Astrônomos descobrem asteroide inédito e estranho próximo a Júpiter
Sem tempo, irmão
- Astrônomos detectaram objeto que é mistura de asteroide com cometa
- É a primeira vez que objeto do tipo ativo, raro, é visto na órbita de Júpiter
- Ele faz parte do grupo de asteroides troianos de Júpiter
- Acreditava-se que todos do grupo estavam inertes e teriam bilhões de anos
- Nasa prepara missão para investigar asteroides troianos no fim da década
Astrônomos observaram pela primeira vez um estranho objeto espacial situado próximo a Júpiter. Batizado de 2019 LD2, o corpo celeste é uma mistura de um asteroide com um cometa e surpreendeu os responsáveis pela pesquisa.
Esse objeto faz parte do grupo chamado de "asteroides troianos de Júpiter", que são um grande grupo de objetos pequenos que orbitam Júpiter e que estão inertes. No entanto, a nova descoberta espantou cientistas por ser o primeiro do tipo considerado "ativo" - nunca antes cientistas haviam observado um asteroide troiano de Júpiter ativo.
A descoberta foi feita com o telescópio da Nasa (agência espacial norte-americana) Atlas, operado pela Universidade do Havaí e que varre o céu em busca de asteroides ou outros objetos que possam causar perigo para a Terra. Segundo cientistas, este em questão não é nenhuma ameaça, mas sim "muito interessante".
Este novo objeto descoberto foge totalmente dos padrões até agora para asteroides troianos. Acreditava-se que todos os objetos do tipo que rodeiam Júpiter haviam sido capturados pela órbita do planeta há bilhões de anos e, por isso, estariam inativos, já sem qualquer resquício de gelo na superfície.
O 2019 LD2, contudo, conta com uma "cauda", típica de cometas. Ele foi visto pela primeira vez como um asteroide quase apagado em junho de 2019, mas observações posteriores indicaram características de cometa para o objeto. A visualização mais recente dele ocorreu em abril de 2020, o que mostra que o objeto está ativo há no mínimo um ano.
"Nós acreditamos por décadas que os asteroides troianos poderiam ter grande quantidade de gelo abaixo de suas superfícies, mas não tínhamos evidências até agora. O Atlas mostrou que essas previsões envolvendo o gelo devem estar corretas", aponta Alan Fitzsimmons, da Queen's University Belfast, que colaborou na pesquisa.
Asteroides ativos são algo raro de se ver, mas esta descoberta de um troiano de Júpiter se tornou inédita.
Entre as hipóteses para o comportamento do 2019 LD2, cientistas citam a possibilidade de Júpiter ter capturado o objeto recentemente de alguma órbita distante onde o gelo poderia ainda sobreviver na superfície.
Outra teoria é de que o planeta possa ter sofrido um impacto de outro asteroide, expondo gelo que poderia estar enterrado embaixo de camadas de rochas de proteção.
A Nasa conta com uma missão nos planos para investigar asteroides troianos, preparada para ocorrer entre 2027 e 2033.
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