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Conheça a empresa que corre por fora contra a Nasa na corrida para Vênus

Planeta Vênus em imagem da sonda japonesa Akatsuki - JAXA/ISAS/Projeto Akatsuki
Planeta Vênus em imagem da sonda japonesa Akatsuki Imagem: JAXA/ISAS/Projeto Akatsuki

De Tilt, em São Paulo

18/09/2020 14h24

Uma equipe internacional de astrônomos anunciou na segunda-feira (14) que detectou evidências de atividade microbiana na atmosfera do planeta Vênus. Enquanto algumas missões de agências como a Nasa já preparam missões para lá, uma empresa rival da SpaceX pode correr por fora: a Rocket Lab.

Em agosto, o fundador e chefe da Rocket Lab, Peter Beck, já havia anunciado planos de enviar sua própria sonda atmosférica ao planeta para detectar sinais de vida extraterrestre.

Segundo contou à revista Wired, Beck diz que teve um "longo caso de amor" com Vênus e que não quer ir lá só por causa dos possíveis "micróbios alienígenas". "Vênus tem muito a nos ensinar sobre nosso próprio planeta", diz Beck. " Vênus é apenas a Terra que deu errado com a mudança climática e pode nos ensinar muito sobre algumas das mudanças que vemos hoje em nosso próprio planeta".

O Rocket Lab está trabalhando em sua missão Vênus há meses, e uma das pesquisadoras que colaboram com a empresa é Sara Seager, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), que, veja só, fazia parte da equipe achou fosfina na atmosfera do planeta.

A futura missão, que tem o objetivo de confirmar a existência de vida em Vênus, deve usar uma versão modificada da espaçonave Photon do Rocket Lab, que foi lançada na órbita da Terra pela primeira vez no começo deste mês e entregará um satélite à lua no próximo ano para a Nasa.

Falha em julho

Uma das empresas que concorrem com a SpaceX no setor de lançamentos aeroespaciais, a americana Rocket Lab teve, em julho, sua primeira missão fracassada.

Assim como o foguete que levou americanos à ISS (Estação Espacial Internacional, da sigla em inglês) em maio, o lançamento da Rocket Lab foi transmitido em vídeo pela internet. Mas, minutos depois da decolagem, que saiu da Nova Zelândia, o sinal do vídeo travou. Foi o primeiro indicador que o foguete Electron havia falhado.

O Electron saiu da plataforma com sucesso e tudo parecia normal — o foguete fez até a transição para seu segundo estágio — até os seis minutos da transmissão, quando a imagem foi congelada. A velocidade do foguete continuava aumentando, mas a altitude passou a diminuir após atingir a marca de 194,8 km do solo.

A empresa cortou a transmissão e, posteriormente, confirmou que houve uma falha que resultou na perda do foguete e de todos os satélites que tinham como destino a órbita da Terra. Intitulada "Pics or it Didn't Happen", a missão levava satélites que fariam imagens da Terra, inclusive um da japonesa Canon —conhecida do grande público por suas câmeras profissionais.

A empresa afirmou na ocasião que iria investigar a anomalia em conjunto com a FAA (Federal Aviation Administration, a Anac americana) para identificar o que causou a falha.

Fundada em 2006, a Rocket Lab realizou, neste fim de semana, a sua 13ª missão. Das outras 12, apenas a primeira, chamada "It's a Test" ("É um teste", em inglês), não deu certo — segundo o The Verge, o objetivo de chegar à órbita não foi atingido, apesar de o foguete ter chegado ao espaço e ativado seus dois estágios.

Foram 11 missões bem sucedidas até a que deu errado em julho, atendendo clientes como a Força Aérea Americana e a Darpa (Agência de Projetos Avançados de Pesquisa de Defesa, da sigla em inglês).

* Com informações de Rodrigo Trindade