Quase um quarto dos casos de segurança nas corridas da 99 são assédios
Seis em cada dez ocorrências de segurança reportadas por motoristas e passageiros no aplicativo de transporte 99 são causadas por falta de respeito entre as partes. Entre elas estão assédio (23% dos incidentes, quase um quarto do total), agressões verbais (14%), físicas (7%) e discriminações (4%).
Tanto passageiros quanto motoristas são vítimas. A companhia diz que os índices de assédio são quase os mesmos entre os dois lados, e fazem com que a 99 promova cerca de 730 bloqueios por semana.
Já a maioria das discriminações (69%) é contra passageiras e passageiros, mas motoristas são mais vítimas de agressões físicas (81%) e verbais (73%).
A empresa lança nesta quarta-feira (9), em parceria com o Instituto Ethos, um guia para reduzir os problemas de relacionamento entre motoristas e passageiros. "São situações que seriam evitadas caso o respeito tivesse prevalecido", disse a diretora de Comunicação da 99, Pâmela Vaiano, a Tilt.
O guia, que ficará disponível online, será divulgado para toda a base de usuários e motoristas do app. O documento fornece dicas práticas e exemplos de situações, além de capítulos sobre o combate à discriminação a mulheres, negros e LGBTI+, entre outros grupos minorizados. A 99 conecta mais de 750 mil motoristas a 20 milhões de passageiros em mais de 1.600 cidades no Brasil.
No capítulo "Respeito" há recomendações sobre como agir durante uma viagem, incluindo o uso do "por favor" e "obrigado". A seção "Segurança" traz temas como direção segura. Em "Responsabilidade", são mostrados os combinados a serem seguidos em uma plataforma de economia compartilhada. Há ainda capítulos sobre comunicação com a empresa e medidas de proteção e higiene na pandemia, que foram elaboradas com a consultoria do Hospital Sírio-Libanês.
Falta de respeito
"O carro é um local de prestação de serviços e muitas vezes acontecem agressões ou situações ainda mais graves porque as pessoas não entendem que dentro deste ambiente o respeito tem que prevalecer com coisas simples", destacou Pâmela.
Um levantamento feito pela 99 mostra as divergências entre os lados —ou seja, algo que é considerado problemático mas que continua acontecendo. Entre motoristas, por exemplo, só 8% acham aceitável que passageiras e passageiros entrem no carro sujos ou molhados, mas mais da metade deles já passou por essa situação.
Mais de 60% dos motoristas ouvidos pela 99 dizem já ter vivenciado o não recebimento do pagamento, mas apenas 7% consideram aceitável em alguma situação. Cerca de 20% afirmam ser aceitável que os passageiros comam em seus carros, mas ainda assim, 65% presenciaram esta atitude. Receber passageiros que estão alcoolizados (61%), que batem porta do carro (70%), e que pedem para parar em local proibido (56%) também foram situações que os motoristas dizem ter passado.
O levantamento mostra que o desrespeito às regras de trânsito é o que mais incomoda os passageiros. Quase a metade dos entrevistados diz que já vivenciou motoristas falando ao celular (40%) ou dirigindo em alta velocidade (50%), enquanto só 17% e 7% dos condutores admitem ter tido esses comportamentos, respectivamente.
Outros pontos de atrito com motoristas destacados por passageiros são a escolha de caminhos mais longos (56%), direção perigosa (39%) e a pressão dos motoristas por avaliações positivas (34%), por exemplo.
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