Telescópio gigante vai revolucionar visão e compreensão do Universo
Investimentos em pesquisas no Telescópio Gigante de Magalhães vão acelerar a prototipagem e teste de alguns dos mais poderosos sistemas ópticos e tecnologias infravermelhas já projetadas
As pesquisas sobre o Universo que serão feitas a partir de um dos mais poderosos telescópios do mundo, o Telescópio Gigante de Magalhães (GMT), em construção no Observatório Las Campanas, no Chile, poderão contar com o desenvolvimento de tecnologias revolucionárias que podem transformar a visão e compreensão sobre o mundo.
Isso porque a corporação responsável pela construção e operação do telescópio, a Giant Magellan Telescope (GMTO), recebeu uma doação de US$ 17,5 milhões do National Science Foundation (NSF) para acelerar a prototipagem e teste de alguns dos mais poderosos sistemas ópticos e tecnologias infravermelhas já projetadas.
A NSF é a principal agência de fomento à pesquisa básica nos Estados Unidos que promove a pesquisa e educação em todos os campos da ciência e engenharia.
Com a doação, o avanço nas pesquisas permitirá aos astrônomos ver mais longe no espaço e com mais detalhes do que qualquer outro telescópio óptico anterior, considerando aproximadamente três vezes o tamanho de qualquer telescópio óptico de solo construído até hoje.
O avanço na qualidade de imagem é um pré-requisito para que o GMT cumpra seu potencial científico e expandir o conhecimento do Universo.
Em termos científicos, o investimento vai permitir que o GMT construa dois bancos de teste de fases que permitirão aos engenheiros demonstrar, em um ambiente de laboratório controlado, que seus projetos funcionarão para alinhar e fasear os sete segmentos de espelho com a precisão necessária para alcançar imagens limitadas por difração na primeira luz em 2029.
Ela também permite a construção parcial e o teste de um sistema de Óptica Adaptativa de Espelho Secundário (ASM) de próxima geração, que é usado para realizar a correção de distorção atmosférica e de fase do espelho primário."A concessão desta verba pela NSF é preciosa para o GMT, pois possibilita, entre outros, o desenvolvimento de tecnologia inédita de engenharia de precisão, para colocar em fase os espelhos gigantes", afirma a astrofísica Claudia Mendes de Oliveira, professora e pesquisadora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP (Universidade de São Paulo), que participa do Comitê Diretor do Consórcio GMT.
Quem coordenou o esforço brasileiro na participação da construção do telescópio GMT foi o também professor e pesquisador do IAG João Steiner, que faleceu no dia 10 de setembro de 2020.
O GMT faz parte do programa americano de Telescópios Extremamente Grandes (US-ELTP), uma iniciativa conjunta com o National Optical-Infrared Astronomy Research Laboratory (NOIRLab) da NSF para fornecer acesso de observação a todo o céu como nunca foi possível antes.
Após a conclusão de cada telescópio, os cientistas americanos e parceiros internacionais poderão tirar proveito dos dois telescópios pioneiros do programa para realizar pesquisas transformacionais que respondem a algumas das questões mais importantes da humanidade, como "estamos sozinhos no Universo?" e "de onde viemos?".
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