Reconhecimento facial evolui e já identifica até pessoas com máscaras
Sem tempo, irmão
- Novo sistema poderia reduzir a necessidade de pessoas removerem máscaras em aeroportos
- Testes analisaram capacidade de cada sistema de obter imagens confiáveis de cada voluntário
- Antes da pandemia, tecnologia só reconhecia entre 50% e 80% das pessoas com máscaras
Um novo sistema de reconhecimento facial pode reconhecer e identificar pessoas em 96% das tentativas, mesmo em situações em que há o uso de máscaras como proteção contra o coronavírus.
Os dados, considerados "promissores", são resultados de testes, em ambientes controlados, realizados pela Diretoria de Ciência e Tecnologia do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
De acordo com o órgão, o sistema poderia reduzir a necessidade de pessoas removerem máscaras em aeroportos ou portos de entrada. Para você ter uma ideia da evolução, os programas desenvolvidos antes da pandemia só reconheciam entre 50% e 80% das pessoas com máscaras.
Números preliminares
Para chegar aos resultados, o laboratório americano organizou uma espécie de Campeonato de Tecnologia Biométrica. O evento presencial incluiu dez dias de testes em humanos com 60 programas de reconhecimento facial —usando seis sistemas de mapeamento de rosto e/ou de íris e dez algoritmos de correspondência— e contou com 582 voluntários representando 60 países.
Os programas testados no evento foram avaliados com base em três elementos: capacidade de obter imagens confiáveis de cada voluntário com e sem máscaras, tempo de processamento e a satisfação geral do participante do teste.
Os resultados, ainda preliminares, indicam que o melhor programa identificou corretamente os indivíduos com máscaras em 96% das tentativas. Em média, considerando todos os programas testados no evento, a precisão na identificação de pessoas com máscara ficou em 77%.
Para as pessoas sem máscara, a melhor solução conseguiu 100% de precisão. Já o desempenho de todos os sistemas testados demonstrou uma taxa média de 93% de acerto.
Os percentuais, de acordo com o departamento, refletem a diversidade de desempenhos entre os modelos analisados.
"Esta não é uma solução 100% perfeita", disse Arun Vemury, diretor do Centro de Tecnologia Biométrica e de Identidade do laboratório. "Mas pode reduzir os riscos para muitos viajantes, assim como para o pessoal da linha de frente que trabalha nos aeroportos, que não precisam mais pedir a todos os viajantes que removam as máscaras". Os dados finais devem ser publicados nas próximas semanas.
Controvérsias
Embora questões ligadas ao reconhecimento facial provoquem controvérsias, principalmente em relação à privacidade e ao monitoramento em massa praticado pelo governo, o Departamento de Defesa dos EUA enquadra a tecnologia como uma questão de segurança pública.
O órgão diz que a inovação poderia monitorar os passageiros das companhias aéreas sem que eles tirassem suas máscaras de proteção, evitando riscos de contaminação aos demais passageiros e aos trabalhadores nos aeroportos.
Segundo a Business Insider, o órgão foi obrigado por lei a desenvolver um sistema de vigilância de reconhecimento facial mais avançado. Isso porque precisa manter um sistema biométrico para passageiros em voos internacionais.
Como a coleta de impressões digitais não é adequada para o momento —pois representa um risco ainda maior de contágio—, e as varreduras de rotina foram consideradas muito difíceis, o caminho foi investir em soluções de reconhecimento facial.
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