Já dá para imprimir carne! Startup russa testa técnica na ISS com sucesso
Se depender da startup russa 3D Bioprinting Solutions, a carne ou frango que você consome irá parar na sua mesa depois de ser impressa. E tem mais: em um futuro próximo será possível substituir até partes danificadas do seu corpo por outras novinhas também produzidas por impressoras em 3D.
Parece papo de ficção científica, mas um artigo publicado na semana passada na Science Advances mostra que a tecnologia de impressão de tecidos animais está avançando bem. O estudo detalha um experimento feito a bordo da ISS (Estação Espacial Internacional, sigla em inglês) realizado em 2018, mas que só veio à tona com a publicação do artigo.
O cosmonauta russo Oleg Kononoenko foi encarregado de imprimir células de cartilagem humana com gravidade quase zero usando uma máquina chamada "Bioprinter Organ.Aut". O equipamento foi montado pela 3D Bioprinting Solutions.
A máquina usa ímãs para permitir que as células flutuem no local, em um processo que os pesquisadores chamam de "bioassemblagem levitacional magnética".
"As ondas magnéticas ou os campos são controlados para que possamos mover as células para onde queremos, para que elas montem estruturas de tecidos mais complexas", disse Utkan Demirci, codiretor do Centro Canary de Detecção Precoce de Câncer em Stanford e coinventor do processo, em entrevista à Space.
O designer-chefe da 3D Bioprinting Solutions, Vladislav Parfenov, contou que também foram realizados outros experimentos no espaço para produzir glândula tireóide de ratos, biofilmes bacterianos tridimensionais, carne e ossos.
O sucesso do experimento é importante porque vai dar, no futuro, autossuficiência às tripulações que viajarão no espaço por longos períodos de tempo e para destinos cada vez mais distantes.
Segundo os pesquisadores, a bioimpressora poderá ajudar um tripulante a substituir uma parte do corpo humano e também a imprimir alimentos para pessoas que viajam para outros planetas.
A 3D Bioprinting Solutions já está trabalhando com a norte-americana KFC para imprimir frango. A rede de fast-food quer criar o primeiro laboratório de produção de "nuggets" (ou frango processado) do mundo a usar essa técnica.
Eles tecnicamente não seriam um produto para consumo de vegetarianos, já que seriam originados de células de frangos reais, mas a KFC diz que a abordagem é mais ética e ambientalmente correta, por reduzir a necessidade de criação de animais.
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