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Sem pais por perto, TikTok tenta reforçar privacidade de crianças na rede

Pixabay
Imagem: Pixabay

Lucas Carvalho

De Tilt, em São Paulo

16/01/2021 16h37

O TikTok anunciou nesta semana mudanças em sua política de privacidade com foco em usuários com menos de 18 anos. Os mais jovens, com idade entre 13 e 15 anos, terão seus perfis colocados em modo privado por padrão, de maneira que apenas seguidores autorizados possam ver seus posts.

As mudanças fazem parte de uma série de intervenções feitas pela rede social na maneira como crianças e adolescentes —maioria dos usuários— interagem no aplicativo. Em 2019, o TikTok foi multado por um órgão regulador dos Estados Unidos em US$ 5,7 milhões por "violar leis de privacidade para crianças" ao coletar dados de adolescentes sem o consentimento dos pais.

"Queremos que nossos criadores de conteúdo mais jovens sejam capazes de fazer escolhas informadas sobre o que e com quem desejam compartilhar, o que inclui decidir se desejam abrir suas contas para visualizações públicas", disse o TikTok em nota compartilhada com Tilt.

Além da privatização das contas de jovens com até 15 anos, o TikTok anunciou uma série de medidas para limitar a interação de estranhos com crianças na rede:

  • Usuários com menos de 16 anos só poderão receber comentários de amigos;
  • Posts de dueto, em que duas pessoas interagem com um mesmo vídeo, agora só poderão ser feitos por usuários com mais de 16 anos;
  • Os downloads só serão permitidos para vídeos criados por usuários com 16 anos ou mais.

Cadê os pais?

Estimativas indicam que 41% dos usuários do TikTok no mundo todo têm entre 16 e 24 anos. Nos Estados Unidos, a empresa disse em 2020 que 60% dos seus 26,5 milhões de usuários são desta faixa etária. Uma versão antiga do aplicativo foi investigada por coletar dados pessoais de crianças com menos de 13 anos sem o consentimento dos pais.

Uma pesquisa da empresa de cibersegurança Kaspersky, realizada em parceria com a consultoria Corpa, mostrou que 56% das crianças no Brasil possuem pelo menos uma conta em redes sociais. Além disso, 20% dos pais admitem ignorar completamente as informações que seus filhos compartilham online. O estudo foi feito com 2.294 pais e mães entre fevereiro e março de 2020.

Com suas novas restrições, o TikTok espera evitar novas multas e proteger sua massa de usuários jovens. "Sabemos que não há linha de chegada quando se trata de proteger os usuários e sua privacidade, e nosso investimento nessa importante área não vai parar por aqui", disse a empresa em nota.