Microsoft obtém licença exclusiva sobre robô que escreve como os humanos
A Microsoft anunciou que obteve a licença exclusiva do GPT-3, um modelo de linguagem feito com inteligência artificial capaz fazer um texto bastante parecido com o que um humano seria capaz de escrever, considerado um dos mais avançados do mundo.
Quem produz a tecnologia é a startup de inteligência artificial OpenAI, que tem Elon Musk, chefe da SpaceX (empresa de missões espaciais dos EUA) e Tesla (carros autônomos) como um dos cofundadores.
A novidade foi divulgada pelo próprio vice-presidente executivo e diretor de tecnologia da Microsoft, Kevin Scott, em postagem feita na terça (22) no blog oficial da empresa. Os detalhes da exclusividade, no entanto, ainda não estão claros.
"Estou muito animado em anunciar que a Microsoft está se unindo à OpenAI para licenciar exclusivamente o GPT-3, o que nos permite alavancar suas inovações técnicas para desenvolver e fornecer soluções avançadas de IA para nossos clientes, bem como criar novas soluções que aproveitem o incrível poder de geração avançada de linguagem natural", escreveu Scott.
A Microsoft já tinha anunciado há mais de um ano que iria investir US$ 1 bilhão na startup, que tem sede em São Francisco (EUA), para o desenvolvimento conjunto de novas tecnologias para a plataforma de nuvem Azure, plataforma de computação de nuvem da Microsoft, e para "estender ainda mais" os recursos de inteligência artificial em grande escala.
Assim, a OpenAI concordou ceder parte de sua propriedade intelectual para a Microsoft. A gigante de tec ficaria responsável por comercializar a tecnologia, treinar e executar modelos de inteligência artificial dentro da plataforma Azure, enquanto a startup trabalharia para desenvolver um hardware de computação de próxima geração.
"O acordo não tem impacto sobre o acesso contínuo ao modelo GPT-3 por meio da API da OpenAI, e os usuários existentes e futuros continuarão criando aplicativos com nossa API como de costume", ressalvou a OpenAI em comunicado.
Como assim um robô escrevendo como um humano?
No começo do mês, um artigo publicado no jornal britânico The Guardian deixou todo mundo chocado pelo fato de não ter sido escrito por uma pessoa, mas por um robô.
O texto foi feito usando a tecnologia GPT-3, o gerador de linguagem da OpenAI, que usa o aprendizado de máquina para produzir texto semelhante ao humano. O robô recebeu uma tarefa e, prontamente, tentou concluí-la.
Claro que as instruções foram escritas pelo Guardian e colocadas no sistema pelo estudante de ciências da computação Liam Porr. Mas o resultado foi estarrecedor: o sistema produziu oito textos, e cada um era único, interessante e apresentava um argumento diferente.
No comunicado, o vice-presidente da Microsoft disse que a expansão do GPT-3 vai democratizar a tecnologia, possibilitando o desenvolvimento de novos produtos, serviços e experiências.
"Nossa missão na Microsoft é empoderar cada pessoa e cada organização do planeta para conseguir mais, por isso queremos ter certeza de que esta plataforma de IA estará disponível para todos —pesquisadores, empresários, hobbistas e empresas— para capacitar suas ambições de criar algo novo e interessante", escreveu.
Mas especialistas estão preocupados com a massificação dessa tecnologia. Há uma preocupação crescente entre os acadêmicos de que ferramentas como o GPT-3 possam ser usadas por atores maliciosos para fomentar a discórdia, espalhando desinformação e mentiras —como se a gente já não tivesse fake news suficientes para lidar.
Sobre isso, a OpenAI já disse que está desenvolvendo salvaguardas para incluir na sua API filtros de toxicidade e assim limitar linguagens perigosas vindas da GPT-3.
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