Banido do Twitter, Trump usa conta presidencial e posts são apagados
Após ser banido permanentemente do Twitter, o presidente americano Donald Trump usou a conta presidencial —denominada @POTUS— para escrever aos seguidores sobre uma plataforma alternativa. Porém, as mensagens foram imediatamente deletadas pela própria plataforma.
O Twitter confirmou à rede de TV CNN que apagou os quatro posts publicados por Trump. "Como dissemos, usar outra conta para tentar escapar de uma suspensão é contra nossas regras", disse um porta-voz do Twitter à CNN norte-americana.
"Tomamos medidas para garantir isso em relação aos tweets recentes da conta @POTUS. Para contas governamentais, como @POTUS e @WhiteHouse, não suspenderemos essas contas permanentemente, mas tomaremos medidas para limitar seu uso", avisou, em seguida.
Nas mensagens que foram deletadas, Trump dizia aos seus seguidores sobre a migração para plataformas alternativas e que ele e os seus apoiadores não seriam calados.
"Estamos negociando com vários outros sites e teremos um grande anúncio em breve. Enquanto também olhamos para as possibilidades de construir nossa própria plataforma em um futuro próximo. Não seremos silenciados", escreveu ele.
Mais cedo, o próprio Twitter anunciou a suspensão permanente de Trump em função de postagens recentes do presidente relacionadas à invasão de seus apoiadores ao Congresso americano.
"Após criteriosa análise dos tweets recentes da conta do presidente Donald Trump e o contexto em torno deles, suspendemos permanentemente seu perfil diante do risco de mais incitações à violência", escreveu o Twitter.
A conta de Trump já havia sido bloqueada por 12 horas após ele utilizar as redes para comentar as manifestações em Washington DC. O presidente americano também foi banido de outras redes sociais, como Facebook e Instagram, por acusar, sem provas, a eleição do país de ter sido fraudada.
"Twitter dos conservadores"
O Google também anunciou a suspensão da plataforma de mídia social Parler, na noite de hoje, até que o aplicativo "adote moderação de conteúdo", segundo informou a rede de TV americana NBC News.
Parler é uma rede social para onde muitos apoiadores de Donald Trump migraram depois de serem expulsos de serviços como o Twitter. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos mantêm páginas no Parler. É chamado por alguns como "Twitter dos conservadores".
A gigante americana informou que o app ficará suspenso até que resolva os problemas que violam as políticas do Google, "incluindo permitir aos usuários postar ameaças a autoridades eleitas e planos para organizar a marcha de quarta-feira que terminou com invasão ao Capitólio".
"A fim de proteger a segurança do usuário no Google Play, nossas políticas de longa data exigem que os aplicativos que exibem conteúdo gerado pelo usuário tenham políticas de moderação e fiscalização que removem conteúdo flagrante, como postagens que incitam à violência", disse um porta-voz do Google em um comunicado.
"Todos os desenvolvedores concordam com esses termos e lembramos Parler dessa política clara nos últimos meses. Estamos cientes de postagens contínuas no aplicativo Parler que buscam incitar a violência contínua nos EUA."
Presidente é acusado de incitar invasão ao Congresso
Na quarta-feira, Trump tentava convencer a maioria do Congresso a se recusar a certificar parte dos votos conquistados pelo democrata Joe Biden nas eleições de 2020 por meio de postagens no Twitter. O presidente pressionou seu vice, Mike Pence, que presidiu a sessão, a não certificar a vitória rival. Em resposta, Pence declarou não ter poder para invalidar os resultados da urna.
Após Trump discursar a apoiadores afirmando, sem provas, que as eleições foram fraudadas, o Capitólio — prédio onde fica o Congresso americano — foi invadido por um grupo que interrompeu a sessão de certificação de Biden. O vice-presidente e parlamentares que estavam no edifício foram retirados às pressas por seguranças e muitos tiveram de se esconder atrás de móveis. Cinco pessoas morreram.
A plataforma também foi usada pelo presidente para se dirigir a seus apoiadores e divulgar imagens das manifestações. Durante os atos, Trump pediu, no Twitter, que os manifestantes não atacassem a polícia e que retornassem às suas casas. No entanto, em vez de criticá-los, ele disse "entender a dor" dos apoiadores, chamando-os de "especiais".
Trump, seu filho Donald Trump Jr, e seu advogado Rudy Giuliani — ex-prefeito de Nova York — podem ser investigados por incitarem a invasão ao Capitólio. Em entrevista à emissora ABC, na manhã de hoje, o procurador-geral de Washington DC, Karl Racine, afirmou que o trio ajudou a disseminar a ideia de "justiça combativa" nos manifestantes.
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