Quer ser um "unicórnio"? Saiba quanto ganha um profissional de IA no Brasil
Sem tempo, irmão
- Um cientista de dados em uma empresa média pode ganhar R$ 12 mil
- O salário pode ser bem maior se o profissional for considerado um "unicórnio"
- O especialista em IA projeta um sistema que consegue aprender sozinho
- Toda empresa com um grande volume de dados precisa de um especialista em IA
Ainda está em dúvida sobre que profissão seguir? O relatório mais recente do LinkedIn sobre profissões que estão em alta no Brasil pode te dar uma pista: das 15 listadas, nove estão relacionadas a áreas ligadas à tecnologia, com profissionais que lidam com inteligência artificial ocupando os primeiros lugares da lista. O salário médio de um profissional que trabalha com IA é certamente um atrativo.
Segundo o Guia de Salários 2019 divulgado pela multinacional de recrutamento Michael Page, esse ramo paga bem para a realidade econômica brasileira. Um cientista de dados que atua em uma empresa de pequeno/médio porte recebe de R$ 9.000 a R$ 12 mil por mês. Já um engenheiro de aplicação sênior de uma grande empresa consegue tirar mensalmente entre R$ 7.250 a R$ 8.650. Um analista de Business Intelligence pleno de uma empresa pequena consegue um salário que varia de R$ 3.600 a R$ 4.800 por mês.
Mas se você tem já muita experiência na área e já trabalhou com projetos importantes, o seu salário poderá ser bem mais alto do que os descritos acima.
Os "feras" da área são chamados de "unicórnios" porque, tal qual os seres mitológicos, há quem diga que eles são quase impossíveis de serem encontrados.
"Seguimos algumas estratégias para criar um time. Pegamos um profissional qualificado, que já tem vivência de mercado e pagamos muito caro porque ele é disputado entre as empresas. Fazemos um balanço com especialistas mais baratos, que estão saindo da universidade e não tem experiência, mas têm muita teoria e, por isso, são atualizados", explica Sérgio Passos, diretor técnico da Take, empresa brasileira do mercado de chatbots.
Como eu me torno um "unicórnio"?
Ninguém vira um profissional disputado no mercado do dia para noite. Se você quer ter sucesso trabalhando com inteligência artificial saiba que vai precisa estudar bastante, principalmente estatística e desenvolvimento de software, porque esses são os dois alicerces da profissão.
Normalmente, um profissional de IA tem formação em Ciência da Computação, Engenharia de Software ou Sistema de Informação. No entanto, o mais importante é ter tido uma base matemática forte durante o curso superior.
É bom também ser craque em Python porque essa é a linguagem de programação mais usada na análise de dados.
Segundo Andre Miceli, coordenador do MBA de Marketing, Inteligência e Negócios Digitais da FGV (Fundação Getúlio Vargas), esse profissional deve ser capaz de projetar sistemas de inteligência artificial para "colher dados e mudar seu funcionamento em função dessa coleta, encontrando formas de ser mais eficiente e funcionar melhor".
Ou seja, ele vai ter que projetar um sistema que consiga aprender sozinho, sem a ajuda de um humano.
Um exemplo prático disso é o chatbot. O robozinho geralmente te atende no site da empresa que te prestou algum serviço. Ele conversa com as pessoas e entende as perguntas mais frequentes, contextos, significados e palavras que podem ter mais de um sentido, sem que um humano mexa nesse programa.
O especialista em IA vai se deparar com muitos desafios no mercado de trabalho, que podem variar de companhia para companhia. Se a empresa faz, por exemplo, traduções de texto, o profissional já tem a faca e o queijo na mão porque já existem diversos componentes no mercado para ajudar no desenvolvimento dessa ferramenta.
Mas se a missão for usar IA para, por exemplo, identificar um produto na linha de produção que poderá dar defeito, antes mesmo que ele apresente dano, vai ser preciso um trabalho mais árduo e um profissional altamente qualificado para executar o projeto.
Onde dá para trabalhar como especialista em IA?
Qualquer empresa que tenha que lidar com um grande volume de dados precisaria contratar, em teoria, de um especialista em inteligência artificial.
"A IA é útil em um cenário que você tem dados em abundância, porque ela ajuda a achar padrões de coisas onde é difícil achar um padrão e, para isso acontecer, ela precisa do maior número de dados possível", aponta Sérgio Passos, da Take.
Segundo Miceli, da FGV, esse jeito de lidar com dados tem caminhado no Brasil a passos lentos. "IA no Brasil caminha, mas bem devagar. Se compararmos, principalmente com a China, estamos bem atrás", afirma.
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