Google admite que celular Android repassa dados de outros apps para empresa
O seu Android pode estar passando para o Google informações sobre como você interage com outros aplicativos e serviços que não pertencem à gigante de tecnologia, tais como Instagram, Facebook, WhatsApp. É o que diz uma reportagem publicada na quinta (23) no The Information, site americano especializado em tecnologia. O Google admitiu a prática, mas diz que outros desenvolvedores também têm acesso ao recurso.
Segundo a notícia, um programa interno do Google conhecido como Android Lockbox, uma ferramenta dentro dos serviços móveis do Google (Gmail, YouTube, Maps etc.), dava a funcionários da empresa acesso a dados confidenciais sobre outros aplicativos que rodam no seu smartphone, incluindo a frequência com que eles são abertos por você e por quanto tempo você os usa.
Algumas dessas informações teriam sido usadas pelo Google para monitorar aplicativos concorrentes e ajudar a empresa a planejar seus apps e serviços. Fontes ouvidas pelo "The Information" afirmam que o método foi usado no planejamento do Shorts, concorrente do TikTok.
A publicação ainda afirma que o Android Lockbox consegue informações mais úteis quando os usuários concordam em compartilhar esses dados com o Google durante o processo de configuração do Android. Durante a configuração, o usuário é informado que aceitar os termos ajuda a oferecer uma experiência mais personalizada. Mas ao concordar, também estaria dando à empresa o poder de usar seus dados para monitorar concorrentes.
O que diz o Google
Na própria reportagem do "The Information", o Google confirma ter acesso aos dados de aplicativos concorrentes, mas afirma que outros desenvolvedores também têm, porque o programa é público.
Além disso, afirma não ter acesso a informações sobre como as pessoas se comportam enquanto usam outros aplicativos, e que dados coletados são anônimos e não são pessoalmente identificáveis. A empresa disse ainda que a coleta de dados é informada aos usuários e que eles têm controle sobre ela.
Ao The Verge, um porta-voz da empresa afirmou que desde 2014 o recurso tem sido usado por desenvolvedores do Google e do Android para analisar e melhorar serviços. Segundo a empresa, as informações de uso de aplicativos são usadas para alocar a energia da bateria para apps usados com frequência, para os recursos de Bem-Estar Digital e para melhorar a descoberta de aplicativos na Play Store.
Tilt procurou o Google para saber se o posicionamento da empresa descrito nas reportagens do Information e do Verge também valem para o Brasil. Esta notícia será atualizada com a resposta da empresa.
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