Quem sempre reclamou que os celulares "de hoje em dia" eram todos iguais não teve muito o que falar em 2020. A indústria de smartphones deu destaque neste ano para tecnologias de telas que se dobram e desdobram das mais variadas formas.
Eu sei. Em ano de crise e dólar nas alturas, os preços parecem ter inovado mais do que as tecnologias de celulares. Mas acredite! Em termos de avanços tecnológicos, alguns modelos merecem ser os destaques do ano.
Confira a seguir a nossa lista. Tem para todos os gostos: telas duplas, telas dobráveis, flips— e um bônus de inovação no quesito 5G.
Samsung Galaxy Fold (e Galaxy Z Fold 2)
O Galaxy Fold, o primeiro smartphone dobrável do Brasil foi lançado no longínquo mês de janeiro, quando o país sequer imaginava o poder de destruição que uma tal de covid-19 poderia trazer. Mesmo assim, o aparelho chegou caro, por R$ 12.999.
Fechado, o smartphone vem com uma tela pequena e estreita de 4,6 polegadas (11,6 centímetros de uma ponta a outra, na diagonal). Aberto, exibe um painel de 7,3 polegadas (18,5 cm na diagonal) com uma franja estranha para abrigar a câmera dupla de selfies.
A tela externa também tem uma câmera de selfies e, na traseira do dispositivo, há mais três sensores de lentes grande-agular, ultra-angular (que captura mais conteúdo numa imagem só) e teleobjetiva (que permite zoom sem perder muita qualidade).
Vale lembrar que o Galaxy Fold chegou coberto de polêmicas após um pré-lançamento desastroso nos EUA: unidades de teste fornecidas pela Samsung para youtubers e para a imprensa apresentavam defeitos graves que faziam a tela até parar de funcionar.
A versão que chegou ao Brasil teve correções, mas a Samsung ainda exigia uma série de cuidados. O lançamento também foi tímido: o smartphone era vendido apenas em dias e horários marcados somente pelo site da fabricante.
Mais recentemente, a Samsung tentou de novo com o Galaxy Z Fold 2 (agora com a letra Z no nome). O novo dobrável melhora em alguns pontos, como a tela externa e a câmera de selfies interna. Mas o preço, em vez de melhorar, aumentou: R$ 13.999.
Produzido no Brasil, o Z Fold 2 é mais "fácil" de comprar já que está constantemente à venda no site da fabricante, mas o aumento de preço dificulta por outro lado. A tela externa aumentou: agora são 6,2 polegadas (15 cm). E a tela interna perdeu a franja, que virou um furinho e aumentou o espaço do painel para 7,6 polegadas (19,3 cm).
Ficha técnica: Galaxy Fold
- Tela interna: 7,3 polegadas (Amoled Dinâmica)
- Tela externa: 4,6 polegadas (Super Amoled)
- Processador: Snapdragon 855
- Memória: 12 GB de RAM
- Armazenamento: 512 GB sem espaço para cartão MicroSD
- Câmera traseira: 16 MP + 12 MP + 12 MP
- Câmera frontal externa: 10 MP
- Câmera frontal interna: 10 MP + 8 MP
- Bateria: 4.380 mAh
- Preço: R$ 12.999
Ficha técnica: Galaxy Z Fold 2
- Tela interna: 7,6 polegadas (Amoled Dinâmico)
- Tela externa: 6,2 polegadas (Super Amoled)
- Processador: Snapdragon 865+ (3,09 GHz Octa-Core)
- Memória: 12 GB de RAM
- Armazenamento: 256 GB
- Câmera traseira: tripla (12 MP + 12 MP + 12 MP)
- Câmera frontal interna: 10 MP
- Câmera frontal externa: 10 MP
- Bateria: 4.500 mAh
- Preço: R$ 13.999
Motorola Razr
A segunda tentativa de um smartphone dobrável no Brasil chegou um pouco mais acessível. Anunciado em fevereiro, o Motorola Razr ressuscitou o design "abre e fecha" dos celulares antigos da marca, como o clássico V3 dos anos 2000, e chegou custando R$ 8.999.
Além de ser fabricado no Brasil, o Moto Razr sacrifica alguns recursos para chegar ao preço mais baixo. Um deles é no departamento de fotografia. O smartphone vem com apenas duas câmeras, ao contrário da coleção de sensores do Galaxy Fold.
Além disso, ele tem apenas uma tela principal de 6,2 polegadas (15,7 cm na diagonal) e proporção de 21:9. Isso quer dizer que ele é mais estreito e compridinho do que os smartphones habituais, com a diferença que ele abre e fecha.
Quando fechado, o smartphone exibe um pequeno painel com apenas algumas informações, como hora e últimas notificações, e ajuda na hora de tirar uma selfie com a câmera principal de 16 MP.
Internamente, o Moto Razr conta com uma pequena câmera de 5 MP menos versátil que a dos concorrentes. O processador Snapdragon 710 é inferior ao que equipe o Galaxy Fold, mas promete um equilíbrio melhor entre desempenho e gasto de energia.
Ficha técnica: Motorola Razr
- Tela: 6,2 polegadas (15,7 cm na diagonal), Full HD+, Oled
- Processador: Snapdragon 710 (2,2 GHz Octa-Core)
- Memória: 6 GB de RAM
- Armazenamento: 128 GB
- Câmeras: 16 MP (principal, f/1.7); 5 MP (selfies, f/2.0)
- Bateria: 2.510 mAh
- Preço: R$ 8.999
Galaxy Z Flip
Em março, foi a vez de mais um celular dobrável chegar ao mercado, mais uma vez pela Samsung. Diferentemente do Fold, o Galaxy Z Flip, como o nome sugere, abre e fecha no mesmo sentido que o Motorola Razr e outros celulares antigos de flip.
Ele também chegou com uma proposta mais acessível, a julgar pelo preço sugerido de R$ 8.999, o mesmo do Razr. Mas a estratégia da Samsung com o Z Flip difere do Razr em alguns pontos fundamentais.
Uma das diferenças é a dobradiça. O mecanismo do Razr garante que o celular se feche por completo, sem deixar espaço para sujeira. No Z Flip há um pequeno vão entre as telas quando o aparelho se fecha. Mas, por outro lado, a dobradiça pode ser travada em posições de 70 a 110 graus— nem totalmente aberta, nem totalmente fechada.
Além de uma dobra mais versátil, o Z Flip supera o Razr nas câmeras. Na parte exterior há um módulo duplo que tira fotos melhores do que a lente solitária da Motorola. E o processador escolhido pela Samsung também é, em tese, mais poderoso.
Ficha técnica: Galaxy Z Flip
- Tela: 6,7 polegadas (17 cm na diagonal), Full HD+, Amoled
- Processador: Snapdragon 865 (2,9 GHz Octa-Core)
- Memória: 8 GB de RAM
- Armazenamento: 256 GB
- Câmeras: 12 MP (grande-angular, f/1,8); 12 MP (ultra-angular, f/2,2); 10 MP (para selfies, f/2,4)
- Bateria: 3.300 mAh
- Preço: R$ 8.999
Veredito
Se você procura inovação, os celulares dobráveis formam a categoria mais avançada do mercado atualmente. Nada supera a engenhosidade de telas flexíveis que abrem e fecham para virar um tablet ou para virar um celular super compacto.
Pensando nisso, cada opção disponível hoje no mercado atende a um público específico. O Galaxy Fold (e o Galaxy Z Fold 2) miram em quem quer uma tela grande para carregar no bolso. O Motorola Razr é voltado aos fãs do clássico V3 dispostos a pagar pela nostalgia. E o Z Flip é para quem quer um celular premium com uma graça a mais.
Entre os dois Folds da Samsung, o Galaxy Z Fold 2 é superior ao modelo original. A tela externa é mais versátil e funcional, a tela interna é mais resistente e menos prejudicada pelo excesso de câmeras e bugs do modelo original, que mais parecia um protótipo.
Já entre os dobráveis de flip, o Galaxy Z Flip é também mais eficiente que o Motorola Razr. As câmeras do smartphone da Samsung tiram fotos melhores e a dobradiça com opções de travamento trazem mais versatilidade à experiência do usuário, que pode deixar o celular na posição que quiser.
Menção honrosa: Motorola Edge+
No ano em que o 5G começou a se popularizar no mundo, é preciso destacar a inovação que foi lançar no Brasil o primeiro celular com suporte à tecnologia no país, ainda que a quinta geração de internet móvel não esteja totalmente implementada por aqui.
O Motorola Edge+ é o primeiro top de linha da marca em anos, com tela de 6,7 polegadas (17 cm na diagonal), bordas curvas, bateria de longa duração (5.000 mAh) e processador de alto desempenho (Snapdragon 865).
Completam o pacote um conjunto de três câmeras na parte traseira e nada menos que 12 GB de memória RAM— mais que muito computador por aí. A ficha técnica premium cobra seu preço: lançado em julho, o Edge+ chegou ao mercado com preço sugerido de R$ 7.999.
Por enquanto, no Brasil só existe o 5G DSS, uma tecnologia de transição entre a quarta e a quinta geração da internet móvel. A rede é disponibilizada pela Claro em apenas algumas regiões de 14 cidades brasileiras.
O 5G "de verdade" só deve chegar ao Brasil depois do leilão do espectro de ondas de rádio dedicado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) à nova tecnologia. Esse leilão está previsto para acontecer em 2021.
Ainda que o 5G oferecido pelo Motorola Edge+ não esteja à disposição de grande parte das pessoas que compraram o smartphone em 2020, vale ressaltar o aparelho que "inaugurou" a nova era da comunicação no país.
Depois dele, outros chegaram: Galaxy S20 Ultra (R$ 7.999) e o Moto G5 G Plus (R$ 2.999). Em breve, o mercado brasileiro ainda terá os quatro novos modelos do iPhone 12 (entre R$ 6.999 e R$ 13.999).
Ficha técnica: Motorola Edge+
- Tela: 6,7 polegadas (17 cm na diagonal), Full HD+, 90 Hz, Amoled
- Processador: Snapdragon 865, (2.84 GHz Octa-Core)
- Memória: 12 GB de RAM
- Armazenamento: 256 GB
- Câmeras: 108 MP (grande-angular, f/1,8); 16 MP (ultra-wide e macro, f/2,2); 8 MP (teleobjetiva, f/2,4); frontal de 25 MP (grande-angular, f/2,4)
- Bateria: 5.000 mAh
- Preço: R$ 7.999
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