Quer ajudar a causa? Entregadores fazem manual para o 2º dia de protesto
Os entregadores de aplicativos de delivery vão fazer, neste sábado (25), a segunda paralisação nacional exigindo melhores condições de trabalho quem trabalha para apps como iFood, Rappi, Uber Eats e Loggi. Para que a população possa ajudar na mobilização, alguns ativistas postaram nas redes sociais "manuais" sobre como as pessoas podem ajudar no movimento.
Afirmando que "o apoio da população é fundamental", os entregadores pedem que os usuários façam um "vomitaço" em todas as postagens das páginas dos apps. A ideia é que os apoiadores deixem de seguir os perfis oficiais dos aplicativos nas redes sociais e façam comentários em todas as publicações.
Além disso, os entregadores pedem que a população não use os aplicativos no dia da paralisação e "aproveitem para fazer aquela comidinha caseira". "Em apoio aos entregadores faça sua receita e poste com a hashtag: #BrequeDosAPPs #1DiaSemAPP", diz a publicação da página @tretanotrampo no Instagram.
Para aqueles que não podem ficar sem o delivery de jeito nenhum, os entregadores pedem que quem apoia o movimento compare as taxas de entrega cobradas e o valor recebido pelos entregadores, e compartilhe o resultado nas redes sociais.
"Pediu comida pelo app? Quando o entregador chegar, peça para comparar a sua tela com a dele, aí você pode ver quanto pagou pela taxa de entrega e quanto ele está recebendo. Geralmente, os apps ficam com metade de taxa!", diz uma das postagens.
Outra sugestão dos manifestantes é imprimir e colar cartazes na porta de suas casas ou estabelecimentos comerciais para que os entregadores possam ver o apoio. Os ativistas também pedem que as pessoas compartilhem os materiais nas redes sociais.
Por fim, os ativistas solicitam que as pessoas divulguem o movimento com a tag #BrequeDosAPPs no Facebook, Instagram e Twitter. Para isso, convocaram um "twittaço" para as 12h. Os manifestantes ressaltam que "a paralisação não é sobre político A ou B", mas por condições melhores de trabalho para toda a classe.
Criatividade a favor da paralisação
A página @designativista, do Instagram, criou uma maneira para que a população possa participar da paralisação. A sugestão é para que pessoas criativas ajudem a "amplificar as vozes do movimento".
Para isso, eles pedem para que apoiadores produzam uma arte sobre o tema e compartilhem nas redes sociais com as tags #DesignAtivista e #BrequeDosApps. Além disso, solicitam a quem já fez artes na paralisação do dia 1º de julho que editem a publicação para incluir a nova data do movimento.
Movimento Breque dos Apps
Parte dos entregadores de delivery irá realizar neste sábado a segunda paralisação nacional com exigências a apps como iFood, Rappi, Uber Eats e Loggi, em um novo desafio à chamada "economia de bico" no Brasil. A principal reclamação é sobre a precariedade do trabalho, que muitas vezes envolve trabalhar muito e ganhar pouco.
Entre as exigências estão reajustes do valor recebido por entrega —que atualmente varia entre R$ 4,50 e R$ 7,50, segundo os entregadores—, reajuste anual para o serviço, tabela de preços construída entre entregadores e aplicativos, entrega de EPIs, apoio contra acidentes e uma avaliação com relação aos programas de classificação dos entregadores, usados por alguns apps.
No dia 1º de julho, muitos trabalhadores da categoria, que cresceu durante a pandemia de covid-19, paralisaram as atividades e realizaram atos em São Paulo, Rio de Janeiro, São Luiz, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Salvador, Teresina e Maceió, assim como em outras cidades populosas como Campinas (SP).
O que os apps dizem
Em contato com Tilt, o iFood afirmou que "respeita os direitos democráticos, à manifestação e à livre expressão", além de se dizer aberto ao diálogo. Além disso, apontou que já atende à maioria das reivindicações feitas pelo movimento, entre elas o valor mínimo de R$ 5 por entrega, distribuição de equipamentos de proteção e oferecimento de seguro de vida e contra acidentes.
Já a Rappi também disse respeitar as manifestações e se mostrou disposta a melhorias operacionais. A empresa esclarece que o valor do frete varia em diversos fatores (clima, dia da semana, horário, entrega, distância, complexidade) e relata ter as seguintes práticas:
- Seguro de vida e contra acidente desde o ano passado;
- Parcerias para oferecer descontos aos entregadores, como em 80 restaurantes, e planos de saúde, troca de óleo, aulas de inglês etc;
- Programa de pontos para trazer "reconhecimento, preferência aos melhores prestadores de serviço para que tenhamos uma melhor entrega de experiência aos clientes finais". Depois de protestos, o programa de pontos mudou para ser mensal e não mais semanal;
- Distribuição de EPIs como máscara e álcool em gel;
- Criação de um fundo para apoiar financeiramente entregadores com sintomas ou confirmação de covid-19;
- Disponibilização de um canal para questionar bloqueios.
A Uber Eats afirmou que não irá se posicionar sobre a paralisação.
Contatada, a Loggi não se manifestou até o fechamento da reportagem.
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