#ChoraElonMusk: o que o bilionário tem a ver com as eleições na Bolívia?
O resultado oficial ainda não saiu, mas as primeiras projeções de contagem de votos mostram que o ex-ministro Luis Arce, candidato apoiado pelo ex-presidente da Bolívia Evo Morales, será o novo presidente do país vizinho.
Mas quem entrar agora no Twitter pode ser levado a pensar que em vez de Carlos Mesa, o rival de Arce no pleito era, na verdade, o bilionário sul-africano Elon Musk, dono da Tesla.
É que a hashtag #ChoraElonMusk entrou para os trending topics relacionada às eleições na Bolívia. Se você não entendeu o que o dono da Tesla e da SpaceX tem a ver com tudo isso, Tilt explica agora.
Em 25 de julho desse ano, Musk publicou a seguinte frase na sua conta no Twitter: "Vamos dar golpe em quem quisermos. Lide com isso", em resposta uma postagem que acusava o governo dos EUA de ter contribuído para a deposição do então presidente Evo Morales com o intuito de se apropriar das reservas de lítio, concentradas na região do deserto de sal de Uyuni.
"Você sabe o que não era do melhor interesse das pessoas? O governo dos EUA organizando um golpe contra Evo Morales na Bolívia para que você pudesse obter lítio lá", responde o usuário.
Musk rebate: "Vamos dar golpe em quem quisermos. Lide com isso". No mesmo tópico, Musk disse que compra lítio da Austrália, não da Bolívia. Tilt fez a busca pelo tuíte sobre a Bolívia, mas ele foi apagado pelo empresário.
A Bolívia detém 29% dos depósitos mundiais de lítio, segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês). O mineral é usado na produção de baterias de celulares e de carros elétricos. A Tesla, de Musk, é uma das líderes mundiais de produção de carros movidos à eletricidade e tem especialistas dizendo que o lítio será o petróleo do futuro.
Muita gente ligou os pontos e surgiram teorias. A própria esquerda do país vizinho tomou a frase como argumento para a teoria de que o golpe que tirou Evo Morales do poder foi orquestrado pelos EUA, que estavam de olho nas reservas de lítio bolivianas.
Durante a gestão de Evo, a Bolívia resistiu por anos à entrada do capital estrangeiro para explorar o lítio. O líder indígena até tentou firmar uma parceria com uma empresa alemã, mas recuou devido a protestos. Com a saída de Evo, o adiamento da eleição presidencial causada pela pandemia da covid-19, os bolivianos ainda não bateram o martelo sobre qual será o modelo de exploração do lítio.
Até a publicação deste texto, o empresário ainda não havia se pronunciado nas redes sociais sobre o tema.
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