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Alien? Asteroide? Pintou nova hipótese sobre a origem do objeto Oumuamua

O asteroide Oumuamua é um dos objetos mais longos que já foram observados pelos cientistas - ESO/M. Kornmesser
O asteroide Oumuamua é um dos objetos mais longos que já foram observados pelos cientistas Imagem: ESO/M. Kornmesser

Mirthyani Bezerra

Colaboração para Tilt

10/09/2020 11h51

Sem tempo, irmão

  • Rocha misteriosa seria um acumulado de poeira no espaço
  • Ela teria origem em pedaço de rocha que se desprendeu do núcleo de um cometa
  • E foi empurrada para o espaço pelo gás que emanava do cometa
  • Dentro do Sistema Solar, radiação é quem tem impulsionado o objeto

Desde que foi descoberto, o misterioso objeto interestelar Oumuamua já foi motivo de várias hipóteses sobre o que seria e por que ele viaja tão rápido no nosso Sistema Solar. A princípio, foi considerado um asteroide por não ter uma cauda. Depois, a classificação passou para cometa, por conta de sua aceleração e trajetória incomuns para asteroides. Agora a hipótese mais recente diz que seria na verdade uma espécie de "coelhinho de poeira" gigante.

O que é isso? É o nome dado pelos gringos para aquele amontoado de poeira que fica embaixo do sofá ou da cama quando a gente passa muito tempo sem limpar.

Aqui na Terra, esses volumes de pó e outros detritos são unidos por eletricidade estática. Um novo estudo publicado no começo do mês na The Astrophysical Journal Letters sugere que o Oumuamua seja mais ou menos a mesma coisa, mas em uma escala muito maior.

Segundo pesquisadores da Universidade de Oslo, na Noruega, a rocha espacial interestelar pode ter se formado a partir de um grande pedaço de rocha que se desprendeu do núcleo de um cometa fora do Sistema Solar. Gases e partículas que também emanaram do núcleo acabaram sendo atraídos pelo fragmento rochoso, formando assim o Oumuamua.

A rocha teria sido, então, empurrada para o espaço pelo gás que emanava do cometa original, e dentro do Sistema Solar a radiação solar é quem tem impulsionado o objeto. E ele se move rápido, a uma velocidade em torno de 92 mil km/h.

Os cientistas suspeitam que o cometa original era um de "longo período", ou seja, que leva muito tempo para circundar suas estrelas, e que a rocha teria se desprendido dele por causa da fraca gravidade e da pressão da radiação. Eventualmente, a mistura de rocha e poeira cósmica —ou seja, o Oumuamua— passou pelo nosso sistema solar.

Jane Luu, astrônoma da Universidade de Oslo e líder da pesquisa, acredita que o avanço nas tecnologias de rastreamento do céu, como o telescópio Pan-STARRS 1 (Telescópio de Levantamento Panorâmico e Sistema de Resposta Rápida) que avistou Oumuamua pela primeira vez em 2017, veremos mais e mais "intrusos" interestelares como ele.

Quando foi descoberto, o asteroide de 400 metros de comprimento de superfície avermelhada intrigou a comunidade científica. Hipóteses de que ele seria um objeto enviado por uma civilização alienígena surgiram e foi assim que ele recebeu seu nome: em havaiano, Oumuamua significa "mensageiro de muito longe que chega primeiro".