Hospitais buscam na tecnologia soluções para prevenir que covid se espalhe
Diante da pandemia de covid-19, hospitais ficam cada vez mais lotados e o risco de contaminação no ambiente aumenta. Diante de tantas dificuldades para combater a doença, a tecnologia tem sido um aliado importante. No Brasil, alguns equipamentos inovadores já estão em ação.
Na semana passada, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Enebras, empresa especializada em ar-condicionado, lançaram o sistema Atmus, que auxilia a prevenir a propagação do vírus no ambiente hospitalar.
Com apoio da Embraer, que ajudou na elaboração de desenhos técnicos, o Atmus controla a pressão do ar nos quartos do hospital de pacientes infectados com o coronavírus. Ele faz com que a pressão fique abaixo da dos demais ambientes do hospital. Assim, o ar dos corredores pode entrar no quarto, mas o ar contaminado do cômodo não se espalha para outros lugares.
O ar do quarto passa por um filtro de alto desempenho e por lâmpadas germicidas do tipo UVC, sendo expelido para os demais ambientes sem os agentes contaminantes. O filtro do aparelho é da categoria HEPA (High Efficiency Particulate Arrestance), com alta eficiência na separação de partículas.
Além disso, o Atmus é portátil, o que permite a mobilidade dentro do hospital. O sistema já está em funcionamento no Einstein, com 170 aparelhos.
"É uma alternativa rápida para criar áreas de isolamento provisório e acessível a todos os hospitais, incluindo os públicos e de campanha. Nosso objetivo agora é aprimorar o sistema para reduzir o custo e o prazo de fabricação, para que seja montado facilmente por outras empresas no Brasil", afirmou, em nota, o engenheiro Fábio José, da Enebras.
Desinfectando o chão
De acordo com os responsáveis pelo Atmus, ele reduz a possibilidade de contágio dos profissionais de saúde que mantêm contato com o paciente. A iniciativa é oportuna, já que uma recente pesquisa do Centro para o Controle de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) diz que amostras retiradas dos sapatos dos médicos testaram positivo para o vírus.
Outra iniciativa voltada para desinfectar o chão estreou no final de março, na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SP). A entidade recebeu do Instituto de Física da USP [Universidade de São Paulo] dois rodos UV-C para a descontaminação dos pisos do hospital.
O equipamento emite radiação ultravioleta (UV), que evita a propagação do vírus por meio dos sapatos de quem circula no hospital. Os rodos devem ser passados durante um minuto em cada metro quadrado da superfície. Isso faz com que a capa proteica e o material genético de qualquer vírus sejam destruídos.
Robôs na saúde
No Brasil, o robô de telepresença Double vêm atendendo pacientes em instituições de saúde como Hospital das Clínicas, em São Paulo, Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, no Rio de Janeiro, e o Mãe de Deus e o Moinhos de Vento, ambos em Porto Alegre. Composto por um tablet com câmera, eles são usados por funcionários do hospital para fazer a triagem de pacientes, eliminando o risco de contágio.
Desenvolvido em 2014, um robô da empresa dinamarquesa UVD Robots também é um dos aliados no combate ao coronavírus. Hospitais chineses passaram a usá-lo no final de março para a desinfecção de hospitais. Assim como o rodo criado pela USP, o equipamento emite luz ultravioleta que consegue destruir bactérias, microorganismos e vírus como o da covid-19.
Já em Cingapura, cientistas criaram um robô que imita os gestos humanos para ajudar os profissionais do serviço de limpeza. O XDBOT (sigla para "Robô de Extrema Desinfecção") usa um braço articulado, movimentado por controle remoto. O equipamento chega a locais difíceis de limpar, como debaixo das camas ou das mesas de um escritório.
Criado por cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), o robô também contém um tubo para higienizar grandes superfícies. Ele é comandado por um computador ou tablet, o que reduz o risco de uma infecção pelo vírus.
O governo do estado de Kerala, na Índia, está usando o Sayabot, da empresa Asimov Robotics, para que eles distribuam máscaras cirúrgicas e álcool gel, além de orientá-las sobre o risco do coronavírus, medir a temperatura das pessoas e desinfetam os telefones celulares de quem precisar.
Em um hospital da região italiana da Lombardia, Tommy, fabricado pela Omitech, monitora as informações de cada doente e as repassa para a equipe médica. Além disso, os pacientes conseguem, por meio do robô, gravar mensagens que também são ouvidas pelos médicos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.