Astronautas andando na Lua até 2024? Conheça as arriscadas etapas da missão
Sem tempo, irmão
- A Nasa vai levar de novo astronautas para a Lua
- Já fizemos isso, mas a tarefa não é simples e requer muita preparação
- O projeto Artemis terá várias missões para fazer o homem chegar lá
- A ideia é construir uma base permanente e uma estação espacial na órbita
- Novos trajes espaciais também estão sendo desenvolvidos
A Nasa revelou, esta semana, os detalhes de seu plano para levar astronautas novamente a Lua até 2024. Composto por diversas missões, o projeto Artemis também pretende construir uma base lunar e abrir caminho para também pisarmos em Marte.
Se tudo der certo, será a primeira vez que um humano caminhará em nosso satélite desde 1972 - quando aconteceu a última missão tripulada do projeto Apollo. Também será a primeira vez que uma mulher pisará na Lua.
Antes disso, no entanto, serão necessárias algumas viagens para testar os sistemas, principalmente a nova nave Orion e o foguete Space Launch System (SLS, ou Sistema de Lançamento Espacial). No ano que vem, será enviada uma missão não-tripulada e também deve acontecer o primeiro sobrevoo com tripulação. Só depois estaremos prontos para um pouso lunar.
Mas falta um pequeno detalhe: para fazer o projeto Artemis acontecer, a Nasa precisa conseguir US$ 28 bilhões nos próximos quatro anos (cerca de R$ 154 bilhões). A verba já foi requisitada ao governo dos Estados Unidos.
Se a missão de 2024 for bem-sucedida, a próxima etapa será colocar pessoas na superfície lunar pelo menos uma vez por ano, para construir uma base permanente em nosso satélite, em parceria com outras agências espaciais. A Nasa também pretende instalar o Gateway, uma estação espacial que orbitaria a Lua, apoiando frequentes viagens à superfície.
A meta é que toda essa estrutura e experiência permitam viagens tripuladas a Marte, por volta de 2030. "É um cronograma agressivo", disse Jim Bridenstine, administrador da Nasa, em uma coletiva na segunda-feira. "É possível? Sim. Tudo tem que dar certo? Sim. Para pisar na Lua em 2024, precisamos que o Congresso aprove a verba antes do Natal."
Novos trajes espaciais também estão sendo desenvolvidos. Por fora, eles se parecem com aqueles utilizados pelos astronautas Apollo, e ainda incluem fraldas. Mas são mais flexíveis, permitindo maior mobilidade em tarefas complexas durante as caminhadas, e têm um novo sistema de comunicação integrado no capacete, entre outros upgrades tecnológicos.
Conheça os detalhes de cada etapa e as datas previstas:
Artemis 1 - novembro/2021
A missão inicial consistirá no lançamento da Orion pelo SLS. Será o primeiro voo do foguete mais poderoso do mundo. A cápsula permanecerá na órbita da Lua por três dias, sem nenhum passageiro. Será um teste de sua capacidade de ir e voltar entre os dois corpos.
Artemis 2 - agosto/2023
O primeiro teste tripulado do sistema. A cápsula Orion levará quatro astronautas para uma volta ao redor de nosso satélite. Essa tripulação chegará ao lado oculto da Lua, a cerca de 400 mil quilômetros da Terra - o mais distante no espaço profundo que qualquer ser humano já foi.
A gravidade deve ter um efeito estilingue, puxando a nave de volta para casa. A missão deve durar cerca de 10 dias, testando a capacidade de se fazer essa viagem com segurança para os astronautas.
Artemis 3 - 2024
O objetivo é "alunissar" (aterrissagem na Lua) e desembarcar a tripulação no polo Sul do satélite - um local diferente e mais desafiador do que os visitados durante o projeto Apollo. Nenhuma pessoa, nem sequer uma missão robótica, pousou lá.
Para conseguir esse feito, a Nasa precisa um sistema de pouso humano (HLS): uma nave que leve os astronautas entre a órbita da Lua, onde estará a Orion, e a superfície. Ele deve prover suporte de vida à tripulação por cerca de uma semana e depois levá-los de volta à cápsula.
A agência já está trabalhando com três empresas privadas (Blue Origin, Dynetics e SpaceX) para desenvolver protótipos.
Por fim, teremos uma estação lunar!
A missão Artemis 3 é apenas o início das ambições da Nasa. Depois dela, a agência pretende instalar a Gateway, similar à Estação Espacial Internacional (ISS), na órbita da Lua. A Rocosmos, da Rússia, a Jaxa, do Japão, e a CSA, do Canadá, já concordaram em participar do projeto.
Essa cooperação internacional também irá erguer uma base no polo Sul lunar, para abrigar até quatro pessoas. Equipada com dois veículos, permitirá cobrir uma área maior de pesquisas de campo, com mais conforto e segurança para os astronautas.
A Nasa aposta que o polo Sul da Lua tenha maior valor científico, já que provavelmente contêm grande quantidade de água congelada no fundo de crateras nunca tocadas pela luz do Sol. Astronautas, ou robôs, poderiam até utilizar esse gelo para fabricação de combustível de foguete (com hidrogênio) e usá-lo para viagens de volta à Terra ou para o espaço mais profundo, facilitando a exploração - de Marte, inclusive.
"Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade". A primeira vez que o homem esteve na Lua foi em 1969, com a famosa missão Apollo 11, de Neil Armstrong e Buzz Aldrin. Doze pessoas diferentes já caminharam sobre solo lunar até a Apollo 17, a última missão tripulada ao satélite, em 1972.
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