Após suposto ataque, estados têm problemas para atualizar casos de covid-19
O Ministério da Saúde informou que conseguiu restabelecer parte dos sistemas de informação que estavam fora do ar desde a última quinta-feira (5), quando um suposto ataque hacker teria afetado a rede da pasta. No mesmo dia, hackers conseguiram invadir os sistemas do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do governo do Distrito Federal, mas a pasta fala genericamente de um vírus no sistema. Por causa do problema, estados estão tendo dificuldade para apresentar dados atualizados da covid-19.
Em nota divulgada ontem, o Ministério da Saúde informou que segue monitorando as demais páginas que ainda não estão totalmente normalizadas e podem, eventualmente, precisar de ajustes. "Devido ao trabalho de prevenção e segurança do DataSUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) algumas páginas ainda podem apresentar instabilidades nos próximos dias e ficar temporariamente indisponíveis", diz o texto.
Ontem, quatro estados deixaram de divulgar seus números: Amapá, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O primeiro informou que a dificuldade é causada pelo apagão que o Estado enfrenta desde a semana passada e que não há previsão de retorno da divulgação de dados. Já os outros três relatam problemas para a inserção de informações na plataforma e-SUS.
Estado com maior número de casos e mortes de covid-19 no país, São Paulo não atualiza os registros de mortes e contaminações desde o dia 6 de novembro. Ontem, o governador do Estado, João Doria, enviou ao Ministério da Saúde um ofício pedindo explicações sobre como as falhas no sistema têm dificultado a atualização dos dados relativos à pandemia do coronavírus no Brasil.
Segundo o governador, as informações epidemiológicas sobre a pandemia não estão sendo processadas pela pasta por razões desconhecidas.
O Rio de Janeiro, por sua vez, não atualizou dados relativos às mortes causadas pela covid-19.
"O Ministério ainda apura o que motivou a ocorrência do vírus no sistema. Não é possível fazer afirmações conclusivas. A pasta ainda aguarda a perícia do sistema", diz o texto.
Essa é a segunda vez que o sistema de atualização de dados relativos à pandemia no Brasil apresenta problemas. Em junho desse ano, o site oficial foi tirado do ar e colocado de volta sem o total de mortes causadas pela doença.
A invasão
Na nota divulgada ontem, a pasta não confirmou ter sido vítima de um ataque hacker, se restringindo a dizer que suas redes foram sido afetadas "por um vírus" que atingiu algumas estações de trabalho do órgão.
Por precaução, a equipe bloqueou o acesso à internet, o que, segundo o Ministério, conseguiu controlar a propagação do vírus e evitar maiores prejuízos ao parque tecnológico do Ministério, "garantindo a segurança dos dados".
Na semana passada, também por meio de uma nota, o Ministério da Saúde disse que não havia indícios de que o vírus seria uma tentativa de invasão, pois não havia sido identificado danos à integridade dos dados.
A reportagem do UOL teve acesso a uma reprodução de tela que mostra uma mensagem de bloqueio em uma das máquinas da pasta, indicando que a informação foi criptografada— algo típico de ataque por ransomware. No dia da invasão, técnicos do Ministério, ouvidos reservadamente, afirmaram acreditar se tratar sim de um ataque feito por hackers.
Os servidores do Ministério ficaram sem acesso às contas de correio eletrônico. A assessoria de imprensa do órgão afirmou que os emails do setor ainda enfrentam problemas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.