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Como o prédio mais alto do mundo dribla vento e terremotos para não cair?

Rodrigo Lara

Colaboração para Tilt

09/04/2020 04h00

Não é novidade nenhuma que Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, é um lugar propenso a exageros. E, mesmo nesse cenário, há algo que se destaca: o edifício Burj Khalifa, que com seus 828 metros de altura e 160 andares detém o título de maior edifício do mundo. O fato de algo tão imenso ficar em pé é uma vitória da engenharia.

A sua construção começou em 2004 e levou quase seis anos, consumindo algo em torno de US$ 1,5 bilhão. Ao mesmo tempo, enfrentou diversos desafios técnicos. Um dos principais diz respeito à estabilidade: afinal, como fazer com que algo tão grande se mantenha firme mesmo durante tempestades de areia com ventos fortes?

Um dos segredos para que o Burj Khalifa se mantenha estável é a sua fundação. Somente ela consumiu mais de 45 mil metros cúbicos de concreto. Somando o concreto e o aço usado nessa fundação, ela pesa mais de 110 mil toneladas.

Como é de se esperar, o número se mantém superlativo quando falamos do edifício. Ao todo, o prédio usou 330 mil metros cúbicos de concreto e 39 mil toneladas de aço. Para levar o concreto cada vez mais para o alto, foram necessárias bombas especiais. O enchimento de lajes era feito apenas à noite, para evitar as altas temperaturas do dia.

Se isso já garante boa parte da estabilidade, o formato do edifício também contribui para isso: ele tem um formato em "Y" invertido —e ainda vai se afinando até o topo. Além disso, as superfícies verticais não são lisas, mas contam com uma espécie de degraus conforme os andares vão subindo.

Pode parecer uma opção estética, mas esse formato foi a forma escolhida para lidar com o vento, que durante uma tempestade no deserto pode chegar a dezenas de quilômetros por hora.

A ideia aqui é evitar que, ao atingir o Burj Khalifa, o vento forme vórtices muito definidos, o que poderia estressar partes específicas da estrutura. Esse objetivo é atingido ao fazer com que o fluxo de ar encontre superfícies em formatos e ângulos variados e, com isso, seja "quebrado" de maneira desorganizada.

O vento pode balançar o Burj Khalifa? E terremotos?

Sim, e isso acontece. Nos andares mais altos ele pode oscilar em até dois metros. Mas, esse movimento é previsto e não representa um risco à estrutura. Além disso, o prédio é resistente a terremotos e boa parte disso provém dos chamados "andares mecânicos".

São espaços do prédio que, além de abrigarem maquinário para garantir, entre outras coisas, o funcionamento do sistema de ar-condicionado, contam com estruturas estabilizadoras que conectam as colunas externas do prédio à estrutura interna.

Como o prédio "acende" à noite?

Além de deixar o fluxo de vento "desorganizado", o exterior do Burj Khalifa também abriga um sistema de LEDs de enormes proporções. Ao todo, são 1,2 milhão de LEDs espalhados pela fachada do prédio, o que faz com que ele funcione como uma espécie de painel de TV.

O sistema usa 72 km de cabos e é controlado por uma central que determina quais desenhos e ilustrações aparecerão na fachada.

Qual é a velocidade máxima dos elevadores do Burj Khalifa?

Os elevadores do prédio atingem os 35 km/h. Isso permite chegar ao 124º andar, que é onde fica o observatório do prédio, em apenas um minuto.

Toda quinta, Tilt mostra que há tecnologia por trás de (quase) tudo que nos rodeia. Tem dúvida de algum objeto? Mande para a gente que vamos investigar.

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