Meteoro, meteorito, cometa: o que é que você está buscando no céu, afinal?
Diversas rochas espaciais, de tamanhos variados, convivem em relativa harmonia em meio aos planetas e luas de nosso Sistema Solar. Elas estão sempre em movimento, e diariamente visitam a Terra sem que a gente perceba. Apenas alguns desses objetos, por seu tamanho e trajetória, representam ameaças ao nosso planeta —como os asteroides e meteoritos. Há ainda aqueles que nos presenteiam com belos espetáculos, como os cometas, meteoros e bólidos. Sendo assim, vale aprender a diferenciar cada corpo celeste.
Entenda qual é qual —e qual deles é possível observar, como o cometa Neowise, que está visível em boa parte do Hemisfério Sul nesta semana, inclusive no Brasil.
Cometa
Um cometa é, basicamente, uma enorme bola de gelo sujo. Poeira cósmica microscópica, partículas rochosas maiores e gases congelados, como amônia, metano e sódio, formam seu núcleo.
Quando ele se aproxima do Sol, os gases se aquecem e passam, diretamente, do estado sólido para o gasoso (sublimação), sendo expelidos junto com grãos de poeira cósmica - essa é a "cabeleira" flamejante do cometa.
Os ventos solares, então, fazem com que a cabeleira seja jogada para trás do núcleo (na direção oposta ao Sol), criando a cauda brilhante característica.
Do nosso ponto de vista, um cometa parece que está parado; ele não cruza o céu deixando um rastro de luz.
Se vista de perto, a cauda de um cometa é dupla: uma faixa, colorida, é formada pelos gases, a outra, mais amarelada, é a poeira incandescente.
É como um caminhão-caçamba, que vai derrubando terra pela estrada. Quando todo o material primordial se esgota, ele pode se tornar um tipo de asteroide conhecido como cometa rochoso.
Um cometa tem uma órbita bem alongada pelo sistema solar, nos visitando de tempos em tempos, sem penetrar na atmosfera da Terra. Há mais 4.000 cometas conhecidos.
Meteoroide
Qualquer objeto sólido relativamente pequeno e de origem natural, como fragmentos de rochas, que consegue entrar em nossa atmosfera recebe o nome de meteoroide.
São partículas em geral de até 1 metro de diâmetro, que estão vagando pelo universo sem órbita definida.
Se o meteoroide sobrevive à entrada na atmosfera, recebe o nome de meteorito.
Se ele se quebra em diversos pedacinhos ou é vaporizado ao se aproximar da Terra, o fenômeno luminoso resultante é chamado de meteoro.
Meteoro
Meteoros são as populares estrelas cadentes. Pequenos pedaços de rochas e poeira espacial, que queimam ao entrar na atmosfera da Terra em alta velocidade.
Em geral eles são inofensivos, do tamanho de um grão de arroz, e se desintegram bem antes de atingir o solo.
Isso pode acontecer em qualquer planeta ou lua com atmosfera densa o suficiente para gerar fogo na partícula - que pode ser um fragmento de um asteroide ou cometa.
Os meteoros maiores e mais brilhantes também são chamados de bólidos ou bolas de fogo, como o que foi visto em Goiás nesta semana.
Sempre que vemos um rastro de luz contínuo no céu, é um meteoro.
Um rastro fugaz e rápido, que em alguns casos pode apresentar cores, indo do esverdeado, avermelhado até azulado - devido à composição química desses objetos.
É muito comum, principalmente durante o inverno e outono, com a atmosfera mais limpa, as pessoas confundirem rastros de avião com meteoros ou até cometas.
As chuvas de meteoros Eta Aquáridas e Orionídeas, por exemplo, são compostas por resquícios do Cometa Halley. Elas acontecem todos os anos, quando a Terra, em seu movimento de translação em torno do Sol, cruza a órbita do cometa, onde flutua uma trilha de destroços e poeira - deixada nas passagens anteriores do Halley ao longo de milhares de anos.
Meteorito
Um meteorito, sim, pode causar danos. Qualquer pedaço de rocha espacial com até 10 metros de diâmetro que consegue se chocar com a superfície da Terra é um meteorito.
Em 2013, ao se desintegrar, um pequeno asteroide gerou centenas de pequenos meteoritos e uma onda de choque tão intensa que danificou casas e deixou mais de mil pessoas levemente feridas, na Rússia.
Estima-se que cerca de 15 meteoritos atingem a superfície terrestre diariamente - mas a maioria ou é muito pequena ou cai nos oceanos e regiões inabitadas, podendo formatar até crateras e montanhas.
Há o famoso "meteorito brasileiro", chamado Bendegó, o 16º maior já encontrado no mundo, com 5,36 toneladas. Ele foi encontrado no sertão baiano, em 1784.
A maioria das crateras da Lua, inclusive, foi formada pelo impacto de meteoritos e asteroides. Como lá não há erosão e nem água, todos os impactos são visíveis.
Mas não se preocupe: você tem mais chances de ser atingido por um tornado, um raio e um furacão, todos ao mesmo tempo, do que por um meteorito. A probabilidade de alguém morrer pelo impacto deste é de 1 em 1.600.000.
Asteroide
Os asteroides são, basicamente, rochas gigantes. Reminiscentes do processo de formação dos planetas rochosos, eles podem chegar a centenas de quilômetros e até ter seus próprios satélites naturais.
É o corpo celeste com maior potencial de destruição. A Terra sofreu diversos impactos de asteroides ao longo de bilhões de anos, inclusive o que teria causado a extinção dos dinossauros.
Há cerca de 800 mil asteroides em nosso sistema solar - a grande maioria compõe um cinturão localizado entre Marte e Júpiter, relativamente próximo à Terra. Mas apenas uma dúzia deles está classificada como ativos, com risco de nos atingir em um futuro mais ou menos distante, como o Bennu e o Apophis.
Assim como os cometas, os asteroides possuem uma órbita bem definida, porém reduzida, pelo sistema solar. O maior problema é que, a cada vez que um deles se aproxima da Terra, pode atravessar um temível "buraco de fechadura" - pequenas áreas no campo de gravidade dos planetas que "puxam" objetos menores para perto, alterando a trajetória deles e criando rotas de colisão.
O resultado não é uma colisão imediata. Mas, na passagem seguinte, pode acontecer um impacto devastador. Por isso, diversos pesquisadores se debruçam para conseguir prever essas aproximações e encontrar maneiras de impedir um evento catastrófico.
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