Facebook deixa usuário ver ou não anúncio político, que terá rótulo
Usuários brasileiros do Facebook vão poder escolher se querem ou não ver anúncios sobre política e eleições na rede social e no Instagram, a partir desta semana.
Para gerenciar os anúncios, é preciso ir à aba "Preferências de anúncios" nas configurações do Facebook e "Preferências de tópico de anúncio" nas do Instagram. Essas áreas explicam como funcionam os anúncios no Facebook, como gerenciar interesses e bloquear categorias de anúncios.
Basta desativar a opção de verem anúncios com o rótulo "Pago por" ou "Propaganda eleitoral". Mas se por algum motivo você ainda vir no seu feed algum anúncio sobre política ou eleições, basta clicar nas reticências no canto superior direito do post e reportar ao Facebook.
Também nesta semana, anunciantes de temas políticos ou sobre as eleições municipais deste ano precisarão passar no Facebook por um processo de autorização e acrescentar nas campanhas o rótulo "Pago por" ou "Propaganda eleitoral". A medida da rede social, anunciada em junho, também valerá para o Instagram.
É a segunda eleição brasileira em que a plataforma faz isso —já havia tomado a iniciativa no pleito de 2018. As marcações permitirão que as pessoas saibam quando estão visualizando uma peça publicitária com conteúdo político ou sobre eleições. Além disso, a publicação trará detalhes sobre o indivíduo ou organização responsável pela campanha.
Os anunciantes já podem solicitar as autorizações e usar os rótulos, segundo o comunicado do Facebook. A empresa ressalta que propagandas sobre esses temas que não tenham sido identificadas com um dos rótulos não serão aprovadas.
De acordo com o Facebook, essas ferramentas continuarão sendo exigidas para o impulsionamento de conteúdos políticos mesmo depois das eleições municipais. "Essas ferramentas são parte da estratégia global do Facebook de garantir mais autenticidade e transparência a conteúdos políticos impulsionados na plataforma", diz o comunicado da rede social.
Os anúncios marcados com os rótulos serão exibidos por sete anos na Biblioteca de Anúncios do Facebook, disponível no Brasil desde 2018. Os usuários poderão saber detalhes sobre cada peça publicitária, como o valor estimado gasto e o número de vezes que foi visualizada.
Autorização
Para conseguir a autorização, qualquer pessoa que queira fazer anúncios sobre política no Facebook ou Instagram terá que confirmar sua identidade e que tem residência no país. Além disso, será necessário informar telefone, email, um website e o número de CNPJ ou CPF.
Para iniciar o processo de autorização da publicidade política, é preciso ser dono de uma página no Facebook. Se for ao caso, acesse-a e depois a aba "Configurações da Página". Depois de confirmar a identidade, o anunciante poderá selecionar os rótulos "Pago por" ou "Propaganda Eleitoral", dependendo do tipo de campanha.
De acordo com o Facebook, o anúncio será considerado conteúdo político quando for:
- Preparado por, encomendado por ou relacionado a um candidato atual ou ex-candidato a um cargo público, uma figura pública, a um partido político ou que defenda o resultado de uma eleição a um cargo público;
- Publicações sobre eleições, referendos ou iniciativas de votação, incluindo campanhas de incentivo ao voto ou eleitorais.
E o banimento?
As novidades chegam em um momento em que o Facebook estaria repensando sua abordagem com publicidade política na plataforma. Segundo a Bloomberg, a rede social cogita proibir anúncios políticos nos dias que antecederem as eleições gerais nos Estados Unidos, marcadas para novembro deste ano.
Segundo fontes familiarizadas com o assunto, ainda não há uma decisão, mas a empresa discute a possibilidade de proibir temporariamente esse tipo de conteúdo. A notícia surge em meio a forte pressão que o Facebook vem sofrendo para agir melhor contra a disseminação de notícias falsas e discurso de ódio.
O fato de o Facebook pensar em banir anúncios políticos dividiu opiniões. De um lado, existe a crença de que essa limitação vai ajudar a conter a propagação de notícias falsas. De outro, há quem acredite que a limitação nos anúncios pode prejudicar campanhas de candidatos que aproveitam os últimos dias para tirar dúvidas e apresentar novas informações.
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