Acordo entre Brasil e Europa ajudará no desenvolvimento de supercondutores
O Sirius é um acelerador de partículas gigante de Campinas (SP) usado para estudar diversos materiais. A entidade que cuida do projeto, o Cnpem (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, mantido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), anunciou nesta sexta-feira (4) que assinou um acordo de cooperação com o Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), responsável pelo maior acelerador de partículas do mundo, o LHC (Grande Colisor de Hádrons).
Na prática, esta parceria envolve colaboração em pesquisas e recursos entre as duas instituições, sobretudo em tecnologias ligadas à física de aceleradores, ímãs e materiais supercondutores. Vale lembrar que estes últimos são muito usados na indústria eletrônica e sistemas de distribuição de energia.
Segundo James Citadini, gerente de engenharia e tecnologia do Cnpem, o acordo poderá contribuir com a economia local, em indústrias como criostatos (aparelhos usados para manter temperaturas muito baixas), fios supercondutores, bobinas e equipamentos eletrônicos de potência.
Por parte do Cern, a parceria deve ajudá-los no desenvolvimento do que eles chamam de FCC (Futuro Colisor Circular). Este é o próximo projeto da entidade, que vai ter uma infraestrutura de 100 quilômetros de extensão e abrigará um acelerador que fará pesquisas sobre constituintes fundamentais da matéria.
Entendendo o Sirius e o LHC
De forma simplificada, o Sirius é uma estrutura gigantesca que conta com uma fonte de luz síncrotron, cujos elétrons são acelerados em uma única direção. Essa luz é usada pelos pesquisadores para estudar diversos materiais. Um exemplo inusitado é que o uso da estrutura do acelerador ajudou a desvendar detalhes do coronavírus.
Orçado em quase R$ 2 bilhões, o Sirius é um dos projetos mais promissores da ciência brasileira, pois possibilita a forma mais moderna de estudar em detalhes e de forma menos invasiva itens como proteínas, plantas e vírus.
Já o LHC, que fica em Genebra (Suíça), conta com feixes de prótons acelerados em direções opostas para gerar um choque entre eles. Com isso, os pesquisadores podem estudar a matéria em escala subatômica e a estrutura mais fundamental do universo.
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