenciais.

6) Fake news e teorias da conspiração

Curas mágicas, métodos de proteção bizarros, histórias mirabolantes sobre o surgimento do vírus... gente falando bobagem na Internet é o que não falta. Por isso, Facebook, Instagram, Twitter e Google precisaram interceder, limitando a disseminação de conteúdos enganosos, para conseguir conectar as pessoas às informações realmente úteis e verdadeiras.

Entre as ações realizadas, estão: checar a veracidade dos conteúdos, remover publicações indesejadas, enviar notificações para quem compartilha boatos, disseminar alertas da OMS (Organização Mundial de Saúde) e estudar dados de mobilidade que possam ajudar na previsão da propagação do vírus.

Na China, já rolaram casos de polícia. Pelo menos oito pessoas foram presas e 40 estão sendo investigadas pelo compartilhamento de fake news sobre o coronavírus no WeChat.

7) Anúncios enganosos

Dá para comprar, pela internet, a cura para o coronavírus? É o que alguns anúncios nas redes sociais querem fazer você acreditar. Eles vendem produtos "limitados", que curam ou previnem a doença; uma "oportunidade única", que cria senso de urgência na população. Facebook e Instagram implantaram uma política para proibir anúncios que se referem à doença.

8) Ataques hacker

Hackers aproveitaram a preocupação mundial com o surto de coronavírus para disseminar malwares. Arquivos que dizem conter "informações exclusivas" sobre a doença, em texto ou vídeo, na verdade carregam programas capazes de destruir, bloquear, modificar ou copiar dados de computadores e redes. Fuja de links e anexos suspeitos, principalmente aqueles com extensão .exe ou .ink.

9) Recorde de downloads

Imagine que você precise ficar semanas ou até meses sem sair de casa. O que você vai precisar, além de comida e água? Muitos aplicativos, é claro. Downloads bateram recordes na China, após a epidemia de coronavírus ter confinado cerca de 10 milhões de pessoas.

Apenas na primeira semana de fevereiro, os chineses baixaram mais de 222 milhões de itens na loja online da Apple. A maior parte são games e apps educativos. Já que é para ficar em quarentena, vamos nos divertir e aprender, certo? A média semanal de downloads durante as primeiras duas semanas de fevereiro foi 40% maior que a média do ano de 2019 inteiro.

10) Cadê o novo iPhone? A indústria da tecnologia está parando

Com uma epidemia batendo às portas chinesas, muitas fábricas pararam de funcionar. Um ambiente cheio de gente junta o dia todo é bem propício para disseminar o coronavírus. Algumas unidades da Foxconn, que produz o iPhone, ficaram quase um mês fechadas. O iPhone 9 pode até ter seu lançamento adiado por conta do atraso na produção.

Mas a gigante está tentando recuperar o tempo perdido. Um operário ganha, em média, 5.000 RMB (R$ 3 mil) e os iniciantes podem faturar apenas 1750 RMBs (R$ 900) pelo mês de trabalho. Mas, nesta fase, a empresa está oferecendo bônus de até quatro vezes o salário do trabalhador, para que ele volte a seu posto e cumpra metas agressivas, e abriu novas vagas.

A permissão para as fábricas operarem agora depende do cumprimento de diversas medidas profiláticas, como uso de máscaras, regras de higiene pessoal e desinfecção de áreas comuns a cada troca de turno. Em algumas cidades, a empresa precisa até oferecer transporte exclusivo para seus funcionários. Tais medidas podem ser cumpridas por grandes fábricas, como a Foxconn, mas representam um obstáculo para pequenos e médios fabricantes.

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