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Facebook permitia direcionar anúncios para interessados em 'pseudociência'

A rede social se diz comprometida com o combate às informações falsas  - Johanna Geron/Reuters
A rede social se diz comprometida com o combate às informações falsas Imagem: Johanna Geron/Reuters

De Tilt, em São Paulo

23/04/2020 20h01

Uma investigação do site The Markup revelou que, ao mesmo tempo em que se comprometia a combater informações falsas, o Facebook permitia que anunciantes direcionassem propagandas para pessoas interessadas em "pseudociência". A categoria continha mais de 78 milhões de pessoas.

Após questionamentos, a rede social eliminou a categoria na quarta-feira (22). "Removemos essa opção para evitar potenciais abusos nas propagandas", afirmou um porta-voz do Facebook para o site The Verge.

De acordo com o The Markup, um dos anúncios exibidos para esse público era um chapéu que supostamente protegeria seu cérebro da radiação dos telefones celulares — nos Estados Unidos, uma das teorias da conspiração mais divulgadas sobre o novo coronavírus é que ele se propagaria através da tecnologia 5G.

Na semana passada, Mark Zuckerberg fez uma postagem em seu perfil sobre as medidas que a rede social tem tomado para combater notícias falsas sobre a pandemia: "uma das minhas maiories prioridades é garantir que você veja informações corretas e bem fundamentadas em todos os nossos aplicativos."

De acordo com o CEO, só em março 40 milhões de postagens relacionadas à covid-19 receberam advertências e foram linkadas com artigos feitos por checadores independentes. "Depois de ver as advertências, 95% das pessoas evitaram visualizar o conteúdo original", afirmou Zuckerberg.