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#fail: Por que a ficção científica não botou fé nos robôs em uma pandemia?

Stefan Keller/ Pixabay
Imagem: Stefan Keller/ Pixabay

Thiago Varella

Colaboração para Tilt

31/05/2020 04h00

Nas últimas semanas, trouxemos diversas histórias aqui no Roblog mostrando como os robôs estão sendo úteis durante a pandemia de covid-19 que o mundo está enfrentando. No entanto, os robôs estão longe de serem decisivos no combate à doença.

Os humanoides, ou mesmo a inteligência artificial, não estão efetivamente salvando a vida de ninguém, seja substituindo o trabalho de médicos ou encontrando a cura para o novo coronavírus. A razão para isso é simples: a tecnologia ainda não está tão avançada.

Mas, segundo um professor da Universidade Texas A&M, nos Estados Unidos, mesmo na ficção científica, os robôs ocupam apenas um papel de apoio nas pandemias.

"Não é particularmente convincente ter um robô para salvar o dia. Acho que um dos pontos que vemos na ficção científica é que todas as histórias de pandemia foram motivadas por personagens, sobre médicos ou indivíduos salvando todos", disse Robin Murphy, que dá aulas de ciências da computação na Texas A&M, em entrevista ao site Inverse.

Agora, não é porque os robôs não são os heróis da história que eles não ocupam um papel importante.

Eles surgem na literatura como ajudantes na medicina em 1909, na história "The Machine Stops", de E.M. Forster. No conto, um robô funciona como uma ferramenta de telemedicina, ajudando um médico humano a examinar um paciente a distância.

Em 1960, Michael Crichton, autor de "Jurassic Park", escreveu uma história sobre uma pandemia em que robôs eram usados para manusear e descartar material contaminado.

Há dois anos, Theodore Sturgeon escreveu um conto em que drones detectam um surto emergente em um cortiço bem a tempo de impedir uma epidemia.

Como se vê, na literatura de ficção científica, desde muito tempo, robôs são usados em epidemias, mais ou menos da mesma maneira como estão trabalhando na pandemia de covid-19.

Segundo Murphy, a ficção científica é feita para explorar as implicações futuras de nossa tecnologia, mas, mais importante, é projetada para espelhar nossas próprias ações e sociedades.

"Pessoalmente, acho maravilhoso ver na vida real que robôs estão sendo usados da ficção científica; que o uso auxiliar dos robôs pode ser profundo. As coisas que você considera óbvias talvez sejam as que podem fazer a maior diferença", disse Murphy ao Inverse.