Deu Tilt #2: Impressora 3D nos dará novos órgãos e, quem sabe, vida eterna
Falta pouco para termos órgãos feitos em impressora 3D. Quer trocar de pele? Imprimir pode ser o futuro. "A pele é o primeiro órgão que teremos [com a técnica]", acredita Janaina Dernowsek, CEO da BioEdTech e da Bio.inn, especialista em impressão de tecidos.
Ao lado do colunista Ricardo Cavallini, o Cava, e de Bruno Aragão Rocha, médico radiologista do time de inovação do Grupo Fleury, ela comenta o impacto de novas tecnologias na medicina, no segundo episódio do nosso podcast de ciência e tecnologia, o "Deu Tilt" (ouça no arquivo acima o programa).
"Nós utilizamos a tecnologia de bioimpressão de tecidos para reproduzir e recapitular algumas funções biológicas", explicou Dernowsek. "Você imprime uma pele humana sintética exatamente igual a uma pele humana e usa para testar cosméticos, tratamentos contra o câncer ou reproduzir tumores, por exemplo. Isso já está sendo testado mundialmente." (a partir de 26:01 no programa acima)
Um dos objetivos, diz a especialista, é chegar a uma droga específica para cada paciente, que forneça um tratamento personalizado. E, dentro de algumas décadas, é bem provável que os órgãos passem a ser impressos e transplantados. "A ideia é realmente reproduzir o órgão inteiro, a funcionalidade inteira sistêmica, para poder transplantar e diminuir a lista de espera dos transplantes." (a partir de 28:00)
O humorista Carioca (Márvio Lúcio) perguntou: É possível fazer um fígado novo para o Zeca Pagodinho? A especialista ressaltou que isso ainda não é uma realidade. "Mas os esforços estão acelerados, não só no Brasil, mas no mundo todo". Existe dois desafios principais: o tecnológico, de produzir a peça numa escala perfeita, e o químico, de alcançar materiais compatíveis. (a partir de 28:36)
"Nós precisamos de materiais que sejam fáceis de manipular para passar por um bico de extrusão, por exemplo. Esses materiais na biologia, na biotecnologia, são as células, as proteínas e polímeros compatíveis, biopolímeros, biocerâmicas e até materiais particulados que tenha uma função de otimizar essa nossa biotina [células vivas, como a célula-tronco]." (a partir de 29:24)
Já existem, no entanto, vários materiais verificados, que não causam rejeição, tecidos impressos —"a gente pode até chamar de aglomerados de células" — e a expressão de algumas funções, inclusive a vascularização.
E o cérebro, vamos ter um dia? "Acredito que sim, porém a memória envolvida acredito que não", disse a especialista. (a partir de 37:54)
Mas, pela ordem, deveremos ter antes pele, córnea, traqueia, uretra, cartilagem, glândulas... provavelmente então teremos fígado e rim. (a partir de 39:00)
*
Podcasts são programas de áudio que podem ser ouvidos a qualquer hora e lugar —no computador, smartphone ou em outro aparelho com conexão à internet. Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição. Você pode ouvir Deu Tilt, por exemplo, no Spotify, na Apple Podcasts, no Deezer e no YouTube.
*
Referências citadas:
- Nova vida para Jacira
- Luva para o maestro João Carlos Martins
- https://www.biofabricacao.com/
- https://www.bioedtech.online/
- Bruno Aragão
- Amanda Amorin Nunes, pesquisadora no CTI (cti.gov.br)
- Felipe Marques, CEO da BioArchitects
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.