40 mil estrelas se movendo: vídeo mostra Via Láctea daqui a 400 mil anos
Já imaginou ver 40 mil estrelas se movendo no céu ao mesmo tempo? Você tem duas opções para ver isso acontecer: olhar para o céu durante 400 mil anos ou assistir a uma simulação criada pelo observatório de Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA).
Óbvio que a única opção que a vida humana tem é assistir ao vídeo, que mostra 40 mil estrelas, localizadas a 325 anos-luz do nosso Sol. De acordo com a agência, cada ponto de luz apresentado na simulação representa um objeto real na Via Láctea, sendo que os raios mais brilhantes e rápidos estão mais próximos do nosso sistema solar, enquanto os menos brilhantes e mais lentos vivem muito mais longe.
Segundo a ESA, os dados que possibilitaram a criação dessa simulação foram obtidos pelo satélite Gaia EDR3 e trazem informações detalhadas de cerca de 1,8 bilhão de objetos celestes, incluindo posições, velocidades e trajetórias orbitais de mais de 330 mil estrelas.
As imagens, contudo, exibem apenas 40 mil estrelas. "Na verdade, existem muito mais estrelas dentro dessa distância do Sol, e aqui apenas um subconjunto aleatório de estrelas é mostrado" explica, a agência.
Ao final da animação, a maioria das estrelas parece se agrupar no lado direito da tela, deixando o esquerdo com menos volume. A agência explica que esse movimento não quer dizer que tem um buraco negro puxando as estrelas, mas simplesmente que o Sol também está em constante movimento, fazendo com que as estrelas que passam por ele pareçam mais agrupadas na direção oposta.
Mas é real?
Uma pergunta que pode surgir é: quão próxima da realidade é essa simulação? De acordo com a ESA, "esta previsão é cientificamente correta e leva em consideração o efeito da velocidade radial da estrela que faz com que ela se mova para mais perto ou mais longe". Isso, contudo, não traz tanta veracidade às imagens.
"A animação é baseada na previsão das posições das estrelas no espaço, em relação ao Sol, ao longo do tempo. No entanto, há uma série de simplificações que tornam a animação um tanto irreal", diz a agência.
Segundo a ESA, nos cálculos realizados para determinar as posições futuras, supõe-se que os objetos se movam uniformemente pelo espaço, ao longo de linhas retas e velocidades constantes. Contudo, na realidade as estrelas e o Sol descrevem órbitas curvas no campo de força gravitacional da Via Láctea.
"Isso fará com que seus movimentos relativos mudem lentamente ao longo do tempo e afetará onde as estrelas aparecem no céu", diz a agência. "No entanto, ao longo dos 1,6 milhão de anos considerados aqui, o efeito é irrelevante na escala do filme e das imagens", completa.
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