Com apps, termômetros e pulseiras, tecnologia pode ajudar você a engravidar
A designer curitibana Anielle Casa Grande, de 32 anos, desejava ter um filho. Após 14 meses de tentativas sem sucesso e investigação médica, ela descobriu o que a estava impedindo: ela não ovulava. No período, contou com a ajuda de um aplicativo de celular ligado a um termômetro por Bluetooth.
A tecnologia reunia dados como temperatura basal e sintomas ao longo dos seus ciclos menstruais. A partir disso, fazia gráficos e projeções que apontavam o período mais fértil no mês. Como resultado, no último dia 17 de novembro nasceu Nicolas, o desejado filho.
"Foi bem legal perceber todos os sintomas de que estava ovulando", afirmou Casa Grande. A nova mamãe disse que adquiriu o termômetro (Femometer, para Android e iOS) em um site de compras chinês, e que mesmo sem o uso do gadget, recebia boas dicas pelo app.
"Via como interpretar muco cervical e outros sinais. A temperatura complementava tudo isso, e deu bem certo no meu caso. Todos os sinais estavam certos, inclusive a temperatura, que subiu e se manteve alta no mês que ovulei. A minha ginecologista me disse que é um método bastante interessante", afirmou.
E até para confirmar o positivo em seu teste Beta-HCG, Anielle recorreu ao aplicativo, que conta com um leitor de teste de gravidez. Sim, isso mesmo. Algumas mulheres ficam bem ansiosas durante o processo, e ficam em dúvida se a segunda listra do teste está ali ou não. Daí o app, que conta com um leitor que permite o uso de contraste e inversão de cores com a câmera do celular, funciona como tira-teima.
Outros aplicativos mais conhecidos para ajudar potencias grávidas no Brasil são o Clue (Android, iOS), o Flo (Android, iOS) e o Natural Cycles (Android, iOS). Eles são gratuitos mas podem oferecer uma versão premium mediante pagamento. Trazem calendários onde apontam os dias mais férteis do ciclo, além de informações que podem receber um "plus" se forem combinadas com o uso de gadgets, como a pulseira fitness Fitbit.
Pulseira
Um dos aparelhos mais inovadores lançadas ao femtech —como são chamadas as tecnologias voltadas ao universo feminino— foi desenvolvida pela empresa suíça Ava Science Inc.
Trata-se de uma pulseira de rastreamento de fertilidade que mede nove fatores fisiológicos, como o ritmo de pulso, a frequência respiratória e a temperatura, processa os dados e detecta os cinco dias mais férteis do ciclo de uma mulher, com a ajuda do app Ava Fertility Tracker (Android, iOS).
A precisão é de 90%, confirmada por estudo de pesquisadores da Ava e publicado pela revista Medical Internet Research. A pesquisa envolveu 237 mulheres e mais de mil ciclos menstruais. Os dados foram coletados simultaneamente por meio da pulseira.
Ela ainda não está disponível para venda no Brasil, mas é possível encomendá-la pelo site da Ava. Mas o preço é bem salgado: US$ 279 (cerca de R$ 1.500).
Cautela
A ginecologista e obstetra Simone Mattiello, especialista em reprodução assistida pela Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia), disse que todas as suas pacientes fazem uso de algum aplicativo. "Quando pergunto quando foi a data da última menstruação, elas sacam seus celulares para me mostrar as informações", diz.
Para ela, a forcinha da tecnologia é válida porque leva as pacientes a terem maior consciência corporal, já que passam a registrar e acompanhar suas informações, facilitando até mesmo a conversa com seus médicos e identificação de problemas.
"Vejo esses aplicativos como uma contribuição, mas eles não substituem consulta médica", destacou a especialista, alertando que muitos destes recursos não têm embasamento científico e que por essa razão, não devem ser usados como única fonte de informação.
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