iOS 14 chegou! Apple se inspira no Android para arrumar sua "zona" de apps
O iOS 14, novo sistema operacional para iPhone, foi apresentado nesta segunda-feira (22) com recursos que tentam melhorar a "zona" diária do seu celular. Enquanto alguns deles contêm uma certa pitada de Android, como widgets e vídeos em segundo plano, outros como o App Clips e CarKey são mais interessantes para quem já vive na realidade da vida conectada.
Segundo a Apple, o novo software será liberado para os celulares a partir do iPhone 6S. Ele deve ser disponibilizado para usuários do iPhone a partir de setembro, depois do anúncio dos próximos celulares da marca.
As novidades do iOS foram mostradas na WWDC 2020, que ocorreu neste ano de forma totalmente virtual por causa da pandemia do coronavírus. Em vez das apresentações tradicionais no palco, Tim Cook, executivo-chefe da Apple, e outros funcionários apareceram no streaming com vídeos gravados anunciando as novidades.
Confira abaixo o que muda:
Apps mais organizados?
Sabe aquela zona no celular com vários aplicativos espalhados por inúmeras telas? Pois é, a Apple quer dar um jeito de resolver isso. O iOS 14 contará com um recurso chamado "App Library". Esse novo espaço organiza automaticamente os aplicativos, principalmente os que ficam escondidos nas últimas páginas do celular, em coleções.
O recurso permite que o usuário "esconda" páginas da tela principal, e o sistema gera uma organização automática. Ao fazer isso, os aplicativos são organizados em novas páginas como "sugestões", "jogos", "adicionados recentemente", entre outras. Os apps ainda ficam organizados por ordem alfabética nessa "biblioteca de aplicativos".
Widgets de diferentes formas
Uma "pitada" de Google na apresentação do novo iOS foi o redesenho completo das funções de widgets —aqueles recursos que mostram funções de aplicativos direto na tela inicial, sem precisar abrir o app em si. Presentes há tempos no Android, os widgets passaram a ser adotados nos últimos tempos pela Apple e agora ganham ainda mais relevância.
A função ganhou design totalmente novo e bem semelhante ao que já ocorre no sistema rival. Agora, os widgets podem ser personalizados em vários tamanhos dentro da tela inicial do iPhone e em meio aos apps.
Será possível, por exemplo, adicionar widgets como "tempo", "notas", "relógio" e outros em diferentes designs e tamanhos junto às pastas com seus apps —os aplicativos automaticamente se reorganizarão, da mesma forma que já ocorre quando você move um aplicativo.
Vídeo em segundo plano
Tem mais recurso que já estava no Android? Tem sim: agora (finalmente) dá para ver vídeos em segundo plano no iPhone. Ao abrir um vídeo, você poderá sair da visualização em tela cheia e deixar o vídeo rolando no canto da tela enquanto usa algum outro aplicativo.
A Apple não deixou claro se todos os vídeos funcionarão desta forma ou apenas de alguns aplicativos específicos. Ao menos no Android, os principais streamings como Netflix e Amazon Prime Video suportam essa função em alguns modelos.
App Clips: "parte dos apps"
A novidade mais interessante da Apple foi o que ela chama de "App Clips". Esse novo recurso muda a nossa relação com os aplicativos, com o usuário aparentemente podendo usar "partes dos apps" sem precisar baixar o aplicativo completo.
Sabe quando você precisa só usar um recurso do app e sabe que precisará baixá-lo e depois deletá-lo? É exatamente para esses momentos que a empresa acha que a funcionalidade fará sentido —e, a princípio, parece estar correta.
O App Clips, segundo a Apple, é uma parte rápida e leve de um aplicativo maior —o recurso precisa conter no máximo 10 MB. Ele funciona surgindo em forma de card na tela e, com esse card, você abre a funcionalidade do aplicativo.
É possível abrir um aplicativo dessa forma a partir de um link na web, do NFC (tecnologia por aproximação) e de QR Code. A Apple até criou um recurso chamado "Apple Clip Code" específico para o recurso.
A intenção da empresa é que tanto desenvolvedoras de aplicativos usem a novidade oferecendo partes pequenas do seu produto —como liberar um carro no estacionamento, por exemplo— quanto empresas que não necessariamente tenham um app. O exemplo dado foi para restaurantes que não tenham aplicativos próprios, mas que possuam presença nas outras plataformas.
A novidade pode ser vista como uma resposta da Apple às versões Lite de aplicativos no Android, mas seu potencial é muito maior ao permitir que pequenas partes de aplicativos sejam usadas sem que o usuário precise baixar o aplicativo completo. O Google trabalha com algo parecido ao Clips chamado "Instant Apps", mas que ainda não emplacou muito.
Siri, Mapas e mais
Outros recursos normalmente atualizados pela Apple também ganharam novidades. É o caso da Siri: a Apple diz, como sempre, que ela está "mais inteligente e funcional. A assistente deverá entender melhor dicção, por exemplo, e não vai mais tomar toda a tela do celular ao acioná-la, apenas uma pequena área.
Já o Mapas —aquele aplicativo que ninguém usa e que acaba nunca conseguindo alcançar o Google Maps— ganhará uma função de "guia" de cidades e localidades pelo mundo.
As mensagens também foram melhoradas, com novos estilos para o Memoji (aqueles emojis que simulam o rosto das pessoas). Além disso, as mensagens ganharam requintes de WhatsApp, como marcação de contatos específicos em conversas em grupo.
Mais uma novidade da empresa é que finalmente será possível buscar por emojis no teclado do iOS —basta começar a digitar o que você procura no emoji como "coração" que sugestões vão aparecer.
Outros produtos também mudam
Além do iPhone, a Apple apresentou novidades para outros produtos: iPad, Apple Watch, Apple TV, Mac...
O iPad, assim como o iPhone, ganhará melhorias no design de aplicativos para aproveitar a tela maior do tablet. A intenção é facilitar o controle rápido e a movimentação dos aplicativos.
O tablet ainda terá mais suporte para a escrita manual com o Apple Pencil —algo que a Samsung já desenvolveu bem nos últimos anos com a caneta S Pen. No caso do iPad, um recurso chamado Rabisco vai converter o conteúdo escrito à mão em texto.
Já os fones de ouvido AirPods Pro serão atualizados e recebem um novo recurso de "áudio espacial" para som 3D. Ainda haverá uma nova alternância automática entre dispositivos. Se você estiver ouvindo algo no iPhone e começar a reproduzir um vídeo no laptop, o áudio será automaticamente transferido para o computador.
Outro recurso interessante foi chamado de "CarKey". É uma maneira de desbloquear o carro sem fio com o iPhone, por meio da tecnologia NFC. Depois de emparelhar seu iPhone ou Apple Watch com um carro compatível com CarKey, se você quiser destravá-lo, basta segurar o aparelho perto de um leitor NFC que esteja no seu carro (por exemplo, a maçaneta).
Você será solicitado a se autenticar com o Face ID ou o Touch ID antes que o carro seja desbloqueado, ou você pode configurar o Express Mode para ignorar a autenticação biométrica. Você também pode compartilhar o acesso com outras pessoas por meio do iMessage.
O Apple Watch, por sua vez, poderá finalmente rastrear seu sono nativamente. É talvez um dos recursos mais solicitados desde que o Apple Watch foi introduzido em 2015. A Apple diz que o recurso permitirá definir um horário para dormir e um despertador, usando o alarme de vibração existente do Apple Watch.
Um dos anúncios mais esperados também foi confirmado no evento: a Apple agora fabricará seus próprios chips para Macs, chamados Apple Silicon. Anteriormente, a companhia era dependente da Intel.
Nos computadores e macbooks, o novo sistema será chamado de Big Sur. Ele traz a maior reformulação desde a introdução do macOS 10, de acordo com a Apple. Big Sur empresta vários elementos do iOS da Apple, incluindo o Centro de Controle, onde você pode alterar o brilho e Não Perturbe, e um novo centro de notificação, que agrupa as notificações relacionadas. Vários aplicativos receberam mudanças, incluindo Mail, Fotos, Notes e iWork.
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