Novo lote de satélites caçará piratas e contrabandistas a partir do espaço
Uma empresa de inteligência quer lançar no espaço três satélites "super-heróis" que ajudarão a combater a pirataria, a caça ilegal e o contrabando. A própria companhia leva o nome de um dos personagens da Marvel, HawkEye 360 (ou Gavião Arqueiro, em português), e desenvolve tecnologia capaz de identificar e geolocalizar emissões de radiofrequências na Terra diretamente do espaço.
A empresa tem três satélites com essa função em órbita desde 2018, mas acredita que cada novo lançamento melhora sua capacidade de rastrear crimes. Até o fim do ano, ela quer lançar esses três novos satélites em uma missão da SpaceX.
"Temos visto atividades de navios piratas em todo o mundo. Nós conseguimos analisar o contrabando de petróleo do Irã para a Síria, identificar um acúmulo de tropas chinesas no Vale de Galwan, e contribuir com um entendimento mais profundo sobre as tensões crescentes ao longo da fronteira entre a Índia e a China", exemplifica o executivo-chefe da companhia, John Serafini, em entrevista ao "Futurism"
"Ajudamos os guardas florestais no Parque Nacional Garamba [no Congo] a monitorar sua vasta paisagem quanto à caça ilegal de animais silvestres", acrescenta.
Segundo Serafini, a estrutura da empresa já permite o monitoramento de todas as partes do globo, mas o tempo de resposta ainda precisa ser melhorado. O lançamento desse novo "combo" de três satélites vai ajudar a HawkEye 360 a melhorar a capacidade de identificar a localização exata de um sinal.
"Antes os satélites de imagem visível estavam apenas no domínio de governos, mas agora existem muitos fornecedores comerciais. O HawkEye 360 está aumentando as capacidades do governo, fornecendo uma fonte útil de dados comerciais [de radiofrequência]", disse Serafini.
A HawkEye 360 já trabalha com autoridades governamentais que incluem o Pentágono e o Escritório Nacional de Reconhecimento dos EUA.
A meta da empresa é ter uma frota de 21 satélites circulando a nossa órbita nos próximos anos. Isso vai fazer com que o tempo de revisão de cada local diminua para 45 minutos. Isso dificultaria que caçadores invadissem o Parque Nacional Garamba, por exemplo, matassem um animal protegido e fugissem com o troféu.
"Com nosso 'cluster' [aglomeração de satélites] atual, já podemos coletar dados em qualquer lugar do mundo várias vezes por dia. Mas precisamos de revisões mais rápidas para permitir o rastreamento de navios piratas ou aumentar a densidade de dados para realizar análises mais ricas", conclui Serafini.
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