Xiaomi de loja oficial x não-oficial: preço dobra, mas quais as diferenças?
Sem tempo, irmão
- Celulares da loja oficial da Xiaomi no Brasil custam dobro do cobrado em marketplaces
- Aparelhos têm segurança maior na compra, personalização e garantia após venda
- Mas, comprar na loja oficial "mata" a questão do "custo-benefício" da chinesa
- Usuário precisa escolher entre custo baixo ou mais segurança ao adquirir um Xiaomi
A Xiaomi, marca de celular do "momento" no Brasil, tem uma certa particularidade: seus produtos têm um custo-benefício considerado excepcional pelos fãs da empresa. Contudo, quando a marca voltou oficialmente ao Brasil, esses preços aumentaram e tal fama ficou um pouco manchada.
Mas qual a diferença entre comprar celulares Xiaomi de forma oficial e no mercado paralelo ou marketplaces? Bom, vamos começar pelo exemplo monetário. Tomarei como base o celular Mi Note 10, um dos lançamentos recentes da Xiaomi no Brasil. Seu processador não é top de linha (um Snapdragon 730G), mas vem com uma câmera quíntupla traseira incluindo uma lente de 108 MP.
No site oficial da Xiaomi, com produtos importados ao Brasil pela DL Eletrônicos, ele custa R$ 6.071. Em marketplaces —incluindo alguns hospedados dentro do site da Amazon— o preço do mesmo celular pode chegar a R$ 2.700. Ou seja, menos da metade. Os preços foram pesquisados em 18 de fevereiro.
A disparidade de grana é clara e até absurda. Claro que trazer um celular por vias legais ao Brasil requer maior investimentos e gastos, que se transformam em preços mais caros ao consumidor. Mas existem motivos para pagar o dobro do valor no mesmo celular?
Consultamos a DL para tentar entender que garantias, seguranças e benefícios o consumidor tem ao comprar o celular da Xiaomi pelo canal oficial. Os motivos ditos pela revendedora vão de garantia de produtos originais, personalização para o Brasil e até assistência técnica.
Nota fiscal não é fria
A Xiaomi adotou no Brasil um modelo de importação oficial com intermediários, em vez de cuidar de toda a operação, como fazem Samsung, LG, Motorola e outras. De qualquer forma, comprar um Xiaomi oficial dá a segurança de que o produto, teoricamente, não vem com uma "nota fria" e existe uma garantia de que vai recebê-lo.
E no marketplace? Bem, recentemente, o Governo de São Paulo fechou o cerco contra marketplaces que vendiam produtos da Xiaomi sem pagar impostos e ilegalmente no Brasil. Poucos meses após isso rolar, uma famosa loja de revenda de produtos da Xiaomi - não a oficial - sumiu e deixou clientes que pagaram por celulares sem receber o produto adquirido.
Por casos como esses, o consumidor que comprar com a Xiaomi/DL terá mais segurança de que receberá um aparelho legalizado.
Compatibilidade e personalização
Os celulares vendidos pela Xiaomi/DL diferem dos importados por marketplaces também na personalização e atualização para recursos do Brasil. Há questões como o plugue da tomada do carregador e até melhoramentos para que o aparelho funcione no 4G brasileiro.
"Esses produtos [de marketplaces] vêm com um plugue de tomada que não é no padrão brasileiro e podem enroscar. Temos notado também a presença de aparelhos que não são tão compatíveis com o 4G nacional. Esses aparelhos acabam vindo sem a banda 28 e podem prejudicar o uso. O Brasil é específico devido à banda 28, então nós temos entrado com uma versão Brasil", explica ao Tilt Luciano Barbosa, diretor do projeto Xiaomi no Brasil.
Além disso, os aparelhos trazidos pela DL ao país vêm com a língua totalmente em português, recebendo também outras adaptações à localização nacional. Os produtos do "ecossistema Xiaomi", como lâmpadas e afins, também são testados para garantir a qualidade deles com o português nacional e funcionar com o Mi Home, ecossistema da casa inteligente da marca.
São citados ainda casos de produtos importados que chegam com o padrão 220 V de tomada. Eles vão funcionar nos estados brasileiros com tensão 110 V (como SP, RJ e outros), mas terão vida útil menor, de acordo com a DL, que costuma trazer apenas produtos no padrão 127 V.
Garantia no pós-venda: o que está incluso?
O que mais importa ao consumidor acaba sendo a garantia e assistência de produtos após a venda. Ou seja, aquela velha história do que fazer se der ruim no smartphone comprado.
Quando a Xiaomi não vendia oficialmente no Brasil, os consumidores que compravam por importação precisavam enviar o celular para fora do país se tivessem algum problema com ele. E enquanto esperam, ficam sem poder usá-lo por semanas ou até meses. Isso mudou com a DL.
"No pós-venda temos ligações feitas pelo 0800, não paga código, não paga retorno do aparelho. Ainda tenho a garantia de componentes originais na assistência. Suponhamos que quebrei a tela. Tenho certeza que estão colocando uma tela genuína, original e que não vai matar o brilho do aparelho", conta Barbosa.
O telefone 0800 oferecido pela DL funciona para qualquer lugar do Brasil. Mas a importadora repara os celulares apenas na sua fábrica em Santa Rita do Sapucaí (MG). Ou seja, quem quiser consertar um aparelho terá que enviar e aguardar o retorno dele.
A empresa diz que fornece um código de envio de postagem que pode ser rastreado. Assim, o usuário coberto pela assistência não paga nem o envio e nem a devolução do produto. Barbosa aponta que o tempo de reparo na fábrica costuma ser de apenas um dia, mas que a logística do transporte e dos Correios altera o tempo que o usuário fica sem o smartphone.
É importante ainda lembrar que os reparos mais comuns de celulares não são cobertos pela Xiaomi. Entre eles, problema com água, tela quebrada e afins. O usuário terá que pagar pelo conserto do produto, a menos que sejam problemas mais graves como falhas funcionais de fábrica. Tilt pediu à assessoria da Xiaomi os valores dos reparos, mas não recebeu as informações até o fechamento dessa matéria.
Produtos originais
Um outro ponto que vale mais para outros produtos da Xiaomi é a possibilidade de falsificação. Em celulares isso é mais difícil, mas em acessórios como fones de ouvido e pulseiras, a representante oficial da empresa chinesa no país diz que tem visto um volume grande de itens não originais. Os produtos importados, mais caros, dão a certeza do consumidor de serem originais.
Conclusão: vale a pena?
Bom, é preciso levar em conta alguns pontos. A compra fora da loja oficial envolve um risco que você passa para ter um celular pela metade do preço. Entre os riscos, estão até a possibilidade de nem receber o aparelho ou outras coisas mais pontuais, como incompatibilidade de algumas funções no Brasil.
A compra na loja oficial tem a garantia da assistência técnica no pós-venda com componentes originais. No entanto, como os problemas mais comuns dos brasileiros não são cobertos pela garantia você ainda terá que gastar um dinheiro extra para arrumar o smartphone —além de já ter pago o dobro do preço nele inicialmente.
Nesse pensamento, a conclusão é de que vale comprar na loja oficial se você quer ter segurança ao comprar um celular da Xiaomi. Mas não vale se você quiser aproveitar realmente o que ficou conhecido como "custo-benefício" da marca chinesa. E esse "custo-benefício" virá bem carregado de riscos e incertezas.
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