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Toda vida inteligente da Via Láctea além da Terra já se matou, diz estudo

Costfoto/Barcroft Media via Getty Images
Imagem: Costfoto/Barcroft Media via Getty Images

De Tilt, em São Paulo

02/01/2021 18h25Atualizada em 06/01/2021 12h07

A maioria das civilizações extraterrestres que já existiram na Via Láctea nossa galáxia provavelmente já se matou. Quem diz isso são três físicos da Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) e um estudante do ensino médio, autores de um novo artigo sobre o surgimento e a morte da vida inteligente na galáxia. Publicado no site Arvix, o texto ainda aguarda pela revisão da comunidade científica para ser confirmado.

A trajetória dessa vida inteligente na Via Láctea, segundo o texto, teve a influência de fatores como a presença de estrelas parecidas com o Sol próximas a planetas semelhantes à Terra; índice de explosões de estrelas supernovas; abiogênese (teoria de que a vida surgiu da matéria bruta); tempo suficiente para que a vida inteligente pudesse evoluir; e a probabilidade dessas civilizações avançadas se autodestruírem.

Nesse último ponto, a aniquilação dessas vidas seria efeito do progresso da ciência e da tecnologia, guerras, mudanças climáticas e o desenvolvimento da biotecnologia. Parece familiar?

Em seu modelo de evolução da Via Láctea, os cientistas perceberam que a probabilidade de vida com base nesses fatores atingiu seu pico há cerca de 4.000 parsecs, ou 13 mil anos-luz do centro galáctico, e 8 bilhões de anos após a formação da galáxia. Para termos ideia, a Terra está a cerca de 25 mil anos-luz do centro galáctico, e a civilização humana surgiu cerca de 13,5 bilhões de anos após a formação da Via Láctea.

Os cientistas tentaram atualizar uma equação de 1961 da autoria de Frank Drake, o fundador da Seti (Busca por Inteligência Extraterrestre, da sigla em inglês). A equação é um exercício de probabilidade que inclui variáveis como:

  • O número de civilizações na Via Láctea com as quais a comunicação pode ser possível, via emissões eletromagnéticas;
  • A taxa média de formação de estrelas na galáxia;
  • A fração dessas estrelas que têm planetas;
  • O número de planetas, por sistema solar, com um ambiente adequado para a vida;
  • A fração de planetas adequados em que a vida realmente aparece;
  • A fração de vida que leva planetas em que a vida inteligente emerge;
  • A fração de civilizações que desenvolvem uma tecnologia que produz sinais detectáveis de sua existência no espaço;
  • O tempo médio de tempo que tais civilizações produzem tais sinais (em anos).

A equação de Drake foi popularizada pelo físico Carl Sagan em sua minissérie de TV "Cosmos" (1980). "Desde a época de Carl Sagan, tem havido muita pesquisa. Especialmente desde os telescópios espaciais Hubble e Kepler, temos muito conhecimento sobre as densidades [de gás e estrelas] na Via Láctea e nas taxas de formação de estrelas, de exoplanetas e de ocorrência de explosões de supernovas. Na verdade, sabemos alguns dos números [que eram mistérios na época de 'Cosmos']", disse ao site Live Science o coautor do estudo Jonathan H. Jiang, astrofísico do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa na Caltech.

O artigo sugere que as civilizações diminuíram espacialmente e temporalmente na galáxia a partir do pico. No momento atual do estudo, estimam, a maioria da vida inteligente na Via Láctea existe há menos tempo que 0,5 bilhão de anos. "É possível que a vida em outras partes da galáxia ainda seja muito jovem para ser observada por nós", argumentam os cientistas na conclusão do artigo.