Prever problemas na tubulação de água com IA virou um negócio milionário
Não raro a gente se depara com notícias de que uma tubulação em uma rua tal estourou e todo mundo do bairro passou não sei quantos dias sem água. Ou pior: o estouro abriu uma cratera e engoliu carros estacionados na rua. Já pensou quanta dor de cabeça seria evitada se as autoridades fossem capazes de prever, sem precisar quebrar nenhuma rua, exatamente o dia e onde a tubulação vai estourar?
Uma startup com sede em Redwood City, na Califórnia (EUA), criou um software que promete oferecer esse serviço, usando inteligência artificial para prever quando e onde vai dar ruim se nada for feito.
A Fracta tem combinado inteligência artificial com aprendizado de máquina para medir desde a qualidade do solo até a densidade populacional de uma área, além de informações históricas sobre quando a tubulação foi instalada e sua composição. Assim, a tecnologia desenvolvida pela startup permite que cidades, concessionárias de serviços públicos e construtoras identifiquem a deterioração dos canos de água antes das escavações.
Segundo o executivo-chefe da empresa, Takashi Kato, isso os ajudaria a economizar entre 30% e 40% dos custos de longo prazo. "Ninguém pode viver sem água da torneira", disse à Bloomberg, Takashi Kato é um ex-banqueiro que vendeu uma startup de robótica para o Google em 2013 e depois fundou a Fracta.
"É uma tecnologia cativante. Não há dúvida de que todo mundo está procurando uma solução para esse problema", disse Takashi Matsumura, consultor da Ernst & Young.
Cidades em todo o mundo enfrentam desafios de lidar com a deterioração da infraestrutura, devido à falta de precisão de onde e quando consertar a tubulação antiga. A mudança climática, com uma frequência crescente de inundações, secas e temperaturas elevadas, também tem sobrecarregado os sistemas de água.
Além disso, aumentar a eficiência no uso da água tornou-se um problema global. A ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu metas ambiciosas para o acesso sustentável ao abastecimento de água potável até 2030.
Para Kato, isso vai criar oportunidades de negócios na Europa, na América do Sul e em outros lugares do mundo. No ano passado, a Fracta iniciou testes no Reino Unido. Dentro de casa, a startup diz que já fechou contratos em 23 estados, incluindo cidades como São Francisco e Oakland.
* Com agência Bloomberg
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