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Crateras misteriosas surgem e causam espanto na Rússia; entenda fenômeno

Equipe de TV russa flagrou uma das crateras que surgiram no país - Vesti Yamal TV/Reprodução
Equipe de TV russa flagrou uma das crateras que surgiram no país Imagem: Vesti Yamal TV/Reprodução

Nicole D'Almeida

Colaboração para Tilt

03/09/2020 16h18Atualizada em 08/09/2020 12h38

A Península de Yamal, na Rússia, tem vivenciado desde 2014 um fenômeno misterioso que intriga habitantes locais. Várias crateras têm sido descobertas na região, somando até agora 17 buracos imensos.

A mais recente foi encontrada por uma equipe de reportagem da emissora russa de TV Vesti Yamal enquanto o grupo retornava de uma viagem de negócios em julho. De acordo com cientistas, ela tem cerca de 50 metros de profundidade.

Para Vasily Bogoyavlensky, doutor em Ciências Técnicas e Membro Correspondente da Academia Russa de Ciências, "este objeto é único".

"Ele contém muitas informações científicas adicionais, que ainda não estou pronto para divulgar. Este é o assunto das publicações científicas. Temos que analisar tudo isso, construir modelos tridimensionais", aponta.

Já Evgeny Chuvilin, pesquisador líder do Instituto de Ciência e Tecnologia Skolkovo, acredita que "são as forças colossais da natureza que criam esses objetos".

Crateras misteriosas na Rússia têm causado questionamentos - Vesti Yamal TV/Reprodução - Vesti Yamal TV/Reprodução
Crateras misteriosas na Rússia têm causado questionamentos
Imagem: Vesti Yamal TV/Reprodução

O que explicaria isso?

A explicação, entretanto, pode não ser tão emocionante quanto muitos internautas esperam —nas redes sociais, é possível ver até usuários comentando sobre possível ação alienígena.

De acordo com Alvaro Crósta, geólogo e professor do Departamento de Geologia e Recursos Naturais do Instituto de Geociências da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), essa cratera deve ter surgido de forma natural devido a um acúmulo de gases no permafrost, solo que passa todo o ano congelado e que cobre 25% da superfície terrestre do Hemisfério Norte.

Um clima mais quente na região faz com que esse gelo do permafrost derreta e fique mais frágil, gerando uma pressão nesse bolsão de gases, e com isso, uma explosão. Mesmo a explicação sendo mais simples, isso não deixa de ser preocupante.

"É um problema bem sério porque essa explosão libera uma grande quantidade de carbono e metano na atmosfera, o que acaba contribuindo com o desequilíbrio do clima do planeta", afirma Crósta.