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FBI acusa hackers da China de atacar pesquisa do covid-19 e promete provas

Uma vacina contra a covid-19 não deve ficar pronta nos próximos meses - Getty Images
Uma vacina contra a covid-19 não deve ficar pronta nos próximos meses Imagem: Getty Images

Helton Simões Gomes

De Tilt, em São Paulo

14/05/2020 11h58

Organizações que pesquisam métodos de combate da covid-19 estão sendo sofrendo ataques cibernéticos promovidos por hackers ligados à China, acusou o FBI em comunicado conjunto com o Departamento de Segurança Doméstica (DHS, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

Os órgãos não apresentaram provas, mas afirmaram em informe publicado nesta quarta-feira (13) que instituições e empresas que pesquisam vacinas, tratamentos e testes para o coronavírus deveriam reforçar a segurança digital para proteger suas descobertas.

Os setores de assistência médica, farmacêutica e de pesquisa que trabalham com a resposta COVID-19 devem estar cientes de que são os principais alvos dessa atividade e tomar as medidas necessárias para proteger seus sistemas. Os esforços da China para atingir esses setores representam uma ameaça significativa à resposta de nossa nação ao COVID-19
FBI e DHS, em nota conjunta

Pelo DHS, assina o comunicado a Agência de Segurança e Segurança Cibernética e Infraestrutura (CISA, na sigla em inglês). Ainda que não tenham exibido evidências, os dois órgãos prometeram apresentar detalhes técnicos das ameaças nos próximos dias.

O FBI diz já investigar como essas investidas estão afetando organizações do país. Além de "atores cibernéticos afiliados à República Popular da China", a política federal norte-americana mira agentes "não-tradicionais". Afirma ainda que a atuação deles coloca em risco a segurança das curas encontradas.

Esses atores foram observados tentando identificar e obter ilicitamente dados valiosos sobre propriedade intelectual e de saúde pública relacionados a vacinas, tratamentos e testes de pessoas envolvidas com pesquisa relacionada ao covid-19. O possível roubo dessas informações compromete a entrega de opções de tratamento seguras, eficazes e eficientes

Segundo as autoridades, esses ataques cibernéticos acontecem desde o dia 3 de janeiro de 2020, antes mesmo de o primeiro caso do coronavírus ser detectado no país.

Não é a primeira vez que algum órgão governamental norte-americano denuncia campanhas contra pesquisadores. Em 5 de maio, a CISA publicou um aviso conjunto com o Centro Nacional de Cibersegurança do Reino Unido (NCSC, na sigla em inglês). Sem sinalizar a conexão com a China, os dois órgãos informaram ter detectado uma tentativa massiva de roubo de senhas de pesquisadores e instituições de pesquisa.

Outro desses informes já havia sido feito em 8 de abril. Dessa vez, a situação é diferente devido ao envolvimento do FBI. Enquanto a CISA monitora ameaças cibernéticas à infraestrutura física e digital do país, a política federal combate atividades de inteligência estrangeira e de espionagem contra os EUA.

A entrada do FBI na luta contra as supostas ameaças chinesas às pesquisas de covid-19 dá corpo às declarações do presidente Donald Trump. Na segunda (11), ele afirmou "não estar feliz com a China" devido aos rumores de que FBI e DHS divulgariam denúncias contra o país asiático.

No mesmo dia, o ministro das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, rebateu as acusações:

A China é uma forte defensora da segurança cibernética e vítima de ataques cibernéticos (?) Combatemos firmemente todos os tipos de ataques cibernéticos conduzidos por hackers. Estamos liderando o mundo no tratamento do covid-19 e na pesquisa de vacinas. É imoral atacar a China com boatos e calúnias na ausência de qualquer evidência