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Coronavírus: este guia vai te ajudar a não ser um babaca na internet

Por um tempo nossa principal forma de comunicação será o digital; que tal deixar esse ambiente melhor?  - Getty Images
Por um tempo nossa principal forma de comunicação será o digital; que tal deixar esse ambiente melhor? Imagem: Getty Images

Gabriel Francisco Ribeiro

De Tilt, em São Paulo

08/04/2020 04h00

Sem tempo, irmão

  • Por um tempo, nossa principal comunicação será (mais ainda) online
  • Já existem influenciadores fazendo desafios bestas e pessoas compartilhando fake news
  • Para não ser um babaca nas redes sociais, tente evitar pânico e descrença
  • Relações tendem a ficar mais agressivas no ambiente digital

Com o isolamento e o distanciamento social sugeridos pelas principais autoridades de saúde por causa do coronavírus, as relações humanas ficarão, por um tempo, mais ainda dependentes da internet. Mas agora que dependemos mais das redes sociais para evitar a solidão, veio um problema: vamos nos irritar mais frequentemente com o que outras pessoas fazem online.

Nas redes sociais, já começamos a ter até um novo tipo de polarização: o time da histeria contra o time que está em pânico com a Covid-19. Além disso, já tivemos alguns casos de influenciadores que estão aproveitando a pandemia para lançar desafios ou tentar ganhar seguidores em cima do assunto sério. Nada ok, tá?

Como as relações online são menos pessoais, são mais acentuadas e até agressivas. Na internet, todo mundo é "feroz", como apontou recentemente ao Tilt Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação.

"As pessoas se sentem mais bravas e mais corajosas, e isso acontece muito pelo fator distanciamento. A partir do momento que você não está em contato direto, todo mundo é um pouco mais corajoso no WhatsApp, no email", disse.

É em vista disso tudo que preparamos um guia básico para você não ser a pessoa babaca do seu grupo na internet, seja no WhatsApp, Instagram ou Facebook.

Não tente ganhar seguidores com a pandemia

Como dizemos, influenciadores digitais estão chamando a atenção usando o contexto do coronavírus, mas de jeitos errados: poses nada naturais e até sensuais de pessoas utilizando máscaras; um "desafio do corona" para lamber tampa de privada; e tutorial de maquiagem por cima da máscara de proteção, entre outros.

Desafios do bem e educativos, contudo, são mais do que bem-vindos. Recentemente, tivemos um que ensinava como lavar a mão, algo importantíssimo para evitar o contágio.

Não seja alarmista nem machão

Bom, a pandemia existe e é algo real. O que não precisamos é de pessoas alarmistas ou pessoas que não acreditam em nada causando por aí.

Sim, o coronavírus tem uma taxa de mortalidade baixa e afeta mais os idosos, sendo normalmente apenas uma "gripe mais forte". Por outro lado, seu poder de contágio moderado tem causado o temor da superlotação de hospitais.

Você não precisa ser nem a pessoa que diz que "vamos todos morrer" e nem a que fala que "esse vírus não existe". Mantenha a calma e não espalhe pânico ou alarmismo, já que deixar os outros desesperados não é nada agradável e pode causas problemas psicológicos. Ao mesmo tempo, proteja as pessoas mais vulneráveis —os mais idosos ou portadores de outras doenças.

Pare de compartilhar notícia falsa e teoria da conspiração

"A China inventou o coronavírus e espalhou no mundo". Por mais que não haja nenhuma evidência disso, informações do tipo circulam pelo WhatsApp e outras redes sociais. Da mesma forma, circulou um vídeo de um suposto "químico autodidata" dizendo coisas absurdas como que o álcool em gel não era eficaz, mas vinagre sim. Mentira, ok?

Aqui vale a mesma dica da época da eleição: na dúvida, não compartilhe. Cheque alguma informação antes de compartilhar em grupos. Veja se algum site confiável deu. O que não faltam são pessoas sem ter o que fazer nesses tempos.

Não seja monotemático em grupos ou redes sociais

"Coronavírus isso, coronavírus aquilo, coronavírus acolá". Não seja monotemático nas suas redes sociais e grupos de WhatsApp. Compartilhe outras coisas. Sim, informação é importante nesse momento, mas informação em demasia pode causar angústia em muitas pessoas. Mantenha um nível razoável de postagens sobre a Covid-19.

Procure (e compartilhe) notícias boas

Não podemos ficar aterrorizados a todo instante. Por isso, procure notícias boas sobre a pandemia e compartilhe com as pessoas. Acredite: isso ajuda a melhorar o psicológico aterrorizante que temos sentido no momento.

E olha que não faltam notícias boas nesse momento. Apesar do vírus ser novo, cientistas já fizeram inúmeros avanços. Aqui temos dois textos que mostram um pouco disso:

Apoie grupos de ajuda

A internet também tem a parte boa: correntes de solidariedade. Pequenos comércios e trabalhadores informais são os primeiros que vão sofrer com o coronavírus, tendo grande efeito nos ganhos. Compartilhar correntes —desde que sejam confiáveis, claro— sobre isso é uma forma de ajudar quem precisa.

Isso vale também para outras correntes como a de ajudas a idosos e afins. Ajude pessoas que demonstrem solidão e depressão.

O distanciamento social vai contra o que psicólogos sempre recomendam para pessoas que possam sofrer depressão. Nesse momento, é possível que o problema possa aflorar em muita gente, somado à angústia e ansiedade causadas pela incerteza em relação ao futuro —seja da própria saúde, seja de familiares, seja de emprego ou outros.

É provável que seja mais comum posts de pessoas desabafando em redes sociais. Afinal, essa será uma das poucas maneiras de fazer isso por um tempo. Não tripudie ou julgue estes posts: tente identificar quem demonstre solidão e ajude essas pessoas, mesmo que remotamente.

Cuidado com vírus e golpes virtuais

Nesse momento de aflição, não faltam pessoas mal intencionadas. Já inventaram malware de computador chamado coronavírus, já colocaram arquivos maliciosos em mapas falsos sobre o avanço da epidemia e até criaram um golpe elaborado para assaltar casas fingindo ser médico.

Todo cuidado é pouco. É hora de se precaver também com o que clica e com o que compartilha.

Distraia-se com outras informações

Não deixe a cabeça alucinada só com notícias de coronavírus. Procure se distrair. Jogue um videogame, assista uma série, leia um livro, procure notícias de outros assuntos. Vale qualquer coisa. Deixar a mente com uma sobrecarga de informações sobre a pandemia causará efeitos horríveis no seu bem estar.

Vale lembrar que sites e aplicativos liberaram vários conteúdos grátis para as pessoas usarem enquanto estão em isolamento ou na quarentena. Isso é excelente para fugir do tédio e também para tirar a cabeça da paranoia envolvendo o virus.

Está liberado rir com memes (só cuidado com sofrimento alheio)

A vida não pode ser só tristeza, então está liberado rir com memes. Inclusive do coronavírus —ou "corongavírus", para os mais íntimos do Twitter. Só cuidado para não rir do sofrimento alheio, tá?

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