Agora vai? Japão projeta "carros voadores" decolando já em 2023
Os tão esperados carros voadores, retratados em qualquer filme ou desenho animado sobre o futuro, são desenvolvidos há anos, mas ainda estão longe de decolar pelo mundo. Mas o Japão projeta que até 2023 veículos futuristas já devem ser comercializados por lá.
A data, curiosamente, é a mesma projetada pela Uber para o lançamento do seu Uber Air. Não se sabe se a pandemia pode atrasar os planos, já que os testes deveriam ter começado neste ano.
A startup japonesa SkyDrive anunciou o projeto SD-XX, uma aeronave para duas pessoas com o tamanho aproximado de um carro. Com 1,5 m de altura, 4 m de comprimento e 3,5 m de largura, é o menor "veículo pessoal voador" do mundo.
O SD-XX não é exatamente um carro voador, no estilo "Blade Runner" ou "De Volta Para o Futuro". Faz mais o tipo Jetsons. Também não é um helicóptero. O protótipo se parece com um grande drone, com quatro rotores que o mantém no ar, fazendo pousos e decolares verticais.
Essa tecnologia é chamada VTOL (Vertical Take-off and Landing), que dispensa o uso de pistas de pouso ou helipontos especiais. Por isso, é ideal para grandes e congestionadas cidades. E até para regiões montanhosas e ilhas remotas.
A empresa declarou ao jornal The Japan Times que, com investimento do governo japonês, deve realizar os primeiros testes de voo nos próximos meses.
"Queremos lançar um serviço de táxi aéreo em importantes cidades do país, como Osaka e Tóquio, com os voos iniciais sobre o mar, já que seria muito arriscado começar sobrevoando áreas muito populosas", disse o executivo-chefe Tomohiro Fukuzawa, ex-engenheiro da Toyota, ao jornal.
Um VTOL é, teoricamente, mais seguro e silencioso do que um helicóptero —principalmente, porque usa propulsão elétrica. Com autonomia de algumas dezenas de quilômetros, viajando a 100 km/h, é ideal para distâncias curtas a médias.
Inicialmente, a SkyDrive pretende realizar pequenas viagens entre pontos de negócios e turismo na região da Baía de Osaka, como o Universal Studios Japão, o Aquário Kaiyukan e o Osaka Expo. Trechos que durariam 20 minutos por terra e que levarão de três a cinco minutos com o pequeno SD-XX.
"O modelo inicial viajará quase que inteiramente no piloto automático, mas não é 100% autônomo pois um piloto é necessário para realizar manobras em caso de uma emergência, por exemplo. Por isso, só transportará um passageiro por vez, mas a um preço bem mais baixo que um helicóptero", disse Fukuzawa.
A partir de 2028, a meta é vender uma versão totalmente autônoma do veículo para o público geral, pelo valor de "um carro caro", de acordo com o executivo. Ele acredita que, até 2050, com a expansão e consequentemente barateamento da tecnologia, qualquer pessoa poderá voar para qualquer ponto da região metropolitana de Tóquio em dez minutos.
Há pelo menos uma centena de projetos de pequenos veículos aéreos pessoais pelo mundo; cerca de 20 devem chegar ao mercado na próxima década, incluindo os das gigantes Airbus, Boeing e Uber.
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