Fim da briga? Uber inclui categoria de táxis pela 1ª vez no app do Brasil
Sem tempo, irmão
- Uber passará a ofertar viagens de táxi na cidade de São Paulo
- É a 1ª vez que taxistas podem entrar no aplicativo após anos de briga no Brasil
- Aplicativo não informou se novo recurso será expandido a outras cidades
- Taxistas podem se cadastrar a partir da próxima semana pelo app Uber Driver
- Uber se junta a 99 e Cabify, que já ofertavam essa opção anteriormente no país
Se antes taxistas brigavam com a Uber, agora eles podem fazer parte da plataforma: a empresa anunciou nesta quinta-feira (30) que passará a ofertar a categoria de táxis no Brasil. A nova opção de viagem começará a ser disponibilizada inicialmente na cidade de São Paulo.
Segundo a empresa, todos os taxistas credenciados na prefeitura podem baixar o aplicativo da Uber para motoristas (Uber Driver) e iniciar o cadastro na plataforma a partir da próxima semana.
A Uber, assim, se junta aos aplicativos de mobilidade 99 e Cabify, que já possuem serviços de táxi no Brasil integrados com os carros sob demanda comuns. Esta será a primeira vez que a Uber irá ofertar táxis em seu aplicativo brasileiro —antes da pandemia, o país era um dos principais mercados da companhia.
Fora do Brasil a Uber já conta com inclusões de taxistas em algumas cidades, mas isso não é tão comum. Na América Latina, apenas Santiago, no Chile, conta com essa opção. Cidades como Tóquio, Madri, Atenas e Seul também têm a modalidade. Ao todo, são cidades específicas em 22 países no mundo, entre os 69 em que a Uber opera.
A plataforma não deixou claro se o recurso funcionará apenas em São Paulo ou se pretende expandir para outras cidades do Brasil. A categoria Uber Black continua disponível no app da Uber, apesar de ela poder competir com a de táxi principalmente em valores.
Na capital paulista, táxis contam com algumas vantagens que atraem consumidores, como a possibilidade de poderem trafegar na faixa exclusiva para ônibus —em horários de pico, usuários costumam usar isso para fugir do trânsito. Outro ponto citado é que a adesão de táxis pode atrair mais usuários corporativos.
"O Uber Taxi é um pedido recorrente dos nossos clientes corporativos, que gostariam de poder usar esse serviço contando com ferramentas como o compartilhamento de viagens em tempo real e outros recursos de segurança do aplicativo", diz Claudia Woods, diretora geral da Uber no Brasil.
A novidade estará disponível entre as outras opções de viagem e será identificada por um ícone amarelo, apesar de em São Paulo os táxis carregarem a cor branca, o que pode confundir principalmente quem não está acostumado com a cidade.
Cadastro e segurança
Segundo a Uber, o cadastro de taxistas envolverá os mesmos requisitos feitos a motoristas, com adições de outros: CNH, documento do carro, alvará, Condutax e passar por verificação de segurança, como checagem de antecedentes.
O app ainda aponta que o preço das corridas irá seguir a tabela de tarifas determinada pela legislação municipal. Ao final de cada viagem, o taxista precisa inserir no app o valor calculado pelo taxímetro para que seja feita a cobrança —por enquanto, serão aceitos somente meios de pagamento digitais.
Por causa do taxímetro, o valor informado ao usuário antes da corrida não será exato como costuma ocorrer em viagens com outras modalidades do app, mas sim uma variação entre números —por exemplo, entre R$ 24 e R$ 31.
Os taxistas também serão descontados de uma taxa paga à Uber, assim como ocorre com os motoristas particulares. As viagens contarão com os mesmos recursos de segurança usados nas outras modalidades do app da Uber.
Segundo o app, os taxistas ainda vão ser elegíveis para a remuneração paga a condutores infectados pela covid-19. Caso comprove ter a doença, motoristas ganham por 14 dias o valor médio correspondente ao mesmo período anterior de viagens.
Uber x táxis
A história da Uber com taxistas é marcada por conflitos. A chegada do aplicativo ao Brasil em 2014, se tornando o primeiro aplicativo no país a ofertar carros sob demanda de usuários comuns, fez taxistas se revoltarem e organizarem diversos protestos pelo país.
Em alguns, carros de motoristas da Uber chegaram a ser depredados por taxistas. As manifestações acabaram rendendo publicidade para o app e deixaram parte da sociedade incomodada com os taxistas.
Os aplicativos seguiram ganhando força e acabaram sendo permitidos por lei federal no Brasil, a contragosto dos apps. Leis municipais também regulamentaram a Uber, com algumas exigências mais próximas às que são pedidas aos taxistas.
Mesmo com a concorrência, os táxis não acabaram como muitos imaginavam que poderia acontecer. Apesar de muitos taxistas verem seu ganho diminuir, um estudo do Cade (órgão que analisa competições no Brasil) apontou que a chegada dos apps a uma cidade ocasiona um primeiro impacto contra taxistas, mas na sequência a competição se equilibra.
Nos apps como 99 e Cabify, é comum ver corridas de táxi sempre com ofertas grandes de desconto, chegando a 30%. Como não há tarifa dinâmica para taxistas, em alguns casos sai mais barato solicitar um táxi.
Em algumas cidades ainda há algumas brigas envolvendo taxistas e Uber, mas restritas a possíveis leis que o STF (Supremo Tribunal Federal) já até considerou inconstitucionais. Em São Paulo, por exemplo, um projeto de lei tenta reduzir a quantidade de motoristas de aplicativo na cidade ao mesmo número de taxistas permitidos no município.
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