O ano de 2020 foi tão estranho que até o YouTube cancelou sua retrospectiva
Pela primeira vez desde 2010 — e após algumas experiências frustrantes — o YouTube não fará sua tradicional retrospectiva de final de ano em 2020. O anúncio foi feito pela empresa nesta quinta-feira (12).
Segundo a empresa, o ano de 2020 foi tão "diferente" que não há o que celebrar com o Rewind, a tradicional retrospectiva que reúne os principais criadores de conteúdo da plataforma no ano.
"A retrospectiva sempre foi uma celebração de todos que fazem parte da nossa plataforma", disse o YouTube em nota. "Mas 2020 está sendo diferente. E não queremos simplesmente seguir com a nossa programação, como se nada estivesse acontecendo."
A decisão foi recebida com elogios por parte da comunidade de youtubers que respondeu ao comunicado no perfil norte-americano da empresa no Twitter.
"Essa parece ser a escolha certa", comentou o youtuber Hank Green, que junto do irmão John Green, autor de livros famosos como "A culpa é das estrelas", é criador do canal de ensino virtual CrashCourse, com mais de 11 milhões de inscritos.
Histórico impopular
Lançado em 2010 como uma montagem dos vídeos mais vistos no ano, o YouTube Rewind passou a ganhar ares de produção original da plataforma com o passar dos anos, contando com filmagens exclusivas, estúdio e participação de influenciadores famosos do mundo inteiro.
A edição de 2018, a mais ambiciosa até então, foi duramente criticada e é até hoje um dos vídeos que mais recebeu "dislikes" (clicadas no botão "não curti") da história da plataforma: 18 milhões.
O motivo para tanta repercussão negativa? A retrospectiva foi acusada de focar demais em celebridades como o ator Will Smith e o apresentador de TV John Oliver, enquanto criadores populares do YouTube, como PewDiePie, Jake Paul e Logan Paul, que se viram no centro de polêmicas durante o ano, foram deixados de fora.
Em 2019, o YouTube tentou de novo, dessa vez retornando às raízes do Rewind: uma montagem com os vídeos mais vistos do ano. Novamente, o projeto foi duramente criticado e acumula, hoje, mais de 9 milhões de "descurtidas".
Desta vez, o YouTube foi acusado de produzir um vídeo burocrático e sem inspiração, apenas listando os vídeos mais populares sem acrescentar nada de novo ou atraente. "Isso não foi um Rewind. Isso foi um repost", diz um dos comentários mais curtidos.
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