Após denúncia, Facebook vai alertar usuários sobre fake news de coronavírus
O Facebook anunciou que os usuários da rede que tiveram contato com informações falsas sobre o coronavírus — seja por meio de posts, compartilhamentos ou vídeos — receberão avisos pop-up sobre o conteúdo. Seria uma resposta a uma pesquisa da Avaaz sobre o impacto da desinformação na rede social.
Os alertas irão redirecionar o usuário para uma página da OMS que contém informações verdadeiras sobre a covid-19. Segundo o Facebook, a ação deve ter início "nas próximas semanas".
A empresa também incluiu uma nova seção no seu centro de informações do Covid-19 chamado Get the Facts, com artigos verificados que desmascaram informações erradas sobre o coronavírus.
As novidades também foram compartilhadas pelo executivo-chefe do Facebook, Mark Zuckerberg, em seu perfil.
Resposta à Avaaz
O anúncio do Facebook é uma resposta após uma pesquisa feita pelo site Avaaz divulgada na quarta-feira (15) mostrar que a rede social não tinha nenhum mecanismo de controle sobre a exposição de usuários a informações falsas sobre a doença. O Facebook rejeita os resultados do estudo.
Os pesquisadores da Avaaz analisaram uma amostra com mais de 100 exemplos de desinformação em seis idiomas sobre o coronavírus no Facebook. As postagens foram compartilhadas 1,7 milhão de vezes e foram visualizadas, aproximadamente, 117 milhões de vezes nos seis idiomas, apesar de já terem sido checadas por verificadores de fatos independentes.
Em resposta, na terça (14), o Facebook retirou 17 das postagens sinalizadas pela Avaaz que acumularam 2,4 milhões de visualizações estimadas.
Segundo o relatório completo (em inglês), declarações como "os negros são resistentes ao coronavírus" e "o coronavírus é destruído pelo dióxido de cloro" foram distribuídas para milhares de pessoas.
De acordo com a Avaaz, o Facebook podia levar até 22 dias para colocar mensagens de aviso nos conteúdos de desinformação sobre o coronavírus. Cerca de 41% dos exemplos analisados permaneciam na plataforma sem qualquer mensagem de alerta e, quando havia avisos sobre conteúdo enganoso, eles não eram aplicados igualmente em todos os idiomas.
O trabalho de combate à desinformação da Avaaz não se resume ao coronavírus: nos últimos meses a organização já acusou que o YouTube estava com desinformação sobre o clima; que inverdades no Facebook sobre a corrida eleitoral americana deste ano já ultrapassam 150 milhões de visualizações; e que uma rede pró-Bolsonaro nas redes sociais alcançou 12,6 milhões de interações no Facebook nas eleições de 2018, divulgando boatos sobre fraude em urnas.
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